Artistas de Campo Grande defendem que vivemos em uma Capital musical

Tetê Espíndola Campo Grande
Imagem: Divulgação

Por Méri Oliveira

Campo Grande é uma bela cidade, com ruas largas, bem arborizadas e é de uma diversidade musical que impressiona, mas nos últimos anos, o que caiu no gosto do povo, mesmo, foram as duplas sertanejas e, assim, a Capital acabou se tornado um celeiro desse estilo musical, muito embora outros nomes também se destaquem. O jornal O Estado foi conversar com alguns desses artistas e te traz agora o que eles disseram; confira.

João Bosco & Vinícius

A dupla João Bosco & Vinícius estourou em todo o Brasil e hoje faz shows até fora do país, mas o início foi com apresentações em festas universitárias, principalmente na região da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco). O cantor Vinícius conta que, por onde a dupla passa, faz questão de afirmar que são de MS. “Temos o maior orgulho de falar que somos de MS, que começamos nas festas de universidades da região de Campo Grande, quando alguém acha que somos de Ribeirão Preto, cidade que escolhemos viver, a gente gosta de pontuar que somos mesmo do Mato Grosso do Sul. Amamos a cultura, a comida, o clima, as pessoas, voltar para a região para visitar nossos parentes é ter a sensação de chegar em casa e tirar o tênis, sabe? Relaxar e nos sentir bem!”

Loubet

Loubet, que vem se destacando na cena nacional, também fala da terrinha. “Eu amo o meu MS! Eu saio, vou fazer shows por esse Brasilzão, mas quando volto, eu tenho a gostosa sensação de estar na minha terra, o cheiro, o calor, as músicas. Tanto que pra onde vou, levo meu tereré, minha erva e essa é a forma de me manter sempre perto. Eu tenho orgulho de morar aqui e de ser daqui, por isso levo o nome para todo o país, enaltecendo a agricultura e também as relações amistosas com nossos conterrâneos.”

Diva-mor

Tetê Espíndola, um dos maiores nomes da música sul mato-grossense, dispensa apresentações e, neste ano, na véspera do aniversário de Campo Grande, fará a gravação de seu DVD ao Vivo “Acústicas da Natureza”, no Teatro Glauce Rocha.

Ela afirma que uma série de coincidências a fizeram considerar a gravação, principalmente após receber um convite do maestro Eduardo Martinelli, em fevereiro deste ano, para se apresentar com a Orquestra Sinfônica de Campo Grande. “São 44 anos de carreira, depois de dois anos e meio sem tocar; 40 anos do LP simbólico que é o ‘Pássaro na Garganta’, 40 anos de um projeto meu chamado ‘Tetê Acústica’, que foi feito no Municipal de São Paulo, então essas são umas coincidências do destino que me fizeram pensar: não, eu não vou perder essa oportunidade de gravar um novo álbum neste momento.”

Sobre a gravação, que será realizada “em casa”, ela afirma: “Há sete anos que eu não me apresento na minha cidade tão querida, tão amada, cidade da minha família, a maioria dos meus irmãos está aí. Para mim é uma alegria muito grande poder tocar de novo na minha cidade natal, e num projeto tão importante onde a minha composição vai ser mostrada num evento de música clássica”, dispara.

Maria Cecília & Rodolfo

A dupla começou com dois amigos que decidiram cantar juntos e, hoje, formaram uma família e seguem juntos na música. Falam da Cidade Morena com um carinho todo especial. “Campo Grande é a nossa terra! Somos apaixonados por essa cidade e a cultura tão particular do nosso Estado, rica e cheia de belezas. Nossa terra tem história e tem encantos!”

Maria Cecília e Rodolfo também exaltam o nome da terra natal sempre que podem. “Fazemos questão não apenas de enaltecer, mas de manter viva essa cultura em nós e nas nossas músicas. Foi aí em Campo Grande onde registramos uma das recordações mais lindas da nossa carreira, que foi a gravação do DVD ‘Maria Cecilia e Rodolfo Com Você’, com o Parque das Nações Indígenas completamente lotado. Agradecemos não só as memórias carregadas de afeto, mas o que a nossa terra fez por nós e por tantos outros artistas. Campo Grande é e sempre será gigante em nossos corações”, concluem.

Destaque nas composições

Mas não é só nos palcos que Campo Grande se destaca e chega aos ouvidos de outros estados e – até – países: a parte de composição também é importante para quem canta sucessos, pois é ela que dá origem aos hits que “grudam” nas mentes dos brasileiros que estão além das divisas de MS. “Eu e o Marco somos uma dupla de cantores e compositores, Victor Gregório e Marco Aurélio, e nosso trabalho vem dando certo, acredito, por termos os mesmos objetivos, e acredito que por gostarmos muito do que fazemos e de trabalhar muito”, afirma o cantor e compositor Victor, que com Marco Aurélio, seu parceiro de dupla, tem mais de mil canções já gravadas.

Marco Aurélio enumera alguns dos nomes que já gravaram composições da dupla. “A gente tem mais de mil músicas gravadas com vários artistas – vários que a gente sabe, vários que a gente não sabe –, desde Rio Negro & Solimões até a turma mais nova, Rafa e Léo, daqui, passando por Zezé Di Camargo, são músicas gravadas pelo Zezé e Luciano, pelo Luan Santana, Gustavo Lima, Maiara e Maraísa, Munhoz & Mariano, Maria Cecília e Rodolfo, Guilherme Santiago, Trio Parada Dura, Jorge & Mateus, Mato Grosso & Matias, Matão e Matias, Cristiano Araújo… vários amigos gravaram nossas músicas.”

E Victor, em consonância com o amigo, afirma: “Fazemos músicas para todo mundo, porém iniciamos em casa, gravando nossas composições com artistas locais, artistas incríveis do nosso Estado, e aí continuamos trabalhando e acreditando sempre que cada música que fazemos irá encontrar o caminho para o qual é escrita, e esse é um detalhe que só Deus sabe. A nossa missão é receber o que ele nos manda colocar no papel, unir letra e melodia e transmitir para o nosso universo.”

Orgulho de ser de MS

Munhoz, que faz dupla com Mariano, relembra da época em que a dupla “estourou” no país inteiro, por causa da participação no quadro “Garagem do Faustão”. “Campo Grande é a nossa cidade natal, que abraçou o projeto, a ideia e o sonho de Munhoz & Mariano. Daí a gente saiu para o Brasil inteiro, quando a gente chegou no Garagem do Faustão, eu lembro que a cidade inteira se mobilizou, votando na gente, acreditando na gente, então eu não tenho nem como mensurar o que Campo Grande foi para nós, porque a gente tem um carinho e um orgulho muito grande da nossa cidade, a gente bate no peito e fala que a gente tem orgulho de ser sul-mato-grossense. Quando a gente faz show no interior do nosso Estado, a gente sobe no palco como se estivesse cantando em Campo Grande”, finalizou.

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