G20 se compromete com reformas na ONU, combate à desigualdade e tributação progressiva

Foto: Agência Brasil
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Na Cúpula de Líderes do G20, realizada no Rio de Janeiro, os países membros firmaram compromissos significativos para enfrentar desafios globais e promover maior equidade. As medidas incluem a reforma do Conselho de Segurança da ONU, mudanças na arquitetura financeira internacional, tributação progressiva e iniciativas para combater a fome e a pobreza.

Reformas no Conselho de Segurança da ONU

O documento final da cúpula destaca o compromisso com uma reforma transformadora do Conselho de Segurança da ONU, adaptando-o às demandas do século 21. O objetivo é tornar o órgão mais representativo, inclusivo, eficiente e transparente.

Os países emergentes comemoraram a inclusão de um compromisso para ampliar o número de integrantes do Conselho, priorizando regiões sub-representadas, como África, Ásia-Pacífico e América Latina. Contudo, o documento não aborda mudanças no poder de veto dos membros permanentes.

Mudanças no FMI e bancos multilaterais

O G20 também reafirmou a necessidade de reformar o Fundo Monetário Internacional (FMI), ampliando o poder de decisão dos países emergentes. Entre as medidas aprovadas, está a criação de uma 25ª cadeira no Conselho do FMI para a África Subsaariana.

O texto destaca a necessidade de aumentar a capacidade de financiamento do Banco Mundial e de outras instituições multilaterais, com foco em desafios globais como mudanças climáticas e objetivos de desenvolvimento sustentável. Apesar dos avanços, a proposta de financiar projetos em moedas locais não foi incluída no documento final.

Tributação progressiva e super-ricos

Uma proposta mediada pelo Brasil introduziu a tributação progressiva como ferramenta para combater desigualdades e fortalecer a sustentabilidade fiscal. A carta final menciona diretamente a necessidade de taxar efetivamente indivíduos super-ricos.

Embora o documento não especifique alíquotas, estimativas do Ministério da Fazenda sugerem que uma taxa de 2% sobre o patrimônio desse grupo poderia gerar US$ 250 bilhões por ano, destinados ao combate à desigualdade e à transição ecológica.

Combate à fome e à pobreza

Um dos destaques foi o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, proposta pelo Brasil e apoiada por 82 países. O objetivo é mobilizar financiamento e compartilhar conhecimento para implementar programas de larga escala que reduzam a fome e a pobreza globalmente.

De acordo com o G20, 733 milhões de pessoas enfrentaram fome em 2023, sendo mulheres e crianças as mais afetadas. A carta ressalta que o mundo produz alimentos suficientes para erradicar a fome, mas aponta a falta de vontade política como o principal obstáculo.

Presidência brasileira no G20

A cúpula marcou o encerramento da presidência brasileira no G20, com a África do Sul assumindo o comando do grupo. Durante o período, o Brasil priorizou temas como a reforma de instituições multilaterais, combate às mudanças climáticas e redução da pobreza. Com avanços em diversas frentes, a reunião no Rio de Janeiro reafirma o papel do G20 como fórum essencial para promover cooperação global e enfrentar desafios compartilhados.

 

Com informações da Agência Brasil

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