1º Corpus Christi pós pandemia lota ruas da Capital

Foto: Beatriz Feldens
Foto: Beatriz Feldens

Sal, pó de serra, café, tampinha de garrafa e casca de ovo, são apenas alguns dos materiais criativos que voluntários usaram para montar o tradicional tapete de Corpus Christi, que neste ano tem a maior parte na Av. Afonso Pena.

Na manhã de hoje (16) fiéis se reuniram para preparar tudo para a Missa Campal que acontece às 15h na Praça do Rádio.

O tapete, de 1,3 mil metros, montado por todas as paróquias e comunidades católicas de Campo Grande, contou com a ajuda de crianças, jovens, casais, idosos, eram famílias famílias inteiras unidas para celebrar o data. Com muita animação, louvores eram ouvidos por todos os lados.

Foto: Beatriz Feldens

Quem marcou presença foi o Pe. Reginaldo Padilha, pároco do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que estava emocionado com o retorno da celebração nas ruas.

“Primeiro quero agradecer a Deus pelo belo dia que está fazendo na nossa Capital Morena, um dia lindo, ensolarado, com um céu de brigadeiro, como diz o ditado. Para nós cristãos, essa data é muito importante, pois celebramos a festa do amor de Deus. Jesus sai do Sacrário e toma as ruas da cidade. As 43 paróquias de Campo Grande se reúnem em um só corpo e uma só alma para celebrarem de forma unitária. É um momento único, muito especial e significativo depois de dois anos sem poder realizar essa movimentação de preparação do tapete. Só tenho a agradecer a Deus, muitas pessoas estavam com saudades dessa solenidade e vieram. Muitos jovens, casais, crianças, adultos. Isso reflete a vida comunitária no amor de Deus”, disse o padre.

Foto: Beatriz Feldens

Henrique Barcelos, 22, acólito na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, estava com um grupo de jovens e comentou que está muito feliz e ver a paróquia novamente toda reunida. “Eu gosto muito de participar, gosto dessa ‘festa’, de estar no meio dos meus amigos em Cristo. Chamo todos os jovens a fazerem parte deste momento, venham pra igreja, hoje é um dia muito especial e alegre para nós, católicos”, comentou.

Para o Pe. Rodrigo Menegatti, pároco da Paróquia Divino Espírito Santo, no Aero Rancho, a fé se renova neste Corpus Christi.  “Este momento sempre foi uma manifestação pública da nossa fé em Jesus Eucarístico. Poder manifestá-la publicamente e congregar com as pessoas é muito especial e o coração bate mais forte. A nossa fé é reavivada”, falou o padre Menegatti.

Foto: Beatriz Feldens

Equatoriana, a Irmã Paula Ucho veio para o Brasil há 2 anos e meio e faz parte das Filhas do Sagrado Coração de Jesus e de Maria. A freira salesiana se emocionou com o que presenciou nesta manhã, pois além da celebração voltar após 2 anos, é o primeiro em que ela participa.

“Vejo o povo trabalhando junto nas paróquias, crianças, casais, idosos, adolescentes, todo mundo participa, são famílias inteiras aqui, todos juntos com um só objetivo, que é o amor de Jesus, que nos chama, nos convida no Seu sacramento da Eucaristia. Ele é o corpo e sangue e está sempre presente todos os dias para salvar nossa vida e nossa caminhada. Eu acho muito emocionante o povo está aqui com alegria, com o coração aberto para receber Jesus após a triste pandemia” disse a Irmã.

Da Paróquia São Francisco de Assis, Liane de Araújo disse que já perdeu as contas de quantos tapetes montou, e lembrou daqueles que não puderam estar presente na confecção do tapete, pois partiram durante a pandemia.

“O coração se enche de fé e alegria e sempre agradeço a Deus por este momento. É muito emocionante depois de tudo o que passamos com a pandemia de Covid-19, estarmos todos juntos no mesmo propósito e com a mesma felicidade no coração. Podemos agradecer a Deus por termos passado por tudo isso e estarmos aqui, bem e com saúde, e também de rezarmos por aqueles que não estão mais aqui neste momento”, se emocionou Liane.

