“Uma jornada congelante”! Nova montagem da Cia Arte Boa Nova traz para os palcos adaptação da animação ‘Frozen’

Foto: arquivo pessoal
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“Em um reino coberto de neve, duas irmãs enfrentam desafios que vão além do inverno”. Esse é parte do enredo da nova peça da Companhia Arte Boa Nova, ‘Uma Jornada Congelante: A Verdadeira Transformação”, espetáculo que teve sua origem baseada na história de ‘Frozen’. A peça já estreou em Aquidauana no último fim de semana, e segue com temporada em Dourados neste sábado (22), Campo Grande no fim do mês e em abril, encerrando em Parnaíba, também em abril.

O elenco conta com mais de 20 componentes, entre atores e técnicos, direção de Felipe Trindade, texto de Jessica Peixoto, coreografias de Chico Neller, diretor do ‘Ginga companhia de dança’, coordenação geral de Nelson Peixoto, dramaturgo e diretor sul-mato-grossense, responsável por mais de vinte e cinco montagens teatrais inéditas. Todo ano a Companhia Arte Boa Nova realiza dois espetáculos, um voltado para o público adulto e outro para o público infantil.

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Conforme a companhia, ‘Uma Jornada Congelante: A Verdadeira Transformação’ não é apenas uma reprodução da animação ‘Frozen’. “Trata-se de uma peça teatral única, com elementos adaptados e uma nova abordagem que traz reflexão, emoção e humor. Além disso, nossa produção conta com músicas cantadas ao vivo pelos atores, tornando a experiência ainda mais especial”, disse o diretor Felipe Trindade, ao jornal O Estado.

Na adaptação, as irmãs descobrem que o verdadeiro poder não está na magia, mas na coragem de aceitar quem realmente são, com toques de humor, que farão o público se emocionar e refletir sobre a jornada inspiradora, que mostra que a transformação começa dentro de cada um, e que fugir das dificuldades não fazem que elas desapareçam.

Adaptação x original

A própria animação da Disney é uma adaptação do conto ‘A Rainha da Neve’, de Hans Christian Andersen (mesmo autor de ‘A Pequena Sereia’), publicado em 1844. O conto gira em torno do bem e do mal, a frieza da razão contra o calor do coração humano. Assim como na animação, a peça será voltada para a transformação das irmãs. Conforme Felipe, existem muitos elementos inéditos no espetáculo.

“Principalmente em relação ao filme, mas também, como produção teatral, trouxemos alguns elementos de outras peças”.

“A maioria das pessoas, especialmente pais e crianças, já conhece a história original deste maravilhoso clássico da animação infantil. Por isso, a responsabilidade e a ousadia de recontá-lo elevam ainda mais a grandiosidade desse projeto”, destaca a autora do texto, Jéssica Peixoto.

Como é de costume da Arte Boa Nova, a peça trará uma mistura de humor e muita reflexão. Segundo o diretor, esse tipo de dinâmica é trabalhada com muito cuidado durante a encenação, simultaneamente ao texto de Jéssica, o lado criativo do elenco e a visão do próprio diretor.

“O humor surge de maneira natural, de acordo com aquilo que o contexto sugere, tornando os momentos mais leves e acessíveis para todas as idades”, explica. “Já a emoção e a reflexão aparecem nos conflitos internos das personagens, na jornada de autodescoberta e também nos desafios enfrentados por eles. Equilibramos esses elementos por meio do ritmo das cenas, do trabalho corporal dos atores, iluminação e do uso da trilha sonora, garantindo que cada momento tenha o impacto desejado e passe a mensagem esperada”.

Reflexão

Respeitar e entender nossas próprias personas é um dos pontos-chave do espetáculo. “Cada personagem enfrenta, à sua maneira, o desafio de se aceitar e entender que o que importa é o temos/somos por dentro”, enfatiza Felipe.

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“O aspecto mais sublime desta obra é a sua mensagem sobre a importância de se aceitar como realmente somos, sem medo ou vergonha de ser diferente. Afinal, é na diversidade que reside a nossa singularidade e beleza”, reforça Jéssica.

