[Texto: Rafaela Alves, Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul]
Rudi Fiorese deixou a Sisep em janeiro deste ano e assumiu cargo comissionado na Seilog, em abril
Um dos alvos da operação Cascalhos de Areia, o ex-secretário municipal de infraestrutura e serviços públicos Rudi Fiorese, vai continuar na pasta em que foi nomeado, no governo. O engenheiro saiu da pasta municipal, em janeiro deste ano e foi lotado com um cargo comissionado em abril, na Seilog (Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso do Sul).
Procurado pelo jornal O Estado, ele disse que não vai se pronunciar sobre o assunto. A investigação aponta possível organização criminosa e lavagem de dinheiro, responsável por movimentar mais de R$ 300 milhões, em licitações, na Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos).
Segundo informações, além do ex-secretário, outros quatro servidores estão entre os alvos, entre eles: o superintendente se serviços públicos, Mehdi Talayeh, que continua na gestão e Edvaldo Aquino, coordenador de equipes de tapa-buraco e cascalhamento na Secretaria de Obras. Inclusive, celulares e computadores foram apreendidos.
O valor supostamente desviado seria usado em contratos para manutenção de vias não pavimentadas da cidade. A investigação é conduzida pelo promotor Humberto Lapa Ferri, da 31ª Promotoria do Patrimônio Público, e pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção). Autorizada pela 3ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), no início do mês, a operação Cascalhos de Areia foi deflagrada na manhã da última quinta-feira (15).
Além dos servidores públicos da Sisep, os principais alvos da investigação são os empresários André Luiz dos Santos, o André Patrola, dono das empreiteiras AL dos Santos e ALS Transportes; Mamed Dib Rahim; Edcarlos Jesus da Silva e Paulo Henrique Silva Maciel, sócios das empresas MS Brasil Comércio e Engex Construções; e Adir Paulino Fernandes, da JR Comércio e Serviços.
Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão nos endereços de empresários, servidores públicos e empresas que atuaram entre 2017 e 2022 na área da infraestrutura da Capital. Durante a ação, o empreiteiro Adir Paulino foi preso após ser flagrado com um revólver calibre 32 sem registro, que foi encontrado na chácara Dirce, em Terenos, a 23 quilômetros de Campo Grande. Ele foi liberado depois de pagar fiança no valor de um salário-mínimo (R$ 1.320).
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) apura os crimes de fraude à licitação, corrupção passiva e ativa, peculato, lavagem de capitais e organização criminosa, dentre outros crimes correlatos.
Denúncia anônima
Conforme apuração, uma denúncia anônima teria apontado que só estava sendo locada uma pá carregadeira para servir de registro no caso. O denunciante relatou suposto esquema de corrupção na empresa ALS Construtora, de propriedade de André Patrola, mas que, durante as investigações, o Ministério Público encontrou participação das outras três empresas: Engenex Construções, JR Comércio e Serviços LTDA, e MS Brasil Comércios e Serviços.
Os supostos desvios teriam ocorrido na gestão de Marquinhos Trad, de 2017 a 2022. O ex-prefeito renunciou ao mandato para disputar o Governo do Estado, em abril do ano passado.
Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.
Acompanhe as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.