Em almoço realizado nesse domingo (8) com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou o compromisso do Brasil com a assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. O encontro ocorreu durante visita oficial ao principado, como parte da missão diplomática do presidente brasileiro à Europa.
Lula destacou que espera a formalização do tratado ainda durante a presidência brasileira no Mercosul, que terá início em julho. Segundo o presidente, o acordo representa avanços não apenas econômicos, mas também ambientais e estratégicos em um cenário internacional cada vez mais marcado pelo protecionismo.
“Reforço o que disse em minha visita à França: é fundamental explicar a total compatibilidade desse tratado, que traz benefícios para ambas as partes. Concordamos, eu e o presidente Costa, que o acordo tem um papel essencial na promoção do multilateralismo”, escreveu Lula em suas redes sociais após a reunião.
Convergências agrícolas e compromissos climáticos
De acordo com o Palácio do Planalto, o governo brasileiro pretende intensificar, nos próximos dias, o diálogo sobre as convergências entre os modelos agrícolas do Brasil e da Europa, tentando neutralizar críticas, sobretudo da França, quanto a supostas ameaças ambientais.
O governo também planeja ressaltar que o acordo está alinhado com as metas do Acordo de Paris, reforçando o compromisso brasileiro com o combate às mudanças climáticas. Esse tema, inclusive, ocupou parte significativa da conversa entre Lula e António Costa, em preparação para a COP30, que será realizada em Belém (PA), no final de 2025.
“A COP30 será uma oportunidade única para transformar promessas em ações concretas. É preciso garantir que os países desenvolvidos cumpram os compromissos financeiros assumidos, especialmente para limitar o aquecimento global a 1,5°C”, disse Lula.
Fórum de Economia Azul
O encontro bilateral foi realizado à margem do Fórum de Economia e Finanças Azuis, sediado em Mônaco, onde Lula dividiu espaço com líderes internacionais como o príncipe Albert II, o presidente francês Emmanuel Macron, e o presidente da Costa Rica Rodrigo Chaves Robles.
O evento teve como foco principal o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 da ONU, voltado à preservação dos oceanos. Atualmente, o financiamento global para iniciativas de proteção marinha está muito abaixo do necessário: apenas US$ 25 bilhões são investidos por ano, ante a meta estimada de US$ 175 bilhões.
A participação de Lula reforça a intenção do Brasil de se posicionar como ator relevante na agenda ambiental global, tanto no combate ao desmatamento quanto na defesa dos ecossistemas marinhos.
Com a presidência rotativa do Mercosul se aproximando, o governo brasileiro deve intensificar negociações políticas e técnicas para tentar concluir o acordo com a União Europeia até o fim de 2024 — uma meta ambiciosa em meio a resistências internas de países europeus e à pressão por cláusulas mais rígidas de sustentabilidade.
Com informações do SBT News
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