Senado instala CPI para investigar avanço de facções e milícias no Brasil

Foto: reprodução/SBT News
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O Senado Federal instaurou nessa semana uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação de facções criminosas e milícias em todo o território nacional. A iniciativa foi proposta pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que alerta para a crescente influência do crime organizado na economia e até em órgãos públicos do país.

Segundo o parlamentar, a CPI tem como objetivo ouvir especialistas, autoridades e agentes de segurança, a fim de entender a estrutura e o funcionamento dessas organizações e propor medidas concretas para conter seu avanço. “O Brasil enfrenta um cenário alarmante de infiltração do crime em diversas esferas da sociedade. É hora de uma resposta firme, baseada em inteligência e articulação institucional”, afirmou o senador.

Um estudo divulgado recentemente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o grupo Esfera Brasil, revelou que pelo menos 72 facções estão em atividade no país, muitas delas com presença consolidada em várias regiões e envolvidas em crimes como tráfico de drogas, extorsão, corrupção e assassinatos por encomenda.

Em 2023, o Brasil contabilizou mais de 45 mil mortes violentas intencionais, o que representa uma taxa de aproximadamente 23 homicídios por 100 mil habitantes. Os dados acendem um alerta para a escalada da violência associada ao crescimento do poder de milícias e facções.

Outro dado preocupante apontado no relatório é o impacto financeiro do crime organizado: o tráfico internacional de drogas pode movimentar até R$ 335 bilhões, alimentando redes de corrupção e lavagem de dinheiro. A CPI pretende investigar também quem se beneficia direta ou indiretamente dessas atividades ilegais, com foco no rastreamento de recursos financeiros e contratos públicos.

O Fórum de Segurança Pública defende que o combate às organizações criminosas seja baseado em ações integradas entre as esferas federal, estadual e municipal, com investimento em inteligência policial, cooperação entre órgãos de investigação e mecanismos mais eficazes para identificar e bloquear o fluxo de dinheiro ilícito.

A comissão terá poder para convocar testemunhas, requisitar documentos e promover diligências, podendo encaminhar os resultados às autoridades competentes ao fim das investigações. A expectativa é que a CPI apresente um relatório final com propostas legislativas e operacionais para enfrentar de forma mais eficiente o avanço do crime organizado no Brasil.

 

Com informações do SBT News

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