Ministério encontra substância tóxica em lotes de produtos da Bassar

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), informou na tarde de ontem (9) que resultados preliminares apontaram para presença de monoetilenoglicol (uma substância tóxica) em outros lotes de produtos da empresa Bassar. 

De acordo com informações da Revista Época, o aditivo foi detectado por meio de análise feitas nos laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) que fazem parte das investigações dos casos de intoxicações de cães, que vieram a tona nessas últimas semanas. De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, já somando mais de 40 vítimas.

Em Mato Grosso do Sul, no dia 6 de setembro, na última terça-feira (6), foi registrada a primeira morte de uma cachorra vítima após ingestão de petiscos da fabricante Bassar no Estado. O caso foi registrado na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (Decat) que segue em investigação. 

Segundo informações divulgadas pelo Mapa, o monoetilenoglicol (também conhecido como etilenoglicol) foi encontrado como contaminante de propilenoglicol, sendo um produto de uso permitido na alimentação animal. O aditivo é o mesmo identificado nas contaminações por produtos da cervejaria Backer em 2020. 

Em nota divulgada na tarde de ontem (9), a Bassar Pet Food anunciou o recolhimento e devolução de todos os seus produtos fabricados a partir de 7 de fevereiro deste ano. “Esse procedimento foi adotado após exames preliminares realizados pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) apontarem indícios de contaminação com etilenoglicol em insumos adquiridos de um de nossos fornecedores”.

“A assar estende o alerta para todas as empresas do setor de alimentação animal que podem ter também adquirido propilenoglicol contaminado do mesmo fornecedor, e recomendou que que “retirem imediatamente eventuais produtos fabricados e distribuídos ao mercado.”

De acordo com um laudo preliminar da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já tinha encontrado a presença da substância no corpo de um dos cachorros que morreu após consumir petiscos da Bassar. O aditivo encontrado é um composto tóxico que pode ser letal para cães.

Segundo o ministério, relatou que as investigações ainda não conseguiram determinar como o monoetilenoglicol foi parar nos alimentos para os animais, por causa de dificuldade de rastrear os envolvidos e também sobre a mistura de lotes de aditivos em estabelecimentos não registrados pelo Mapa. 

A descoberta dessa substância tóxica monoetilenoglico, fez com que o Ministério da Agricultura adotasse medidas rígidas para investigar se o  propilenoglicol comercializado está, ou não, adequado para consumo.

Ainda na tarde de ontem, Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) determinou que empresas fabricamtes de sses alimentos mastigaveis para animais devem informar o Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sipoa), os lotes de propilenoglicol existentes em seus estoques e a origem do produto. “Em caso de resultado não conforme, as empresas devem realizar o recolhimento dos produtos e informar ao Sipoa da região”, informou o Mapa.

O Dipoa relatou que a partir de agora vai fiscalizar os produtores de propilenoglicol que elaboram e importam o aditivo. O departamento pediu ao Mapa, que os fabricantes do produto se manifestem sobre a fabricação, importação ou compra de propilenoglicol em território nacional desde dezembro de 2021, com relação à identificação dos lotes, o quantitativo adquirido e suas origens.

“As empresas têm o prazo de dez dias para atender às determinações do Dipoa. A não comunicação ao Sipoa será interpretada como não utilização do propilenoglicol e as empresas serão fiscalizadas quanto à veracidade das informações prestadas”, afirmou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.Identificada pelo Ministério da Agricultura como a fornecedora de matéria-prima para a Bassar, a Tecnoclean Industrial Ltda informou na noite de quinta-feira, 8, que adquiriu a substância propilenoglicol de uma importadora e a revendeu. A empresa afirma que se mantém à disposição das autoridades públicas e sanitárias na investigação.

 

Confira abaixo a nota da Bassar sobre o recall de seus produtos. 

 

RECALL DE PRODUTOS DA BASSAR

 

“Prezado Cliente,

A Bassar Pet Food informa que está realizando um RECALL de TODOS OS PRODUTOS fabricados a partir de 07/02/22. Isso compreende todos os lotes de produto, marca própria ou marca Bassar, com numeração acima do “lote 3329″ (inclusive este). Esse procedimento foi adotado após exames preliminares realizados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) apontarem indícios de contaminação com etilenoglicol em insumos adquiridos de um de nossos fornecedores.O ofício 424/2022 do MAPA, divulgado no dia 06/09/2022, alerta todas as empresas do setor de alimentação animal que podem ter também adquirido matéria-prima desse fornecedor para retirarem imediatamente eventuais produtos fabricados e distribuídos ao mercado.A substância etilenoglicol é um composto químico e tóxico que pode ser letal se ingerido por cães. Por isso, é muito importante suspender imediatamente a alimentação dos pets com os produtos mencionados e devolvê-los à loja onde foram adquiridos.Por precaução e para tranquilização de seus consumidores, a Bassar Pet Food está recolhendo todos os itens produzidos desde 7/2/2022, e não apenas os que utilizaram o insumo (propilenoglicol) do fornecedor em investigação.”

 

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