Senadores temem inflação com Auxílio fora do teto de gastos

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Imagem: Reprodução/Valentin Manieri/Divulgação

Tebet defende medida, mas temor fica sobre responsabilidade fiscal

A senadora Simone Tebet (MDB) é a única da bancada de Mato Grosso do Sul com posicionamento definido a favor de retirar o Auxílio Brasil, que voltará a ser chamar Bolsa Família, no valor de R$ 600, do teto de gastos, mas que ainda não têm um posição definida em relação à PEC (Proposta de Emenda à Constituição da Transição com um todo.

Tanto Nelsinho Trad (PSD) como Soraya Thronicke (União) analisam a proposta com cuidado. Thronicke diz que retirar o auxílio do teto de gastos pode ser necessário no momento, mas “não pode se tornar uma medida permanente”. Já Nelsinho prefere não tomar lado vai esperar posicionamento do partido, que deve ocorrer nesta terça- -feira (22).

Simone Tebet

Terceira colocada na disputa à presidência, Simone Tebet, vem defendendo que o montante para a transferência de renda fique fora do teto de gastos somente em 2023 e com muito controle.

Em entrevista à CNN, a parlamentar, que cumpre mandato até dia 31 de dezembro, cobrou compromissos fiscais do próximo governo. Ela não concorda que a medida dure os quatro anos, mas diz que se não tiver alternativas, deve ser feita com responsabilidade viabilizando a reforma administrativa e reforma tributária.

“Se for por quatro anos, que se faça o dever de casa. Que se fale ‘eu vou gastar mais nos próximos quatro anos para dar pão a quem tem fome, mas vou assumir compromissos de enxugar a máquina, aprovar reformas estruturantes que façam a economia voltar a crescer’. Sabemos que responsabilidade fiscal não é um termo só que os liberais têm como mantra, na realidade a responsabilidade fiscal é um meio para se alcançar o social.”

Conforme Tebet, o novo governo deve ter como elemento chave a responsabilidade fiscal, para não dar com uma mão e tirar com a outra. “Se não tivermos o mínimo de responsabilidade com o dinheiro público, podemos estar dando o Auxílio Brasil e tirando com uma inflação galopante, com juros altos que vai impactar na paralisação da economia e, com isso, mais desemprego ou mais empregos formais indo para a informalidade”, acrescentou.

Soraya Thronicke

A senadora Soraya Thronicke (União), que também disputou à presidência nas eleições deste ano, disse que “neste momento de instabilidade econômica, em que as pessoas mais vulneráveis estão passando dificuldades financeiras, é preciso buscar soluções urgentes para garantir o auxílio, mas com responsabilidade fiscal, o que significa um grande desafio”, por isso, a retirada do Auxílio pode ser essencial.

“Retirar o auxílio do teto de gastos pode ser necessário no momento, mas não pode se tornar uma medida permanente, visto que a dificuldade é transitória. É preciso ter responsabilidade e buscar alternativas viáveis para suprir a necessidade da população no curto prazo e pensar, a longo prazo, na geração de emprego e renda para todos, de forma que não mais necessitem da ajuda do Estado.”

A senadora afirma ainda que a PEC da transição ainda enfrenta resistência, pois mesmo os parlamentares sabendo que é necessário amparar a população mais carente, que está passando fome e precisa do auxílio, mas que isso ocorra com responsabilidade fiscal. “Não podemos negligenciar as contas públicas sem alternativas para o futuro, pois a conta vem e com juros. Creio ser necessário um aprimoramento da proposta, com soluções que estimulem o investimento público e privado de forma a gerar emprego e renda para a população, para que nos próximos anos não tenhamos que estar discutindo novamente essa questão.”

Nelsinho Trad

O senador Nelsinho Trad (PSD) informou por meio da assessoria de comunicação que a reunião da bancada do PSD no Senado acontece hoje (22), e que somente após isso o parlamentar vai se manifestar sobre o tema. Porém, a tendência é que o partido aceite aprovar a PEC de Transição a ser proposta, já que na semana passada, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Congresso Nacional esteve em reunião com o presidente eleito, no Egito, onde também participou da COP27.

Segundo Pacheco, o encontro ocorreu por causa de “agendas compartilhadas” e lá os representantes do Brasil discutiram sobre as mudanças climáticas. Pacheco sinalizou que haverá bom diálogo com Lula e afirmou que a união entre os Poderes é aceno positivo a potenciais interessados em investir no país.

“A demonstração dessa disposição e de ações concretas pelos Poderes constituídos do Brasil significará a retomada, em breve, de investimentos vultosos do exterior para o nosso desenvolvimento econômico sustentável. Somente o trabalho ininterrupto nos fará crescer”, garantiu.

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