A execução de Moraci Pereira Brandão, ocorrida na tarde de 11 de fevereiro deste ano, foi resultado de um plano criminoso, conforme revelaram as investigações da Delegacia Especializada de Homicídios (DHPP) em conjunto com a Polícia Militar. A vítima foi morta a tiros enquanto chegava de carro, uma BMW, em sua residência na Capital. O caso, que desde o início chamou atenção pela brutalidade e pelo uso de armamento pesado, passou a ser tratado como crime de pistolagem com envolvimento de facções criminosas.
Imagens de câmeras de segurança mostram os três autores diretos do crime chegaram ao local em um VW Gol branco, de onde dois desceram para efetuar os disparos, enquanto o terceiro permaneceu na direção. Os atiradores usavam máscaras, coletes balísticos e portavam pistolas 9mm com seletor de rajada e carregadores de alta capacidade, capazes de disparar até 30 tiros.
De acordo com informações da Polícia Civil, pouco depois da execução, o Gol foi incendiado no Bairro Itamaracá, em uma tentativa de dificultar a identificação dos autores. No entanto, a apuração policial revelou que os criminosos contaram com o apoio de outro veículo, uma Kia Sorento, que resgatou os atiradores após a queima do primeiro carro.
No dia seguinte ao crime, as equipes da DHPP e da PM localizaram as armas utilizadas no homicídio, que estavam enterradas dentro de um cano de PVC em um imóvel desocupado no Bairro Jardim das Cerejeiras. A apreensão foi fundamental para reforçar as provas contra os envolvidos.
Ainda conforme a Polícia Civil, as investigações mostraram que ao menos três carros foram utilizados na ação. Além do Gol que interceptou a vítima e da Sorento que deu apoio, outro Gol branco vinha sendo usado há dias para monitorar a rotina de Moraci. O plano foi articulado por cinco indivíduos, sendo três os executores diretos, um responsável pela fuga e outro pelo monitoramento prévio.
A motivação do crime, segundo a polícia, está ligada a desentendimentos entre Moraci e lideranças de uma facção criminosa, ocorridos durante o período em que ele esteve preso por tráfico de drogas.
Prisões e desdobramentos
As diligências apontaram que três dos cinco autores vieram de Ribas do Rio Pardo, cidade a cerca de 100 km da Capital, para executar o plano. Diante de indícios de que outro homicídio nos mesmos moldes poderia ser praticado, a DHPP solicitou a prisão preventiva dos envolvidos, com o pedido aceito pelo Judiciário.
Na tarde de ontem, três suspeitos foram presos em flagrante em Ribas do Rio Pardo, enquanto se encontravam reunidos a bordo de uma Mercedes-Benz, veículo de alto valor. A polícia acredita que o grupo se preparava para outra ação criminosa.
As investigações continuam com o objetivo de capturar os demais envolvidos, inclusive os mandantes do crime, uma vez que há fortes indícios de que a execução foi encomendada por chefes de facção.
A DHPP não descarta a possibilidade de novas prisões nos próximos dias.
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