Mulher é morta a facadas por namorado, após negar dinheiro para compra de drogas

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Monalisa Pereira Alves Muricy, de 55 anos, é mais uma vítima de feminicídio, em Mato Grosso do Sul. O caso ocorreu na noite do último domingo (28), e a mulher foi encontrada morta a facadas na própria residência, no distrito de Anhanduí, localizado a 60 km da capital. O principal suspeito é o namorado da vítima, com quem mantinha uma relação há poucos meses.

De acordo com a delegada Rafaela Lobato, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a motivação do crime ainda está em investigação. Ela argumenta que a principal suspeita é de que ela tenha negado dinheiro para o namorado comprar entorpecentes.

As informações são de que o caso ocorreu durante uma confraternização, em sua residência. O crime aconteceu por volta de 20h30 na Rua Barão Von Oper, próximo a esquina com a Rua Castelinho. No local, foram encontradas bebidas alcoólicas e outros tipos de entorpecentes.

Um amigo do agressor estava no local onde ocorreu o crime e foi encaminhado para a Delegacia, para prestar esclarecimento à Polícia como testemunha do ocorrido.

O autor do crime tem passagens policiais, mas nenhuma era por violência doméstica. Até o momento, não foi revelada nenhuma informação se o relacionamento do casal era conflituoso. Também não houve registro de medida protetiva, por parte da vítima.

Vizinhos não souberam informar se havia indícios de briga entre o casal, que antecederam o assassinato de Monalisa.

A identidade do homem já foi identificada, mas ele segue foragido. A Polícia Civil, Polícia Militar e a Guarda Metropolitana estão à procura do suspeito.

Taxa de feminicídio no MS

Desde o dia 1° de janeiro de 2022, o estado de Mato Grosso do Sul registrou 38 casos de feminicídio, até esta segunda-feira (28) de novembro, conforme levantamento da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

Em relação ao ano passado, foram contabilizadas oito mortes a mais. A delegada Rafaela Lobato comenta que ao mesmo tempo que o número de feminicídios progrediu, o número de eventos preventivos também aumentaram. “Infelizmente, o número de feminicídio progrediu neste ano. Em 2022, também batemos recorde de políticas públicas a favor das mulheres. Foram registrados muitos boletins de ocorrência, mas também participamos de muitos eventos preventivos. Só que não vemos muitos resultados na questão repressiva”.

A delegada também comenta que o combate ao feminicídio deve envolver uma rede de apoio, que deve contar com familiares, vizinhos e demais conhecidos. “ É importante, que além da vítima, as pessoas ao redor estejam atentas aos sinais de violência doméstica, para que não chegue ao extremo – no caso, a morte da vítima”, explica.

Violência contra mulher

A violência contra mulheres constitui-se em uma das principais formas de violação dos seus direitos humanos, atingindo-as em seus direitos à vida, à saúde e à integridade física. Ela é estruturante da desigualdade de gênero.

Violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado (Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, adotada pela OEA em 1994).

Chama-se de violência doméstica aquela que ocorre em casa, no ambiente doméstico ou em uma relação de familiaridade, afetividade ou coabitação. Pode acontecer com qualquer mulher, independente de raça/etnia, classe social, nível educacional, ou religião. No campo ou na cidade, a violência doméstica atinge mulheres de diferentes idades e profissões.

O artigo 7º da Lei nº 11.340/2006 estabelece 5 (cinco) formas de violência: violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.

Serviço:

Disque 180

O Disque-Denúncia, criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), permite denunciar de forma anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central chegam ao Ministério Público.

Disque 100

Para casos de violações de direitos humanos, o disque 100 é um dos meios mais conhecidos. Aliás, as denúncias podem ser feitas de forma anônima para casos de violações de direitos humanos.

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