Música: Bro MC’s marca presença na trilha sonora do EA Sports FC 25 com a canção “JARAHA”

Foto: divulgação
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Faixa do Bro MC’s tem colaboração de Alok além de Billie Eilish, Jack White, entre outros

 

Na última quinta-feira (27), o grupo de rap indígena Bro MC’s, composto por jovens da aldeia Jaguapiru em Dourados, fez história ao ter sua música “JARAHA” integrada à trilha sonora oficial do EA Sports FC 25, um dos jogos de futebol mais respeitados e reconhecidos pela FIFA. A faixa, criada em colaboração com o DJ Alok, mescla influências da cultura guarani-kaiowá com batidas eletrônicas, trazendo à tona elementos tradicionais indígenas e celebrando a rica herança cultural do povo.

A música “JARAHA” revela a dura realidade dos povos indígenas do Mato Grosso do Sul, tanto no passado quanto no presente, e clama pela valorização do canto de batalha em prol da retomada do “tekohá” — um conceito nativo que se refere ao local sagrado de origem e pertencimento, onde os Guarani podem viver de acordo com sua tradição. Este marco é especialmente significativo, pois é a primeira vez que músicos de Mato Grosso do Sul integram a trilha sonora do game.

A participação em um jogo com visibilidade internacional amplia ainda mais o alcance da mensagem que o Bro MC’s tem transmitido ao longo dos anos. “A música é uma forma de comunicar ao mundo que os povos indígenas são contemporâneos, estão presentes na sociedade atual e têm muito a contribuir”, destaca Clemerson Batista Integrante da banda. “A inclusão em EA Sports FC 25 não é apenas uma conquista musical, mas também cultural, levando as questões indígenas brasileiras para uma audiência global”, completa.

Ao lado deles, músicos de renome internacional, como Billie Eilish, Coldplay, Jack White, J Balvin, entre outros, estão na trilha sonora do jogo. Os brasileiros Vintage Culture, com a música “Weak”, e Nonô, com a canção “Vem!”, também fazem parte da trilha. Ao todo, 117 músicas de artistas de 27 países animarão as partidas de futebol do EA Sports FC 25.

“Desde que a trilha sonora foi introduzida pela primeira vez na edição do jogo de 1997, ela se tornou um momento cultural no calendário musical e uma plataforma para muitos artistas emergentes cujas carreiras decolaram após a participação na playlist”, escreveu a produtora no comunicado oficial.

Sobre o grupo

Desde sua fundação em 2009, o Bro MC’s tem se destacado no uso do rap como um meio de resistência e ativismo, abordando temas essenciais como a preservação da cultura indígena, a luta contra o preconceito e a defesa dos direitos das populações originárias. Reconhecido como o grupo de rap indígena mais antigo do Brasil, seus membros — Clemerson Batista, Bruno VN, Kelvin Mbaretê e Charlie Peixoto — utilizam suas músicas para dar voz às experiências e batalhas dos povos indígenas, ao mesmo tempo em que celebram e reafirmam sua rica identidade cultural.

O grupo Bro MC’s já alcançou reconhecimento significativo, apresentando-se em eventos tanto nacionais quanto internacionais. Suas músicas, frequentemente compostas em guarani e português, estabelecem um diálogo poderoso com a juventude indígena e urbana, destacando a força e a vitalidade das culturas originárias. Com a faixa “JARAHA”, o grupo continua a impactar novos públicos e a reafirmar seu papel como pioneiros no cenário do rap indígena brasileiro.

As músicas da banda abordam temas como conflitos com fazendeiros, demarcação de terras, alta densidade populacional, violência e preconceito, refletindo a realidade enfrentada por suas comunidades. O grupo busca mostrar ao mundo não apenas as dificuldades, mas também a rica cultura das etnias indígenas de Mato Grosso do Sul.

Para o mundo

No último sábado (28), o grupo se apresentou no evento Global Citizen, no Central Park, Nova Iorque. Ao lado do DJ Alok e de artistas indígenas como Célia Xakriabá, Mapu Huni Kuin e Owerá, o grupo destacou a rica cultura indígena brasileira em um evento que reuniu grandes nomes da música e defensores de causas globais.

O grupo aprensentou quatro faixas do álbum “O Futuro É Ancestral”. sendo uma delas, “Jaraha”, do Brô MC’s, música temática do game e que também fala sobre as pautas do movimento índigena em Mato Grosso do Sul.

O album é um projeto abrangente do Instituto Alok, que visa destacar a importância da cultura indígena e promover solidariedade em relação aos direitos dos povos originários do Brasil. O programa apoia ações sociais e ambientais nas aldeias, além de iniciativas culturais que ampliam a visibilidade dessas comunidades.

Essa não é a primeira vez que os Brô MC’s se apresentam em palcos de grande prestígio. No ano passado, tocaram na ONU, diante de importantes líderes mundiais, e em 2022 participaram do Rock In Rio.

O Instituto Alok também apoiou a criação do AYUVÚ Records, um estúdio de música localizado na Reserva Indígena Francisco Horta Barbosa, nas aldeias Jaguapiru e Bororó. O nome AYUVÚ significa “som” em referência ao som ancestral.

O estúdio oferece ao Brô MC’s a oportunidade de criar e produzir suas próprias músicas com a infraestrutura adequada, permitindo que eles gravem suas vozes e instrumentos com autonomia.

EA SPORTS FC™ 25

Os fãs de futebol podem esperar uma experiência imersiva no EA SPORTS FC™ 25, que inclui as principais competições de clubes europeus e sul-americanos. Os jogadores poderão participar de torneios renomados como a UEFA Champions League, UEFA Europa League e a CONMEBOL Libertadores, entre outros, com uma apresentação visual autêntica e comentários personalizados.

Além disso, o jogo permite que os usuários comandem clubes icônicos como River Plate, Boca Juniors e Flamengo, reforçando o compromisso da EA SPORTS em oferecer uma visão abrangente do futebol global. Com uma variedade robusta de ligas e competições, o EA SPORTS FC™ 25 se posiciona como uma nova referência nos jogos de futebol, unindo paixão pelo esporte e inovação tecnológica.

A trilha sonora do jogo EA Sports FC 25 reflete a diversidade global da música, e a participação dos Bro MC’s reforça a importância da representatividade indígena no cenário artístico. Essa nova etapa na trajetória do grupo é um testemunho do poder transformador da música, unindo o local e o global e ampliando as vozes indígenas em uma das plataformas de entretenimento mais populares do mundo.

 

Por Amanda Ferreira

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