A poucos dias de encerrar seu mandato à frente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) demonstrou insatisfação com o adiamento da votação do Orçamento de 2024. O relator do projeto da LOA (Lei Orçamentária Anual), senador Angelo Coronel (PSD-BA), decidiu adiar a apreciação devido à necessidade de ajustar as previsões de impacto geradas pela recente alteração na política de correção do salário mínimo, aprovada pelo Congresso na última sexta-feira (20).
Lira considera que a ausência de uma votação ainda neste ano pode comprometer o funcionamento da máquina pública. Ele chegou a buscar o relator para discutir a questão, mas, na prática, o Orçamento só deve ser apreciado no final de fevereiro de 2024, após as eleições para as presidências da Câmara e do Senado, que marcam o início do próximo ano legislativo.
Reforma ministerial e balanço do mandato
Lira também defendeu junto a aliados a necessidade de uma reforma ministerial no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua avaliação, muitos dos atuais ministros não representam o Parlamento nem têm contribuído para angariar apoio político ao governo. Apesar disso, o deputado alagoano negou ter interesse ou ter mantido conversas com o governo sobre assumir algum ministério.
Em balanço para interlocutores, Lira afirmou não ter “frustrações” quanto aos dois mandatos que exerceu na presidência da Câmara. Contudo, ele lamentou não ter conseguido encaminhar a votação do projeto sobre regulação das redes sociais, tema que deve ficar para o próximo comando da Casa.
PL da Anistia segue como tema polêmico
Sobre o PL da Anistia, projeto que busca isentar de penalidades os envolvidos em atos antidemocráticos, Lira afirmou a aliados que a proposta não está enterrada, mas admitiu que a discussão será difícil. O tema permanece em pauta como um dos desafios políticos mais complexos do atual governo e do Parlamento.
Com o fim de seu período à frente da Câmara, Arthur Lira deixa como marca um estilo pragmático e articulador, mas enfrenta a expectativa de como será o papel do próximo presidente em relação à condução de temas sensíveis no Congresso.
Com informações do SBT News
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