André Puccinelli destaca entrega de 74 mil casas em sua administração

ANDRÉ PUCCINELLI
Foto: Valentim Manieri/Jornal O Estado MS

Ex-governador lembra que transformou o Estado visando ao desenvolvimento e para ser mais competitivo

Dando continuidade às nossas matérias especiais com os governadores dos últimos anos no Estado, em comemoração ao aniversário de 46 anos da Divisão do Estado de Mato Grosso do Sul, celebrado no dia 11 de outubro, o jornal O Estado conversou com o governador entre os anos de 2007 a 2014, André Puccinelli. O ex-chefe do Executivo estadual destacou a entrega de 74 mil casas à população, além de ter contribuído para a industrialização, lembrando das fábricas de celulose e ajudou o Estado ser mais competitivo

O ítalo-brasileiro André Puccinelli (MDB) foi o primeiro estrangeiro a ser prefeito de uma Capital na história brasileira. Foi secretário da Saúde do Estado de Mato Grosso do Sul, deputado estadual, deputado federal, prefeito de Campo Grande por dois mandatos e governador do Estado, eleito e reeleito. Sua história se entrelaça com a da Capital de Mato Grosso do Sul. Ficou conhecido por não ter “papas na língua”, ser extremamente exigente com seus secretários, de perfil sempre técnico e por conferir, pessoalmente, obras e serviços municipais em todos os bairros de Campo Grande. Isso lhe trouxe proximidade com a população e posterior reconhecimento pelo trabalho, ao ponto de muitos classificarem Campo Grande como uma antes do André e outra completamente transformada, depois do André.

Em sua avaliação, sua maior realização enquanto prefeito, antes de ser eleito governador, foi ser responsável por acabar com as favelas em Campo Grande, tornando-a a primeira Capital do país sem favelas. Infelizmente, atualmente, a capital voltou a tê-las. “Com certeza, minha maior realização foi trabalhar para entregar 17 mil casas e acabar com as favelas em Campo Grande. Quem passa hoje pelo Parque do Sóter não imagina que ali havia uma grande favela, às margens do córrego.”

“Quando assumimos a Prefeitura, em 1997, sabíamos que nossa cidade estava em constante expansão. Por isso, fizemos planejamento para os próximos 30 a 40 anos, visando garantir o progresso e o futuro dos nossos campo- -grandenses, prevendo que nossa querida Cidade Morena suportasse mais de 1 milhão de habitantes.” 

Quando assumiu o primeiro mandato como governador, em 2007, lembra que recebeu, do governo anterior, a parcela do salário de dezembro em aberto e parcela da dívida com a União, ambas em atraso. Após isso, em 2008, teve que enfrentar também uma crise nacional, chamada pelo próprio presidente, na época, de “marolinha”, que depois virou um “tsunami”. “Apesar de ter pego as contas bloqueadas, as dívidas com a União não pagas, nós conseguimos, em um ano, colocar as finanças em ordem, em decorrência de medidas rígidas tomadas. Daí para frente, o PIB (Produto Interno Bruto)de Mato Grosso do Sul só foi crescendo, graças à equipe que conseguiu equacionar todas as situações. Em decorrência das contas equilibradas, nós fizemos acordo com os servidores. No primeiro ano, não tiveram aumento de salário, mas, nos anos seguintes, todos os anos tiveram aumentos. Em decorrência das tratativas diretas com eles, não houve nenhuma greve no meu governo.” 

 

Realizações

Durante seu governo, construiu 74 mil casas, qualificou os serviços do SUS (Sistema Único de Saúde) nos 79 municípios. Construiu, terminou e equipar hospitais. Investiu em educação, implantou programas sociais que atenderam mais de 100 mil famílias. Abriu e asfaltou estradas. Incentivou usinas sucroenergéticas e o setor de confecção, gerou mais de 200 mil empregos. Além de financiar pesquisas e olhar para o meio ambiente, terminando seu mandato com 85% de aprovação. 

“Construímos 74 mil casas, desfavelamos 5 municípios, a exemplo do que fizemos na Prefeitura de Campo Grande. Construímos 3.662 km de asfalto, sendo 2.005 km novos, e 1.657 km de recapeamentos. Informatizamos e integramos todas as secretarias. Em decorrência disso, nos integramos, também, com os municípios. Na área da saúde e da educação, houve conquistas que nos fizeram ultrapassar dois outros Estados em Olimpíadas de Matemática e Português. O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) melhorou e nós fomos considerados padrão pelo MEC (Ministério da Educação)”, disse André Puccinelli. 

