Lula visita Chile em meio a divergências políticas e acordos bilaterais

Lula e Gabriel Boric, presidente do Chile - Foto: reprodução Ricardo Stuckert/Planalto
Lula e Gabriel Boric, presidente do Chile - Foto: reprodução Ricardo Stuckert/Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou à capital chilena, Santiago, na noite de domingo (3), para uma série de compromissos oficiais. A visita ocorre em meio a discordâncias com o presidente chileno, Gabriel Boric, especialmente em relação às eleições na Venezuela.

Embora a visita oficial não seja especificamente para tratar do reconhecimento da reeleição de Nicolás Maduro, realizada no domingo, 28 de julho, Lula provavelmente será questionado sobre o tema. Boric, apesar de ser uma figura de esquerda, declarou que os resultados das eleições na Venezuela eram “difíceis de acreditar”. Em contrapartida, o governo brasileiro tem buscado uma solução diplomática em conjunto com países como Colômbia e México.

O Brasil, sob a liderança de Lula, adotou uma postura de não reconhecer a reeleição de Maduro, mas de pedir uma verificação imparcial dos resultados, incluindo a apresentação das atas de votação. No entanto, Lula causou controvérsia ao afirmar que não via “nada de anormal” no processo eleitoral venezuelano, comentário que teve repercussão negativa, especialmente em Washington, que posteriormente reconheceu o opositor Edmundo González como presidente eleito da Venezuela.

Acordos bilaterais

A visita de Lula ao Chile tem como objetivo principal a assinatura de acordos bilaterais que abrangem quase 20 setores da economia, desde direitos humanos até ciência e tecnologia. Esta viagem, inicialmente prevista para maio, foi adiada devido às enchentes no Rio Grande do Sul.

Entre os compromissos desta segunda-feira (5), Lula se encontrará com diversas autoridades chilenas, incluindo os presidentes do Legislativo e da Suprema Corte, além do CEO da Latam, Roberto Alvo. A agenda inclui:

– 8h40: Entrega de flores no monumento ‘Al Libertador Bernardo O’Higgins’

– 9h: Chegada ao Palácio de La Moneda

– 9h20: Reunião privada com o presidente Gabriel Boric

– 9h45: Fotografia oficial

– 10h: Reunião bilateral com Boric

– 11h: Cerimônia de assinatura de atos (especula-se serem 17)

– 11h15: Cerimônia de troca de condecorações

– 11h30: Declaração conjunta à imprensa

– 11h45: Cerimônia de condecorações

– 12h: Almoço oferecido por Boric a Lula

– 13h35: Visita ao presidente da Suprema Corte do Chile, Ricardo Blanco Herrera

– 14h: Visita aos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados

– 16h15: Audiência com o secretário-executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs

– 17h: Audiência com o CEO da Latam, Roberto Alvo

– 17h30: Encerramento do fórum empresarial Chile-Brasil

Lula com ministros e secretários de Estado em chegada ao Chile – Reprodução Ricardo Stuckert/Planalto

O Brasil é o terceiro maior exportador para o Chile, com destaque para petróleo, carne e veículos, enquanto o Chile é o quinto maior fornecedor de importações para o Brasil, principalmente cobre, peixe e outros minérios. A crise política na Venezuela e o êxodo de venezuelanos têm impacto direto na região, com o Chile abrigando cerca de 530 mil venezuelanos.

A visita de Lula também acontece em um cenário de relações delicadas entre os dois presidentes. Em 2023, durante a Cúpula Celac, divergências surgiram sobre a posição a ser tomada em relação à invasão russa na Ucrânia, com Boric criticando a falta de menção à Rússia no comunicado final e Lula respondendo com críticas ao chileno.

 

Com informações do SBT News

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