Acabou-se o que era doce – e também todas as incertezas que restavam a respeito. De forma oficial, Marquinhos Trad (PSD) renuncia ao cargo de prefeito da Capital, o qual ocupava desde 2017 (já em segundo mandato). A informação está mais que confirmada na edição extra do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) de hoje, 1º de abril. E não, não é mentira.
A publicação adicional de número 6.603 descreve o que os bastidores da política sul-mato-grossense já esperavam do peessedebista. “Carlos Augusto Borges [o Carlão], presidente da Câmara Municipal, diante da renúncia por escrito protocolizada em 1° de abril de 2022 pelo sr. Marcos Marcello Trad, declaro extinto, com efeitos a partir de 2 de abril [amanhã]”, registra o documento.
Trad foi reeleito com 52,58% dos votos no pleito de 2020, conquistando o direito à assumir a cadeira até desistir dela nesta sexta-feira. Nas redes sociais, ele discursou por exatos 2 minutos e 46 segundos na despedida do Paço Municipal.
“Ouvi muito a minha cidade, escutei o meu Estado e o clamor por mudança. Foi um dos motivos que mais fortaleceu essa decisão. Mudança com segurança. Com experiência administrativa. É o início de um novo tempo. Por isso, não estou dizendo adeus Campo Grande, mas sim até breve”, revelou.
Marquinhos ainda adiciona: “outro motivo para esta decisão é que deixo a administração de Campo Grande nas mãos de Adriane [Lopes, vice-prefeita]. Eu confio. Adriane é preparada e está comigo desde o primeiro ano de nosso mandato. E dará sequência ao projeto que o povo de Campo Grande escolheu por duas vezes”, afirmou.
Ao finalizar sua fala, fez questão de salientar que continuará trabalhando. “Nossos sonhos são iguais, um Mato Grosso Sul mais humano, mais justo socialmente. A nossa decisão é o início de um novo tempo”.
Veja o pronunciamento na íntegra:
A finalidade de Marquinhos para deixar a prefeitura é um só: concorrer ao cargo de governador do Estado nas eleições deste ano, contra outros cinco pré-candidatos já previamente confirmados. Sua intenção de participar na corrida eleitoral não é recente. Rumores apontavam desde janeiro sua vontade, porém sempre que questionada, recheada de incertas.
Prefeito caracterizado pelo viés populista,”amigo do povo”, idealizador de projetos e precurssor de novos investimentos e obras para a Capital – principalmente na periferia da cidade –, Trad acredita que “[…] tudo que fiz por Campo Grande, sei que é possível fazer em MS”, comenta sobre o novo ensejo político.
Marquinhos deixa imediatamente a chefia da Capital e, a partir de agora, a vice Adriane Lopes (Patriota) assume “interinamente” o cargo. Na realidade, isso é apenas protocolar. De fato, Adriane só se tornará a primeira prefeita de Campo Grande quando efetivamente tomar posse. O evento deve acontecer, muito provavelmente, já na próxima segunda-feira (4).
A Cidade Morena numa teve uma líder feminina eleita democraticamente, apenas por indicação ou então vices no Executivo municipal. Antes de Lopes, governou a cidade durante 2 meses a ex-vereadora Nelly Bacha (por nomeação ao cargo), de março a maio de 1983. Já a tucana Marisa Serrano assumiu a gestão campo-grandense de 2005 a 2006, como vice. O mesmo aconteceu com Marilu Guimarães na gestão do ex-prefeito Lúdio Coelho, de 89 a 92.
Não só Marquinhos
Veja quem são os pré-candidatos ao Governo de MS, já desincompatibilizados de seus cargos públicos – como o ex-prefeito Marquinhos Trad fez no Diogrande, por exemplo –, e confira também a mais recente pesquisa do Instituto Ranking Brasil justamente sobre a inteção de voto dos sul-mato-grossenses.
Outras informações, assim como o cenário político após o “até logo” de Marquinhos, você confere na edição de sábado (2) do Jornal O Estado MS – acesse on-line agora.