Com informações da repórter Mariely Barros
A Perícia Criminal será determinante para a explicação do que aconteceu na última quarta-feira (21), dia que o casal Claudia Franciele Pereira e Kaio Vinicius Sílvia Maciel morreram em circunstâncias duvidosas e violentas em Campo Grande.
O marido morreu após um acidente entre a moto que pilotava e uma carreta, onde foi verificado que ele possuía 18 perfurações pelo corpo. Enquanto a esposa foi encontra sem vida, com sete facadas, na casa onde ambos moravam no Jardim Columbia, na Capital.
A Delegada da Deam (Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher) Mariane Cristine explicou, nesta quinta-feira (22), que as autoridades trabalham no caso com mais de uma linha de investigação do que pode ter influenciado na morte do casal.
“Há probabilidade de que Kaio tenha primeiro matado ela e, depois, tentado se matar antes de ter sofrido o acidente a caminho de Jaraguari. Além disso, tem chance do caso ter sido motivado por uma briga entre eles. Não descartamos nenhum tipo de possibilidade”, diz Mariane.
Remédios para a depressão
De acordo com a delegada, Kaio possuía receitas de medicamentos controlados na casa “Se não me engano, foram encontrados três medicamentos controlados para depressão. Porém, não temos nenhum resultado de exame toxicológico que comprova que ele tinha substâncias no corpo no dia dos fatos.”
A delegada informou que uma faca foi recolhida aonde Claudia foi encontrada morta. “Não sabemos se foi usada pelos dois. A Perícia tem o prazo de 10 dias para nos enviar os diagnósticos que serão utilizados para clarear a situação. Enquanto isso, vamos trabalhando com investigações, colhendo provas e testemunhas.”
A delegacia ainda não encontrou indícios que comprovam a participação ou a entrada de uma terceira pessoa na residência do casal. “Não havia sinais de arrombamento na casa. O imóvel estava trancado por chaves. Porém, estão sendo analisadas as câmeras de fora e de dentro da casa”, conta Mariane.
Feminicídio
Sobre a casa que o casal morava, a delegada detalhou como foi encontrada a cena do crime. “Tudo indica que ela foi morta na cama, no máximo foi trocada de posição. Não há indícios que ela andou pela casa, mas havia pegadas de sangue no banheiro, na sala e no quarto, um cenário bem perturbador”, avalia.
Segundo a investigação preliminar, Claudia não possuía sinais de luta corporal. A princípio, há, sim, a possibilidade que ela tenha sido morta dormindo. Ela foi a 12ª vítima de feminicídio em Campo Grande em 2022. Acesse também: Motoristas de ônibus da Capital ameaçam paralisação na próxima semana