Dois vereadores foram presos em operação anticorrupção

Foto: Reprodução/Hosana de Lourdes/Tudo do MS
Foto: Reprodução/Hosana de Lourdes/Tudo do MS

Na manhã desta quarta-feira (07), três suspeitos foram detidos durante a terceira fase da Operação Dark Money, que apura esquema de corrupção na Prefeitura Municipal de Maracaju, durante a gestão de 2019 a 2020. Entre os alvos da operação, estão dois vereadores de Maracaju, município localizado a 153 km de Campo Grande.

Hélio Albarello (MDB) e Laudo Sorrilha Brunet (PSDB) são dois dos oito atuais vereadores afastados pela Justiça no âmbito da operação que investiga pagamento de mensalinho em troca de apoio na gestão do ex-prefeito Maurilio Azambuja (MDB). O terceiro suspeito é filho de um dos vereadores, conforme apuração do jornal Dourados News.

Antônio João Marçal de Souza (MDB), João Rocha (MDB), Robert Ziemann (PSDB), Ilson Portela (União Brasil), Jefferson Lopes (Patriota) e Ludimar Portela (MDB), também tiveram os mandatos cassados devido à investigação.

As investigações, que tiveram início no ano passado, apuram desvios de mais de 23 milhões de reais da Prefeitura Municipal de Maracaju, durante a gestão municipal do período de 2019 a 2020.

O esquema

De acordo com informações da delegada da Dracco (Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), Ana Cláudia Medina, o esquema criminoso utilizava pagamentos realizados a partir de uma conta clandestina, que foi aberta em nome da prefeitura municipal do município, sem conhecimento ou auditoria dos órgãos de controle.

As propinas eram pagas por ordem do ex-prefeito, Maurílio Azambuja (PSDB), com o consentimento de outros servidores e integrantes da gestão municipal. Além de afrouxar a fiscalização das contas da Prefeitura pela Câmara, as propinas serviam para aprovar projetos, leis que eram de interesse da Prefeitura.

O esquema se assemelha ao conhecido caso “Mensalão”, que era operado em nível federal em tempos passados. No âmbito municipal, durante o período investigado, foi identificado que 11 dos 13 vereadores que integravam a Câmara Municipal, teriam recebido os pagamentos indevidos oriundos dos desvios promovidos criminosamente nas verbas da Prefeitura.

Os valores recebidos por cada vereador variavam de acordo com a influência e participação de cada um na gestão. Por exemplo, o exercício da função da presidência, justificava um recebimento de um valor maior do que os outros recebiam de acordo com o que foi apurado. Em apenas um ano, os pagamentos identificados aos vereadores chegam às cifras de R$1.374.000,00.

Os pagamentos eram feitos por meio de cheques, recebidos diretamente pelos parlamentares, ou por terceiros (“laranjas”) indicados por eles. Algumas vezes as propinas eram repassadas em dinheiro vivo, para dificultar a fiscalização e o rastro dos pagamentos.

A operação

A primeira fase da operação foi deflagrada em 22 setembro de 2021, que culminou com a prisão temporária de servidores e ex-servidores, incluindo ex-secretário municipal e ex-prefeito da cidade de Maracaju.

Já na segunda fase, realizada ainda em 2021, as prisões temporárias foram convertidas em preventiva, bem como, outros investigados acabaram sendo presos, envolvidos no esquema de corrupção que lesaram os cofres do município de Maracaju.

Nessa nova fase das investigações, foi identificado complexo esquema de pagamento de propina a vereadores municipais durante os meses de dezembro de 2019 e novembro de 2020. Dentre os onze vereadores investigados, oito encontram-se em exercício de mandato eletivo na atual legislatura.

Foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão, que tiveram como alvo os vereadores investigados, nas cidades de Maracaju e Rio Brilhante. Também foram alvos da investigação os demais envolvidos, que foram utilizadas como “laranjas” pelos parlamentares para o recebimento das vantagens indevidas.

Foi deferida também a suspensão dos mandatos dos investigados que estão em exercício do mandato eletivo na Câmara Municipal. Os vereadores foram intimados e tomaram ciência da decisão judicial nesta quarta-feira (07). Devido às intimações, eles tiveram seus mandatos suspensos e estão impedidos de exercer suas funções.

A operação contou com a participação de mais de 100 policiais civis das Delegacias locais. Além do apoio do Departamento de Polícia da Capital, do DPE (Departamento de Polícia Especializada), do DPI (Departamento de Polícia do Interior) e de equipes policiais especializadas do Dracco.

Com informações do jornal Dourados News

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