No Natal da comunidade, simplicidade vem do coração e esperança é o maior dos “presentes”

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Foto: O Estado Online

Não é necessariamente que quem leva uma vida simples significa ter um espírito natalino mais forte e verdadeiro. Entretanto, moradores da comunidade Morro do Mandela, no bairro Isabel Garden, em Campo Grande, têm o coração ainda mais aberto na época do Papai Noel. Por lá, a esperança se torna o maior dos “presentes” – e eles dividem isso com um sorriso no rosto.

O ano de 2021 – que em uma semana escreverá sua última página – não encerrou ainda a “temporada” da COVID-19. Com ela, vieram adversidades econômicas e sociais, especialmente para quem tem tão pouco. Mesmo assim, uma lição valiosa é compartilhada por uma senhorinha simpática e de olhar cativante. Dona Lourdes Riquelme, 53 anos, revelou o que sente no seu coração do mesmo jeito que abriu sua casa de madeira e lona.

“Por aqui ser favela pensam que vivemos na tragédia. Realmente passamos por certas dificuldades, mas elas não são tudo. Nossa comunidade é formada por pais e suas crianças, estudantes, homens trabalhadores e mulheres guerreiras. Gente que batalha. Somos simples, mas nosso amor nutre e alimenta”.

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Dona Lourdes manda o recado: “somos gente que batalha… só procuramos mais dignidade”. Foto: O Estado Online

São 175 famílias que vivem ilegalmente em um terreno de posse da Prefeitura de Campo Grande. E todas elas desejam fazer um único pedido ao Papai Noel: ter uma casinha própria.

“Aqui não falta espaço e a gente se ajuda pra caramba. Entretanto, o que mais queremos é um lar para chamar de nosso. Não estamos aqui porque queremos, mas porque precisamos. Se o Poder Público nos desse a oportunidade de nos mudarmos dignamente…”, afirma a vice-líder da comunidade, Sandra dos Reis Araujo, 32 anos.

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Vizinhos, entre mães e crianças, reunidas para o registro da nossa equipe de reportagem. Foto: O Estado Online

Graças a uma doação privada, beneficente, vai ter panetone e gole de refrigerante para os pais e a criançada se deliciarem – porém uma ceia natalina tradicional, farta, vai ficar na expectativa para o ano que vem.

“Infelizmente não deu para todo mundo. Depende da necessidade, mas no geral ganhamos arroz, feijão, óleo, macarrão, leite, manteiga… o básico”, conta Jessica Tomiati, 28 anos.

É como diz o ditado: “a esperança é a última que morre”. Na fé de que dias melhores virão, a vida simples e o coração resistente continua para os campo-grandenses que têm moradia na comunidade Morro do Mandela. Mas você também pode ajudar a dar uma “aquecida” para esse povo resiliente.

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Geladeira está “cheia”, mas é de leite, panelas vazias, e PETs com água gelada. Foto: O Estado Online

Doe mais que esperança

O grupo AME (Amparo Move a Esperança) é o responsável por receber as doações que chegam à comunidade Morro do Mandela. Alimentos, brinquedos, fraldas, produtos de higiene pessoal e o que “der na telha” são os mais pedidos.

Para ajudar, basta encaminhar a sua doação até a rua Elmira Ferreia de Lima, entre as ruas Manoel Moreira e Pedro Batistote, no bairro Parque Isabel Garden, caminhos para o Jardim Presidente. Há sinalização do AME, e o horário indicado é o comercial.

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“Esperança é a última que move”: povo do Mandela mostra resiliência em pleno Natal. Foto: O Estado Online

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