Trad foge sobre o dia em que irá depor e promete punição caso seja eleito governador de MS

Marquinhos Trad
Imagem: Reprodução/Valentin Manieri
Expectativa é de que ele preste depoimento nos próximos dias na investigação por crimes contra dignidade sexual

Por Rafaela Alves – Jornal O Estado do MS

O ex-prefeito e candidato ao governo do Estado pelo PSD, Marquinhos Trad, deve se apresentar na próxima quarta-feira (21), na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para prestar depoimentos, contudo, quando questionado pela reportagem, indicou que as perguntas sobre o caso devem ser feitas para a delegada responsável.

Vale lembrar que ele está sendo investigado pelos crimes de assédio sexual, estupro, tentativa de estupro, favorecimento à prostituição e importunação sexual. Nesta semana, ao SBT-MS, Marquinhos Trad assegurou que punirá a todos que estão “armando” contra ele, caso seja eleito

“Nós gostaríamos que o governo fosse tão efetivo, quando o cidadão liga para eles pedindo ajuda da segurança pública. Pode ter certeza absoluta, nós vamos vencer essas eleições, vamos punir todos esses que armaram contra a nossa pessoa”, disse.

O inquérito policial que investiga os crimes supostamente cometidos por ele completará dois meses de investigações nesse domingo (18). A expectativa da delegada era de concluí-lo sem nova prorrogação, no entanto afirmou que para isso teria de “guardar todas as diligências”.

Ainda nesta quarta-feira (14), quando questionado pela equipe de O Estado Online, sobre o inquérito e a data em que deve prestar depoimento, ele pontuou que a pergunta deveria ser feita para a delegada. “Deveriam perguntar para o Eduardo Riedel e Reinaldo Azambuja. A verdade está lá.”

Vale ressaltar que o ex-prefeito já admitiu ao site nacional Metrópoles que manteve relações extraconjugais, de forma consensual, fora da prefeitura, com, pelo menos, duas das denunciantes.

Já que o caso ganhou repercussão nacional, justamente, após o Metrópoles revelar a informação de que Trad estava sendo investigado por assédio sexual em 20 de julho. Inclusive, três dias depois, o portal trouxe outra matéria com trechos de uma conversa de WhastApp entre uma das denunciantes e o ex-prefeito datados dos dias 11 e 12 de maio de 2020 e que faz parte da investigação policial.

Segundo as mensagens eles, supostamente, teriam se encontrado na prefeitura. Na manhã do dia 12, a mulher comunicou a Marquinhos Trad que estava a caminho da prefeitura e questiona se o encontro ocorreria no 2º andar. Informação que foi confirmada pelo candidato a governo do Estado. Duas horas depois, a denunciante inicia nova conversa na rede social indicando que teria aprovado o encontro, assim como Marquinhos.

Ainda conforme o Metrópoles, a mulher reforçou à polícia que manteve relação sexual consentida em um banheiro do gabinete do então prefeito. Ela procurou a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) afirmando que, após o fim da relação extraconjugal, quando ela já estava casada com outro homem, Trad tentou beijá-la à força, em junho deste ano

Inclusive, diante dos relatos das mulheres que denunciaram o ex-prefeito é que no dia 9 de agosto foi realizada uma diligência na Prefeitura Municipal de Campo Grande. No local foi feito o reconhecimento dos possíveis espaços onde os crimes supostamente eram cometidos, além do cumprimento de um mandado de busca e apreensão que culminou com o recolhimento de dois computadores da recepção do gabinete no Paço Municipal para perícia.

Marquinhos Trad e suas advogadas de defesa mantiveram, durante os meses de investigação, o discurso de que o inquérito policial não passa de uma armação política. Inclusive, a defesa de Trad entrou na Justiça com mandado de segurança, em caráter de liminar, para afastar a delegada Maíra Pacheco Machado, por atos ilegais e abuso de poder.

No entanto, o pedido foi indeferido, conforme publicação do Diário Oficial da Justiça de 24 de agosto. “Pelos motivos expostos, indefiro a peça inicial, ante a ausência de seus requisitos legais, com fundamento nos artigos 1º e 10, da Lei 12.016/2009”.

Ex-servidor

O inquérito policial que indiciou o ex-servidor municipal, de 36 anos, pelos crimes de coação no curso do processo, corrupção ativa de testemunhas e favorecimento à prostituição, já foi entregue ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que tem o prazo de cinco dias, a contar desde a última segunda-feira (12), para aceitar ou recusar a denúncia.

Isso porque, conforme o art. 46. do Código de Processo Penal, o prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de cinco dias. O ex-servidor está preso desde o dia 31 de agosto, quando o mandado foi cumprido pela equipe da Deam. Vale ressaltar também que a prisão foi mantida na audiência de custódia, que ocorreu no dia 1º de agosto, quando foi transferido para um presídio.

Veja mais sobre o caso: Ex-servidora denuncia ter sofrido assédio sexual por pré-candidato ao governo de MS

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