Contas públicas deixadas por Marquinhos viram assunto na Câmara

Foto: Divulgação/PMCG
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A oposição da Câmara de Vereadores de Campo Grande, protagonizada pelo vereador Marcos Tabosa, (PDT) tem a tradição de enfrentar o ex-prefeito e atual pré-candidato a governador, Marquinhos Trad (PSD), e sempre levantam a pauta que “cofres públicos estariam falidos”, e “números das prestações de contas maquiados”.

No entanto os muitos vereadores, não quiseram se comprometer com o assunto também levantado pelo vereador Papy sobre as contas do executivo não fecharem.

No geral todos afirmaram que deveriam apurar baseado em documentos e uma investigação mais apurada, caso haja irregularidades, mas deixaram claro que hoje não há fatos concretos e vão esperar a prestação de contas do último trimestre.

O presidente da Comissão Permanente de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal, vereador Betinho (Republicanos), disse que na audiência pública que será realizada amanhã (27), às 9h, na Casa de Leis, irá acontecer uma nova prestação de contas, onde o Poder Executivo levará dados atualizados do primeiro quadrimestre de 2022. “Iremos olhar com mais detalhes, e, até onde vimos, existe um equilíbrio nas contas, agora veremos o que virá no relatório que será entregue amanhã”, salientou Betinho que afirmou que até aqui,  baseado nas últimas prestações de Contas nada foi encontrado e nada caracterizado de forma contrária.

Sobre os reajustes vetados pelo Executivo, o parlamentar diz que mantém conversa com as categorias. “A gente até entende porque ficou um tempo sem reajuste devido à pandemia, mas é mais que justo que os servidores tenham aumento. É preciso olhar a capacidade de pagamento”, disse o republicano.

O então secretário de finanças, Pedro Pedrossian, antes deixar o cargo para concorrer ao pleito eleitoral, teria dito que já tem dinheiro em caixa para 13º, informação que o vereador Papy (PSD), disse ser uma responsabilidade que a Prefeitura consegue cumprir.

“Como a arrecadação do Município acontece no inicio do ano, com o IPTU, eles sempre fazem um provisionamento, vai ajuntando durante os meses para terem o recurso no final do ano, é uma técnica feita nas prefeituras”, comentou.

Papy também fala sobre os números gerais da Prefeitura que são confrontados.

“Os dados questionados são os ditos pelo ex-secretário de finanças, a nova secretária e a nova prefeita, Adriane Lopes (Patriota), estão tomando pé da situação e a Câmara irá auxiliar na confrontação desses números. Nós vamos trazer questionamentos dos números que a oposição tem levantado suspeita, é nosso dever como vereadores”, disse o parlamentar.

“Nós iremos confrontar porque esse é o trabalho da Câmara, fiscalizar os números da prefeitura. Faremos isso com muita serenidade, não entrando na pauta eleitoral, simplesmente cumprindo a nossa missão”.

Iremos fazer uma análise do número geral do orçamento público de Campo Grande,

O vereador Marcos Tabosa (PDT), disse que  ex-prefeito fala no interior que deixou R$ 1,5 bilhão aqui em Campo Grande. O parlamentar Papy, disse que acredita que exista uma diferença entre recurso para pagar despesas e recursos de investimentos.

“Os recursos de investimentos próprios, com certeza não tem o valor de R$1,5 bilhão, seria absurdo quase 40% do total arrecadado do orçamento municipal. Se estiver falando de recursos de outras naturezas, como empréstimos feitos, recursos federais, estaduais, aí a gente pode imaginar que seja possível. Para investimento se tem uma despesa enorme na prefeitura, ninguém consegue separar 1,5 bilhão  essa quantia de investimento de caixa própria”.

Segundo Papy, que ocupa a vice-presidência da Comissão de Orçamento, a missão é levantar todos os questionamentos e ir passar para os demais vereadores. “Esperamos esclarecer isso com a sociedade e outros pares”, conclui.

O vereador Valdir Gomes (PSD), comenta que se existir alguma suspeita nas contas, deve ser apurada.

“O que ocorre, é que a gente não sabe o montante destinado para cada obra que as firmas empreiteiras fazem, a gente vê que eles falam que fazem isso e aquilo, só que a gente na verdade não tem esse acompanhamento para saber se realmente o dinheiro é todo aplicado. Agora foram feitas muitas obras, agora se investiram tudo eu não sei”, disse o vereador.

O parlamentar do Podemos, Clodoilson Pires, disse que escuta comentários do colega Tabosa, mas que não tem certeza sobre as coisas que o pedetista aponta.

“Algumas pessoas levantaram uma suspeita nas contas da Prefeitura, não foi a Casa inteira, temos que começar a fazer uma investigação sobre isso, eu acredito que o orçamento desse ano pode nos dar exatamente uma clareza sobre como estão as contas”, finalizou.

A proposta do vereador Tiago Vargas ao tomar conhecimento sobre o suposto “rombo”, nas finanças da administração da Capital é de averiguar através de uma CPI.

“Eu fiquei sabendo através do jornal sobre o investimento de R$1 bilhão de reais em obras feito pelo ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD). É muito dinheiro e teria que ser obras visíveis. Há muitos problemas em obras paradas. Me parece que o vereador Papy afirmou que as contas estão maquiadas. Eu sou defensor da CPI. Sou oriundo da polícia civil e quem não deve, não teme. Eu sou o primeiro a assinar. A população merece ser tratada com respeito. Vamos ver amanhã a respeito desta prestação de contas. Não dá para maquiar uma realidade que não existe. Quem mora na cidade sabe a situação vergonhosa e situações precárias nas unidades de Saúde. Onde foi investido todo este dinheiro?”

A subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos, da Secretaria de Governo e Relações Institucionais, Catiana Sabadin, afirmou ao jornal O Estado que o recurso de R$ 1,5 bilhão deixado pelo ex-prefeito Marquinhos Trad está no Plano Municipal de Gestão Estratégica com garantia de serem aplicados na cidade até 2024. Segundo ela, o montante está todo viabilizado.

Com colaboração da repórter Juliana Brum

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