Deputados federais eleitos por MS foram procurados para comentar
Os oito deputados eleitos por Mato Grosso do Sul foram procurados para emitir opinião sobre o assunto. “O relatório parece dúbio. Afirma que não se pode provar que não houve fraude, mas, na verdade, o que muitos querem saber é se houve fraude”, afirma o deputado federal Beto Pereira (PSDB), reeleito para a próxima legislatura, sobre o relatório das Forças Armadas a respeito das eleições.
O parlamentar foi ouvido pelo jornal O Estado, após o Ministério da Defesa divulgar uma nota na manhã de ontem (10) afirmando que o relatório das Forças Armadas sobre as eleições não exclui a possibilidade de fraude ou inconsistência nas urnas. Enquanto isso, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) disse que o relatório confirma a segurança das urnas eletrônicas, e que o documento, assim como relatórios de todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral deste ano.
O deputado tucano explicou os motivos de achar dubiedade no relatório ao jornal O Estado. “Parto do pressuposto de que eu, mais 512 deputados federais, mais 27 senadores e governadores, além de deputados estaduais e distritais fomos eleitos por esse sistema eleitoral. Provar que houve fraude se chama ônus da prova no jargão jurídico. E não foi provado. Acredito que o relatório mais afirma que não houve fraudes e faz recomendações para o TSE para os próximos pleitos.”.
Beto Pereira indica ainda que órgãos diversos já atestaram a confiabilidade. “A OEA, a OAB e o TCU também atestaram a confiabilidade de nosso sistema eleitoral. As urnas eletrônicas já são auditáveis e acredito que discutir políticas públicas de segurança alimentar, assistência social e ações para a economia crescer e gerar emprego e renda são mais urgentes para a maioria da população brasileira.”
Geraldo Resende
O deputado eleito Geraldo Resende (PSDB) pontuou ao jornal O Estado que acredita na lisura das eleições. “Sou um democrata, acredito na lisura do processo eleitoral brasileiro, que é exemplo para o mundo todo. Atualmente existem vários processos de verificação e segurança. Nossas eleições são transparentes e nossa luta precisa ser contra todo e qualquer tipo de fake news que queira contestar os Poderes constituídos”, disse o deputado eleito Geraldo Resende.
Dagoberto Nogueira
O deputado reeleito Dagoberto Nogueira (PSDB) destacou ao jornal O Estado que o relatório demonstrou a confiabilidade das urnas. “Todos nós esperávamos isso. Nosso sistema eleitoral é exemplo para o mundo e logicamente que não poderia ser diferente. Essa questão de falar que não é confiável é coisa do Bolsonaro, que perdendo achava que poderia culpar as urnas para não entregar o mandado. Ele criou expectativa de ganhar, falou que respeitaria o resultado e agora não tem como voltar atrás. E isso, de falar que a urna não serve, é uma loucura. Temos um Congresso eleito, e os governadores eleitos e isso deve ser respeitado.”
Vander Loubet
Da base do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado Vander Loubet, do PT, disse ao jornal O Estado que, em seu ponto de vista, o relatório não é significativo.
“Lamentavelmente, as Forças Armadas foram arrastadas por Bolsonaro para esse papelão que é a desconfiança sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro. Por isso esse relatório não diz nada com nada. Nas páginas 16 e 21, reconhece que nos dois turnos não houve inconsistência no trabalho de fiscalização dos boletins de urna e da totalização dos votos. Por outro lado, para agradar a Bolsonaro, não assume que o sistema eleitoral é seguro, confiável e auditável.”
Questionado sobre o fato de o relatório dizer que, apesar de dizer não haver fraude na eleição, pontuou a dificuldade de investigar, e se isso não ficaria incluso, o petista diz que não. “Vejo essa fala como uma cena do bolsonarismo infiltrado nas Forças Armadas. O objetivo é tumultuar nossas eleições e inflamar sua militância. Vejam só: dezenas de entidades participam do processo de fiscalização das urnas e das eleições: MPF, PF, Forças Armadas, CGU, TCU, OAB, CNJ e CNI (Sesi, Senai e IEL), por exemplo, fora os observadores internacionais que tivemos, como a missão da OEA. Qual dessas é a única a dizer que houve dificuldade de investigar? Só as Forças Armadas. Então, não se pode falar em falta de lisura.”
Vander afirma que a questão não é se pode ou não pode questionar a urna eletrônica, e sim as motivações. “O problema não está aí. A questão é a motivação. Os movimentos que estão questionando as urnas eletrônicas não estão fazendo isso por preocupação com nosso sistema eleitoral, mas como estratégia de extrema-direita, que é antidemocrática. O bolsonarismo segue a cartilha do trumpismo. Eles questionam as derrotas que sofrem nas urnas, mas aplaudem as vitórias. Ou seja, o objetivo desse movimento é tumultuar, usando e abusando para isso das fake news e de agressividade e violência.”
Camila Jara
Camila Jara, também do PT, informou via rede social que o resultado do relatório é de que não houve irregularidades. “Para a surpresa de ninguém, a conclusão é de que não teve fraude. E também não vai ter golpe! Galera que está na rua já pode voltar para a casa. Acabou a palhaçada.”
Fábio Trad
Fábio Trad (PSD) diz que as urnas são seguras e que confia no TSE. “No palco da nossa democracia, o protagonista exclusivo do sistema eleitoral é o TSE. Qualquer outra tentativa de ingerência nesta atribuição, configura usurpação. Portanto, bola pra frente com Lula Presidente.”
Bolsonaristas dizem que foi inconclusivo e criticam TSE
O deputado reeleito Dr. Luiz Ovando (PP) disse, no Twitter, que o relatório foi inconclusivo. “Em suma, o relatório foi inconclusivo pois não houve colaboração do TSE no sentido de contribuir com as Forças Armadas para a inspeção das urnas e averiguação de possíveis fraudes. Até quando o ‘Partido da Toga’ continuará ditando regras e agindo como se fosse o único poder do país?”
Ovando, que é bolsonarista, vem condenando a atuação do TSE nos últimos dias e se posicionou em favor das manifestações de grupos inconformados com o resultado das eleições. “Não podemos aceitar o cerceamento cometido pelo TSE nas redes sociais de representantes legítimos do povo. A liberdade de expressão é um direito fundamental, garantido no artigo 5° da nossa Carta Magna. O Brasil não pode ser pacificado dessa forma, democracia e censura não combinam.”
O deputado já declarou que fará oposição a Lula, ano que vem. “Como oposição, não deixaremos que o Brasil sofra retrocessos e não permitiremos que certas pautas esquerdistas sejam aprovadas!”, avisou.
Marcos Pollon
O deputado eleito Marcos Pollon (PL) foi contatado e por meio da assessoria disse que “não seria possível” responder aos questionamentos. Ele está em Brasília, onde participa de reuniões com os deputados eleitos pelo partido, que promete ser oposição a Lula. Pollon publicou na rede social sobre o horário que o relatório das Forças Armadas seria entregue.
Rodolfo Nogueira
Rodolfo Nogueira, deputado eleito pelo PL, afirmou em sua rede social que “o relatório não exclui a possibilidade de fraudes ou inconsistência nas urnas”.
Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado de MS.
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