Felipe ainda comenta que o próprio texto mostra as consequências da não aceitação. “No texto mostra que fugir ou reprimir quem somos só aumenta os conflitos internos. Isso se traduz na experiência do público porque muitos se identificam com essa jornada, seja por já terem passado por algo semelhante ou por conhecerem alguém que vive essa dificuldade. Além disso, a construção das cenas permite que essa mensagem seja absorvida de forma leve, natural e envolvente”.

“Precisamos ter coragem para abraçar nossa verdadeira essência, pois cada um de nós é único – e isso é extraordinário”, complementa a autora.

Construção

Outro ponto de desafio para a companhia foi a criação da ambientação, ou seja, eu reino coberto de neve em pleno calor pantaneiro.

“Dentro das nossas possibilidades, criamos um universo visual que transporta o público para esse reino gelado sem depender de recursos grandiosos. O cenário combina alguns elementos simbólicos para dar a sensação de frio, imensidão e poderes de gelo. A iluminação tem um papel crucial, com tons frios e efeitos de luz que simulam neve e magia. Já o figurino segue essa estética, que remete ao gelo, ao inverno e ao contexto da história”, explica o diretor.

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Passar a ‘magia’ da história para os palcos foi um desafio. “Com certeza, um dos maiores desafios foi trazer os efeitos visuais dentro do teatro, já que é uma história de muita magia envolvida e trazer tudo isso dentro das possibilidades do teatro e com um ‘toque especial de Arte Boa Nova’. Superamos tudo isso com muito trabalho em equipe, criatividade e testes até encontrar soluções que funcionassem artística e tecnicamente dentro das nossas possibilidades”.

Agora, a expectativa é que o público saia inspirado e reflexivo sobre a importância da aceitação, desafios e coragem. “Além disso, quero que as pessoas sintam que viveram uma experiência mágica, com momentos de riso, emoção e encantamento. A nossa ideia é conseguir tocar o coração de cada espectador e fazer com que eles sintam a experiência do teatro de forma única e que voltem mais vezes”, diz Felipe.

“Vivemos tempos de muitas mudanças e desafios, e é comum sentir vontade de evitar certas situações ou “fugir” delas, e a peça nos lembra que, por mais difícil que seja, encarar nossos medos e lidar com nossas próprias emoções é o caminho para crescer e encontrar paz. Essa mensagem é atemporal, mas isso não significa que não seja primordial nos tempos atuais”, finaliza.

O grupo

O ‘Arte Boa Nova – uma nova dimensão em teatro’, fundado em 1989 em Campo Grande-MS, surgiu inspirado pelos valores da Ciência, Filosofia e Religião Espírita, com objetivo de compartilhar com o público uma mensagem de otimismo, reflexão e entretenimento, acreditando que a arte desempenha um papel vital no desenvolvimento cultural, intelectual, emocional e moral do ser humano. Ao longo dos anos, A Arte Boa Nova tem se consolidado como uma referência no cenário artístico de Mato Grosso do Sul, reconhecida pelo cuidado estético e pela clareza de suas mensagens, sempre acessíveis e pensadas para envolver toda a família. Cada espetáculo é uma oportunidade de aproximar o público da beleza e profundidade que o teatro oferece, além de incentivar o diálogo sobre temas espirituais e humanos. O grupo conta com o apoio cultural de diversas entidades, como a Federação Espírita de MS, Arquitécnica Ltda., Nartec – Núcleo de Arte Espírita de Campo Grande, Fundação Chico Xavier, Espaço SAE – Saúde, Arte e Espiritualidade e Teatro Allan Kardec.

Serviço

“Uma jornada congelante” será apresentada neste sábado (22) em Dourados, às 15h e às 18h, no Cine Auditório da reitoria da UFGD.

As apresentações em Campo Grande serão realizadas nos dias 29 e 30 de março e 05 e 06 de abril, no Teatro Allan Kardec, aos sábados, às 16h e 19h30, e aos domingos, às 15h e 18h30. Já em Paranaíba, a apresentação será dia 26 de abril, às 18h, no auditório da Fipar.

Ingressos e informações:
www.arteboanova.com.br
Instagram: @arteboanova_

 

Por Carolina Rampi

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