O ex-governador também recorda que Mato Grosso do Sul foi destaque no Jornal Nacional do dia 19 de dezembro de 2014, sendo considerado um dos Estados modelo de gestão no país, pois entregava, naquele ano, um Estado com as contas saneadas para o governo sucessor, que não iria ter problemas financeiros ao assumir. “Por isso, quando reclamam do meu governo é totalmente m e n t i r o s o , porque está constatado, pela ‘Rede Globo’, que pesquisou os 27 Estados e fez referência a Mato Grosso do Sul, dizendo assim: ‘um dos Estados que entrega suas contas em ordem e que o sucessor não terá problemas, é o governo de Mato Grosso do Sul’”, afirma. 

André Puccinelli lamenta alguns de seus programas que foram cancelados, após seu mandato. No entanto, aponta vários outros que os governos sucessores optaram por manter.

“Acabaram com muitos programas. Como o MS Canta Brasil. A informatização continuou. A capitação de empresas, que modernizou Mato Grosso do Sul, porque no nosso tempo era praticamente só venda de produtos primários, milho, soja, carne, frango. Nós industrializamos. As fábricas de celulose, isso foi pela ousadia e agressividade com que Mato Grosso do Sul foi buscar novas empresas para gerar empregos e renda. Esse programa continua até hoje. Nós plantamos a questão da celulose e hoje, vemos o resultado do nosso governo, com a vinda de mais fábricas de celulose. Mato Grosso do Sul tornou-se, no nosso governo, a referência de celulose mundial! Empresas como a Suzano, que está duplicando a fábrica em Três Lagoas e está com projeto em Ribas do Rio Pardo e a Arauco, lá em Inocência, foram buscadas por nós, em 2011. Bem como os termos de acordo para benefícios fiscais. Então, a política agressiva adotada por Mato Grosso do Sul, no setor empresarial, fez com que a industrialização se intensificasse e eles deram continuidade, é claro! Porque é um programa que gera muito emprego, de modo que continuaram”, declarou. 

Outra prioridade em seu governo foi investir na área habitacional. “Na habitação não fizeram e não construíram nem a metade das casas que construí no meu governo”, afirmou André Puccinelli.  

Dinheiro em caixa

O ex-governador destaca a situação econômica em que deixou Mato Grosso do Sul, ao finalizar seus dois mandatos, em 2014. “Deixei R$ 571 milhões em caixa e, como diz a Lei de Responsabilidade Fiscal, todas as obras que estavam em andamento tinham recursos para serem concluídas. Isto foi demonstrado na prestação de contas, analisada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul).”

Como governador, André Puccinelli transformou Mato Grosso do Sul, preparando o Estado para o grande salto de desenvolvimento que vive hoje. Segundo o exgovernador, o legado que ficou dos seus oito anos de governo é o que torna, hoje, o Estado de Mato Grosso do Sul um dos mais competitivos. 

“São os Institutos de Pesquisa que dizem, não eu! Mas quando eles dizem, até hoje, qual foi o melhor governo de Mato Grosso do Sul, ora referem-se a mim, ora referem-se a Pedro Pedrossian. Quando se referem ao Pedrossian, citam a mim como segundo melhor governador. E, quando se referem a mim em primeiro, referem-se ao Pedro Pedrossian como o segundo melhor governador de Mato Grosso do Sul. Portanto, se a população até hoje continua dizendo isso, em pesquisas, o legado deve ter sido produtivo”, finalizou.

Os oito anos como prefeito de Campo Grande e depois mais oito anos como governador de Mato Grosso do Sul consolidaram o nome de André Puccinelli como principal liderança política do MDB sulmato-grossense.

 

Carreira política

Foi secretário estadual da Saúde (entre 1983 e 1985), deputado estadual por dois mandatos (de 1987 a 1991 e de 1991 a 1995) e deputado federal (de 1995 a 1996) até ser eleito prefeito da Capital do Estado, em 1996. Foi reeleito em 2000. Ainda nesse ano, Puccinelli foi admitido, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, à Ordem do Mérito Militar no grau de Comendador Especial. Nas eleições de 2006, candidatou-se ao Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, pela legenda do PMDB. Seu principal adversário nas urnas foi o senador Delcídio do Amaral (PT). Em 2010, concorreu à reeleição, tendo disputado contra o ex-governador Zeca do PT. Conquistou a reeleição ainda no primeiro turno, tendo renovado seu mandato de governador do Mato Grosso do Sul até 2015.

 

Por –Daniela Lacerda

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