A Interpol anunciou, na terça-feira (18), os resultados de uma megaoperação realizada no Brasil e em outros 14 países da América Latina entre 12 de março e 2 de abril. Batizada de Trigger 9, a operação foi o maior esforço já feito pela organização contra o tráfico de armas.
Segundo a organização, que tem sede em Lyon (França), a ação foi responsável por 14.260 prisões que atingiram cerca de 20 grupos do crime organizado na região.
A participação do Brasil na Operação Trigger IX resultou na apreensão de 4.677 armas de fogo, 147.954 munições, 15.195 quilos de entorpecentes, 41.231 fiscalizações/abordagens de pessoas, 6.167 pessoas detidas por crimes diversos e 345 veículos apreendidos, números estes em fase final de totalização.
No total, a megaoperação internacional ainda apreendeu 8.263 armas e mais de 305 mil unidades de munição, além de 203 toneladas de cocaína, avaliadas em US$ 5,7 bilhões (cerca de R$ 28,6 bilhões), e de 372 toneladas de precursores de drogas, ou seja, de substâncias utilizadas na fabricação da cocaína.
“O fato de que uma operação visando armas de fogo ilícitas ter resultado em apreensões tão maciças de drogas é mais uma prova de que esses crimes estão interligados”, declarou o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock.
Para realizar a megaoperação, a entidade montou um centro operacional em Foz do Iguaçu (no Paraná), na região da tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai.
Para o local foram enviados especialistas em armas dos vários países envolvidos na Trigger 9, que auxiliaram nas ações da linha de frente e permitiram a verificação cruzada das informações levantadas pelas equipes de inteligência.
As ações coordenadas por essa equipe, segundo a Interpol, levaram à prisão de membros de organizações criminosas ligadas ao tráfico de armas, como a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), a Mara Salvatrucha, de El Salvador, e o Cartel dos Balcãs, considerado um dos principais grupos de tráfico de armas e de drogas da Europa.
Em uma das pontas da Ponte Internacional da Amizade, na fronteira entre Brasil e Paraguai, policiais utilizaram scanners portáveis para vistoriar carros, motos e pedestres. Uma mulher de 32 anos foi presa na fronteira terrestre entre os dois países com oito pistolas e 16 carregadores colados em seu corpo.
Autoridades no Brasil e no Paraguai fecharam várias lojas de armas de fogo após a identificação de transferências irregulares e vendas não licenciadas.
De acordo como boletim da Interpol sobre a megaoperação, 11 vítimas de tráfico internacional de pessoas foram resgatadas no Paraguai.
Na Colômbia, um cidadão venezuelano que era parte da Lista Vermelha da Interpol por terrorismo e tráfico de armas foi preso. E no Uruguai, 100 mil peças de munição traficadas internacionalmente por dois cidadãos europeus foram apreendidas.
“Armas de fogo ilícitas são utilizadas por criminosos para cometer roubos à mão armada e assassinatos, e também estão estreitamente associadas à proliferação de uma ampla gama de outros crimes, utilizando as mesmas rotas de tráfico”, disse a Interpol em nota sobre a relação íntima entre o tráfico de armas, de drogas e de pessoas, e crimes ambientais.
A operação envolveu 15 países – Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai – e mais de 100 agências policiais desses países, além do Escritório para Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos dos EUA. Acesse também: Instabilidades provocam frente fria com mínima de 10°C em MS
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Com informações da Folhapress, por Fernanda Mena
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