Pronto-Socorro do Hospital Universitário corre o risco de fechar nos próximos meses

HU
Foto: Valentin Manieri

Número de atendimentos pode ser reduzido pela falta de repasses e do reajuste da tabela SUS

Com superlotação de leitos, o PAM (Pronto Atendimento Médico) do Humap-UFMS/Ebserh (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), está com dificuldades de atender a todos os pacientes que são designados para a unidade. O hospital conta com apenas 18 leitos, sendo 3 de área verde, onde são atendidos casos menos graves, 8 leitos de área amarela e 8 leitos de área vermelha, contudo, chega a atender mais que o dobro de pacientes em alguns dias.

As vagas são destinadas pelo sistema de regulação da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), e mesmo com poucos leitos, o hospital tem espera de mais de 30 pacientes para a ala verde e entre 12 e 17 para a ala vermelha, o que acaba sobrecarregando a unidade e impossibilitando um tratamento digno para todos os pacientes.

Outro ponto importante a ser observado é que, por mais que os repasses estejam acontecendo, há cerca de 11 anos a tabela SUS não é ajustada.

O HU atende uma demanda específica de pacientes, sendo 80% dos casos fraturas na área de ortopedia, viroses e AVC (acidente vascular cerebral), do qual é o hospital de referência por possuir uma unidade especializada no tratamento de pacientes com AVC.

A equipe de O Estado entrou em contato com o hospital, que explicou por meio de nota que desde agosto de 2021, com o fechamento de leitos de terapia intensiva COVID19, o Humap-UFMS/Ebserh (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) tem sofrido um aumento excessivo no número de pacientes e essa situação de superlotação está causando diversos prejuízos à realização da assistência desses pacientes: ocupação de corredores com leitos inadequados, suspensão de cirurgias, risco à segurança do paciente.

“Diante do exposto, estamos em fase de negociação com a Sesau para que no início de fevereiro de 2023 essa situação seja revertida”, pontuou a unidade em nota.

Questionado sobre o problema e as possíveis soluções por parte do Governo do Estado, o secretário está dual de Saúde, Flavio Britto, disse que participou de uma reunião com o Ministério Público Federal, onde foi citada a possibilidade de fechar e reabrir o pronto-socorro em outro hospital, mas, como se trata de uma gestão plena do município, o Estado não tem informação sobre como está essa situação.

“Fechar um pronto-socorro em uma capital é algo absurdo. A gente espera que a prefeitura seja diligente, caso seja necessário abrir um novo serviço dentro das normas do Ministério da Saúde”, disse.

Em contrapartida a Sesau informou que o município tem mantido as tratativas com o hospital, inclusive com a interveniência do Ministério Público Federal para tratar desta questão. Já foram realizadas várias reuniões também com a presença da SES (Secretaria de Estado de Saúde).

“A possível desabilitação da RUE (Rede de Urgência e Emergência) é proveniente de uma decisão unilateral e deve ser avaliada ainda pelo Ministério da Saúde”, informou o município.

A secretaria informou ainda que o hospital recebe o volume de pacientes que está pactuado na contratualização e o eventual remanejamento de pacientes diante de uma sobrecarga já é realizado.

“A prefeitura tem buscado também ampliar a oferta de vagas nos demais hospitais contratualizados para que não haja prejuízos na assistência da população”, finalizou a nota.

Por Camila Farias – Jornal O Estado de MS.

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