Coluna Conectado, de João Bosco Martins

Foto: Acervo pessoal
Foto: Acervo pessoal

O agro

O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 1,9% no primeiro trimestre de 2023, somando R$ 2,6 trilhões. Na comparação com o mesmo período de 2022, a alta foi de 4%, segundo dados divulgados pelo IBGE. O crescimento de 21,6% da agropecuária, que teve a maior alta para o setor desde 1996, foi o principal fator para o resultado.

O setor responde por cerca de 8% de toda a economia do país. O avanço do PIB, que veio acima das projeções do mercado, representa uma forte aceleração em relação aos números observados no último trimestre do ano passado, quando o PIB teve uma queda de 0,1%, segundo dados revisados do IBGE. O presidente Lula, em suas redes sociais, disse que os dados de crescimento do PIB, no trimestre, “comprovam que o país está melhorando”.

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A balança comercial registrou superávit de US$ 11,378 bilhões em maio, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Com isso, o país exportou mais do que importou no mês, cenário beneficiado pela safra de soja e pelas exportações de petróleo e de minério de ferro.

O resultado representa o maior superávit para todos os meses, desde o início da série histórica, em 1989. Também representa mais do que o dobro do saldo positivo em maio do ano passado, que totalizou US$ 4,958 bilhões.

Decisões

…Enquanto isso, duas decisões importantes passaram pelo Senado, nesta semana. Os parlamentares aprovaram, em votação simbólica, a medida provisória (MP) que recria o Bolsa Família com valor mínimo de R$ 600 por família, além dos adicionais por criança e dependente e o Auxílio Gás. O texto agora vai à sanção do presidente Lula.

O Senado também aprovou o projeto de lei que determina igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função, com multa correspondente a 10 vezes o valor do novo salário ao empregado que não recebeu a quantia correta. O texto foi aprovado em votação simbólica e seguiu para sanção presidencial.

Reestruturação

Ainda na semana, aconteceu, no último dia (sexta-feira, 2), mas sem estresse. Foi assim que o Senado aprovou, por 51 votos a 19, a medida provisória que reestrutura administrativamente o governo. O senador Jaques Wagner (PTBA), relator da MP, manteve o mesmo texto aprovado pelos deputados, para evitar que a matéria voltasse à Câmara.

A votação aconteceu sob a tutela do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tem agido como para-choque do governo: colocou um freio na tramitação do projeto que derrubou partes do decreto do saneamento e sinalizou que vai desacelerar as discussões do marco temporal, aprovado pela Câmara. O texto aprovado pelo Congresso é diferente da MP editada em janeiro por Lula e, por isso, ainda precisa ser submetido à sanção presidencial.

Sócio

Para evitar novas crises, Lula vai ter de incorporar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), como sócio do seu governo. Esse recado foi passado pelo silêncio pós-aprovação da MP e pela declaração de Lira de que agora “o governo vai ter que andar com suas pernas” e “não haverá nenhum tipo de sacrifício” da Casa.

A jornalista Malu Gaspar ouviu que a crise colocou o governo em uma nova e imprevisível fase, na qual o centrão deverá assumir cargos-chave e maior controle sobre o orçamento de emendas discricionárias.

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E a conta já está sendo cobrada. O centrão quer controlar o Ministério da Saúde, comandado por Nísia Trindade, com um orçamento de mais de R$ 183 bilhões. Lula, no entanto, disse que só fará uma reforma ministerial se houver uma “catástrofe”.

“Na prática, Lula sabe que terá de oferecer um vultoso ‘dote’ para selar uma aliança com Lira, se quiser aprovar projetos de seu interesse. E a oferta não precisa ser necessariamente para o PP, mas para um nome indicado pelo presidente da Câmara.”

Baque

Se nessa semana o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conseguiu se impor ao governo, também sofreu um duro baque. A Polícia Federal fez uma megaoperação em quatro Estados e no DF, contra pessoas ligadas a ele. Todos são acusados de participação em uma fraude de R$ 8 milhões, revelada pela “Folha”, envolvendo a compra superfaturada de kits de robótica pelo MEC, durante o governo de Jair Bolsonaro.

O principal alvo foi Luciano Cavalcante, ex-assessor do pai de Lira, levado pelo deputado, em 2017, para a liderança do PP na Câmara, onde ele está lotado, até hoje. Cavalcante e sua mulher, Gláucia, seriam a ligação entre Lira e a empresa Megalic, contratada para fornecer os kits.

CPF

Arthur Lira procurou se distanciar do apadrinhado. Em entrevista ao “Estúdio i”, da “GloboNews”, ele negou se sentir pressionado pela operação. “Eu não vou roer essa corda, vou me ater a receber informações mais precisas e cada um é responsável pelo seu CPF, nesta terra e neste país”, afirmou.

Cofre

Uma das imagens mais marcantes da ação da PF foi um cofre abarrotado de notas de real e dólar e com uma cartela de remédios para disfunção erétil, encontrado no endereço de um dos aliados de Lira, em Brasília. Os agentes estimam que os valores apreendidos, apenas ali, ultrapassem R$ 4 milhões.

Oficial

Se Zanin for confirmado, o plenário do STF voltará a ter três ministros indicados por Lula. Os outros dois são Cármen Lúcia e Dias Toffoli. Para a comentarista política Míriam Leitão: “Zanin é advogado pessoal, tirou Lula da prisão. Isso quebra um dos princípios mais caros da administração pública: o da impessoalidade. Essa escolha, Lula faz não como presidente, mas como Luiz Inácio. É personalíssima”. Acesse também: Justiça determina regime aberto a Gilmar Olarte

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