Operação que investiga desvio de R$ 5,4 milhões por meio de propinas via Pix
A vice-prefeita de Sidrolândia, Cristina Fiúza (MDB), e o ex-presidente do Hospital Beneficente Dona Elmíria Silvério Barbosa, Jacob Meeuwis Breurer, foram presos na manhã desta terça-feira (18) durante a Operação Dirty Pix, deflagrada pelo Gecoc/MPMS (Grupo Especial de Combate à Corrupção do Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Os mandados tinham como objetivo busca e apreensão, mas os dois acabaram detidos após agentes encontrarem irregularidades em suas residências. Na casa de Cristina havia uma quantidade não contabilizada de maconha, suficiente apenas para uso pessoal, enquanto na casa de Jacob foi localizada uma arma sem registro.
Deflagrada simultaneamente em Sidrolândia e Manaus (AM), a operação cumpriu 18 mandados de busca e apreensão. A investigação apura o desvio de R$ 5,4 milhões em recursos públicos destinados ao Hospital Dona Elmíria Silvério Barbosa. O valor foi repassado pelo governo do Estado para aquisição de um aparelho de ressonância magnética e de uma autoclave hospitalar, mas parte da verba teria sido desviada pela direção do hospital em parceria com a empresa Pharbox Distribuidora Farmacêutica de Medicamentos.
Segundo o MPMS, o esquema envolvia o pagamento de propina a vereadores e agentes públicos por meio de transferências via Pix, tanto de maneira direta quanto por intermediários. Os repasses beneficiavam parlamentares de Sidrolândia e o então presidente do hospital, Jacob Breurer. Entre os alvos da investigação estão secretários municipais, vereadores, ex-vereadores e empresas supostamente envolvidas no esquema, entre elas Pharbox, Farma Medical e Gabriel Auto Car.
O nome da operação, “Dirty Pix”, em português, “pix sujo”, faz referência à forma ilícita de transferência dos valores desviados.
O escândalo se soma a outra situação envolvendo a Pharbox. Em agosto de 2023, a empresa foi condenada pela 2ª Vara Cível de Sidrolândia a entregar os equipamentos hospitalares adquiridos pelo hospital. A compra havia sido formalizada em dezembro de 2022, com investimento total de R$ 5.468.750,00, pago antecipadamente devido ao câmbio, já que a ressonância magnética é importada. O contrato previa a entrega da ressonância em até 100 dias e da autoclave em até 70 dias, prazos que não foram cumpridos.
O hospital afirmou à Justiça que tentou resolver o atraso de forma amigável, mas não obteve retorno da empresa. Na época, a Pharbox alegou aguardar trâmites de importação para cumprir o contrato. Agora, com o avanço da Operação Dirty Pix, o MPMS investiga se o não cumprimento do acordo está ligado ao desvio dos recursos destinados à compra dos equipamentos.
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