Produtos de pirataria e sonegação de imposto impediram a geração de 370 mil empregos

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

Os impactos refletem na saúde, educação, segurança e infraestrutura, avalia economista

Contrabando, pirataria, roubo, concorrência desleal por fraude fiscal, sonegação de impostos e furto de serviços públicos são algumas das ações ilegais que impediram que fossem criadas 370 mil vagas de emprego no Brasil em 2022. O Estado conversou com o consultor financeiro e economista, Márcio Coutinho que avaliou os impactos negativos, que no final das contas acabam sobrecaindo na população em geral.

“Com essa não arrecadação, não entra dinheiro nos cofres do governo consequentemente o mesmo não poderá usar tal recursos, mas situações que competem ao governo que são: saúde, educação, segurança e infraestrutura. Outra consequência, devido essa competição desleal, as empresas legais têm um custo que os contrabandistas não tem. Custos esses que acabam impedindo que a empresa contrate mais pessoas”, ressalta o economista.

Coutinho esclarece ainda que os resultados dessas ações ilegais interferem diretamente na geração de emprego, justamente pela competição que ocorre entre uma empresa legal contra outra que fornece produtos de pirataria. “O empresário que trabalha legalmente, ele tem essa competição com as pessoas que não estão regulares. Com isso a margem de lucro fica menor, e afeta todo resto, por exemplo, ele não vai conseguir pagar um salário adequado para as pessoas, a quantidade de funcionário, possivelmente, fica menor do que o ideal”, exemplifica.

Os dados fazem parte da nota técnica “Brasil Ilegal em Números”, realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) e Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). E apesar dos números serem de 2022 os impactos econômicos são sentidos até os dias atuais, tendo em vista que o país deixou de arrecadar R$ 453,5 bilhões.

Um desastre nacional, assim classificou o diretor da Fiesp, Carlos Erane de Aguiar e da Firjan na área de segurança, ao se referir ao valor não arrecadado. Além de reforçar que as práticas atingem principalmente a população brasileira.

“A cifra de R$ 453,5 bilhões é um desastre nacional, que atinge todo cidadão, governos municipais, estaduais e União. São recursos que equivalem a todo o Produto Interno Bruto
(PIB) do estado de Santa Catarina, por exemplo. A CNI, Fiesp e Firjan querem chamar a atenção para essa calamidade. Queremos contribuir para que os governos adotem medidas mais rígidas para combater essa ilegalidade, investindo ainda mais em segurança pública em todo o país”, afirmou

Levando em consideração 15 setores afetados pelo mercado ilícito, o Brasil deixou de gerar quase 370 mil empregos com carteira assinada em 2022. Os setores afetados são:

• audiovisual (filmes)
• bebidas alcoólicas
• brinquedos
• celulares
• cigarros
• combustíveis
• fármacos
• cosméticos e higiene pessoal
• defensivos agrícolas
• material esportivo
• óculos
• computadores
• perfumes importados
• TV por assinatura, e
• vestuário.

 

Por Suzi Jarde

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