Crianças sofrem com falta do transporte escolar em Ribas do Rio Pardo

Ribas do Rio Pardo
Foto: Divulgação/Câmara de Ribas do Rio Pardo

Os vereadores Pastor Isac (PTB), Nego da Borracharia (PSD) e Tiago do Zico (PSDB) estiveram na última semana fiscalizando a zona rural e apurando denúncias de que o transporte escolar não estaria indo buscar crianças em Ribas do Rio Pardo.

“Eu sinto muito desgosto. Ter a minha filha querendo estudar e não ter o transporte para levar ela. Se não resolver, vou ser obrigado a pedir as contas do trabalho e ir embora daqui. Não posso deixar a minha filha sem estudar”, diz Wilson Mariano da Silva, pai de Ana Vitória, que até hoje nunca conseguiu assistir a uma aula na escola.

“O caso da Ana Vitória já é o quarto que vejo de uma criança da zona rural que não consegue ir à escola por falta de transporte. Sem falar nas crianças que não têm sala de aula, que estudam na varanda, ou de outros lugares que a parede está caindo. Estive em uma sala em que um professor foi bater um preguinho para botar um quadro e a parede balançou toda”, conta o vereador Nego da Borracharia.

A família mora a 40km da Modelo II, onde Ana Vitória jamais esteve, apesar de estar matriculada lá. “Não sei porque não querem vir buscar minha filha. Já fui em tudo quanto é lugar, sempre jogam de um para o outro e ninguém resolve o problema. Estive na Educação, conversei com um monte de funcionário, e sempre o mesmo descaso, dizendo que ‘depois vamos ver’. Depois quando? Vou deixar minha menina sem estudo, perdendo o ano todo?”, questiona Andreia de Paula Silva, mãe da Ana Vitória.

Não bastasse a ausência do transporte, Andreia alega que ainda precisa caminhar 12km para conseguir pegar as lições em outra fazenda e levar para tentar ensinar a filha em casa.

“No ano passado, não buscaram por causa da pandemia. Tranquilo, a gente entendeu que era questão de saúde. Mas agora está liberado, ela está vacinada, com os cuidados todos em dia. É um absurdo a Prefeitura ter as condições para botar o carro para buscar as crianças e a crianças não poderem estudar. Isso não existe! Tem que respeitar as pessoas. Até porque não é só a minha filha não. Tem outras mães também com o mesmo problema”, diz Andreia.

Posicionamento dos vereadores

Os vereadores criticaram a situação. “ A Andreia me procurou através do Taciano e a gente fez questão de vir ouvir a situação dela. E é de uma tristeza muito grande! A situação do nosso município em relação à educação é um grande problema. Precisa melhorar muito”, diz o vereador Isac.

“A situação é muito crítica em um município milionário, onde se enche a boca para falar que tem R$60 milhões em caixa. Tanto dinheiro e não resolvem o problema de uma mãe que quer ver sua filha na escola?”, questiona Tiago do Zico. Saiba mais: Mato Grosso do Sul monitora três casos suspeitos de hepatite misteriosa em adolescentes

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