Foto: Beatriz Feldens

Com muita alegria no coração e sorrisos pelo retorno da celebração, o Pe. José Soares explicou a importância daquele momento.

“Jesus na Eucaristia sempre nos apresenta, a cada celebração principal da Eucaristia, Jesus se revela, se manifesta, e permanece no meio de nós. Corpus Christi é um gesto dessa contribuição, do reconhecimento daquilo que é a essência da Eucaristia. Essa celebração reúne todos os povos, e aqui, com a particularidade da Igreja Arquidiocesana de Campo Grande, revela esse mesmo amor e carinho de pessoas que com muito amor e sacrifício. As pessoas também querem manifestar essa sua credulidade, de modo que celebrar  a nossa verdadeira comunhão e participação. É um gesto muito bonito”, explanou o padre.

Foto: Beatriz Feldens

Programação

Quem quiser ajudar na montagem do tapete, é só chegar, pegar um dos materiais disponíveis e “colocar a mão na massa”. Às 15h, será celebrada a ‘Santa Missa’ campal, na Praça do Rádio. O encerramento da festa será na Av. Fernando Corrêa, com uma apresentação musical da Comunidade Católica Colo de Deus, às 19h.

Corpus Christi

A Solenidade em honra ao Corpo do Senhor – “Corpus Chisti” –, que hoje celebramos na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, mais precisamente depois da festa da Santíssima Trindade, foi oficializada em 1264 pelo Papa Urbano IV.

De acordo com os registros da Igreja, Santa Juliana de Cornillon, em 1258, teria tido uma revelação onde teria recebido de Jesus o pedido para que fosse introduzida, no Calendário Litúrgico, a Festa de Corpus Domini.

Santa Juliana nasceu, em 1191, nos arredores de Liège, na Bélgica. Essa localidade é importante, e, naquele tempo, era conhecida como “cenáculo eucarístico”. Nessa cidade, havia grupos femininos dedicados ao culto eucarístico e à comunhão fervorosa. Tendo ficado órfã aos cinco anos de idade, Juliana, com a irmã Inês, foram confiadas aos cuidados das monjas agostinianas do convento-leprosário de Mont Cornillon. Mais tarde, ela também virou uma monja agostiniana.

Com a idade de 16 anos, teve a primeira visão. Via a lua no seu mais completo esplendor, com uma faixa escura que a atravessava diametralmente. Compreendeu que a lua simbolizava a vida da Igreja na Terra, a linha opaca representava a ausência de uma festa litúrgica, em que os fiéis pudessem adorar a Eucaristia para aumentar a fé, prosperar na prática das virtudes e reparar as ofensas ao Santíssimo Sacramento.

Durante cerca de 20 anos, Juliana, que entretanto se tinha tornado priora do convento, manteve segredo dessa revelação. Depois, confiou o segredo a outras duas adoradoras da Eucaristia: Eva e Isabel. Juliana comunicou essa imagem também a Dom Roberto de Thorete, bispo de Liége. Mais tarde, a Jacques Pantaleón, que, no futuro, se tornou o Papa Urbano IV. Quiseram envolver também um sacerdote muito estimado, João de Lausanne, pedindo-lhe que interpelasse teólogos e eclesiásticos sobre aquilo que elas estimavam.

Foi precisamente o Bispo de Liége, Dom Roberto de Thourotte, que, após hesitações iniciais, aceitou a proposta de Juliana e das suas companheiras, e instituiu, pela primeira vez, a solenidade do Corpus Christi na diocese, precisamente na paróquia de Sainte Martin. Mais tarde, também outros bispos o imitaram, e foi estabelecido a mesma festa nos territórios confiados aos seus cuidados pastorais. Depois, tornou-se festa nacional da Bélgica até ganhar o mundo.

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