O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez um alerta na terça-feira (10) sobre a grave situação dos incêndios florestais que estão atingindo vários estados e municípios brasileiros. Durante a abertura da ordem do dia no plenário do Senado, Pacheco pediu que os presidentes das Comissões de Meio Ambiente, Segurança Pública e da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas se dediquem ao tema, destacando que o Brasil enfrenta uma crise que ameaça os biomas, vegetações, rios e lavouras do país.
“O Brasil está em chamas, em função, provavelmente, de uma orquestração criminosa que tem colocado em risco os nossos biomas, as nossas vegetações, os nossos rios, as lavouras, que são expressão da produção nacional brasileira do agronegócio”, afirmou Pacheco. Ele destacou que os incêndios têm gerado uma alteração significativa na qualidade do ar, resultando em uma “péssima qualidade do ar” em várias regiões do país.
Pacheco afirmou que o Senado está à disposição do Poder Executivo para colaborar no enfrentamento das causas e consequências dos incêndios. “Aquilo que nos couber, na nossa instância do Poder Legislativo, na proposição legislativa, na fiscalização do Executivo e nas boas ideias, de nossa parte, nós o faremos, através, não só da Mesa Diretora do Senado e do Colégio de Líderes, mas também das Comissões próprias da Casa”, ressaltou.
Dados alarmantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que 75,9% dos incêndios registrados na América Latina estão no Brasil. Somente nas últimas 24 horas, foram registrados 5.132 focos de incêndio no país. Nos primeiros dez dias de setembro, o número de focos de incêndio chegou a 37.492, mais que o dobro do mesmo período em 2023, que contabilizou 15.613.
Na segunda-feira (9), o Inpe informou que 60% do território brasileiro estava coberto por uma camada de fumaça resultante das queimadas. Essa fuligem tem causado transtornos em diversas partes do país, como o bloqueio de uma rodovia federal em Nobres, Mato Grosso, devido à baixa visibilidade.
Rodrigo Pacheco destacou a necessidade de uma grande unidade nacional para enfrentar a crise, com colaboração entre as instâncias do Executivo federal, estadual e municipal, além do Legislativo. “Que o Executivo federal possa colaborar com os Executivos estaduais, e, por sua vez, consequentemente, os municípios serem igualmente atendidos, e também o Legislativo municipal, estadual e o Congresso estarem irmanados, nessa unidade em favor da mitigação dessa grave crise nacional que nos assola nesse instante”, acrescentou Pacheco.
Ele também expressou a esperança de que, em breve, os senadores possam se unir ao governo em reuniões e deliberações específicas para o enfrentamento conjunto dos incêndios florestais.
Ausência de Marina Silva na Câmara dos Deputados
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participou na semana passada de uma audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado, onde alertou sobre o agravamento da crise climática e o aumento dos incêndios no Brasil. No entanto, uma reunião convocada para ouvir a ministra na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados nesta terça-feira foi cancelada, sem justificativa fornecida pelo presidente do colegiado, Rafael Prudente (MDB-DF).
Na pauta da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, também constava um requerimento para convocar Marina Silva para prestar informações sobre as queimadas no país. No entanto, a sessão não foi aberta devido à falta de quórum.
Com informações do SBT News
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