Uma ex-funcionária de um estabelecimento comercial de Paranaíba, cidade a 406 quilômetros de Campo Grande, relatou ter sido vítima de assédio sexual e comportamentos constrangedores por parte do proprietário do local. Segundo ela, o patrão fazia propostas de “saídas” por R$ 200, além de exigir que as funcionárias vestissem roupas justas e “aparentassem estar bonitas” durante o trabalho. A mulher afirmou que permaneceu apenas dois meses no emprego e pediu demissão diante das situações de constrangimento.
De acordo com o relato, o assédio começava já no processo de contratação. As candidatas eram orientadas a enviar fotos de corpo inteiro, vestindo calça legging preta, que faria parte do uniforme. Apenas após essa etapa, algumas eram chamadas para entrevistas presenciais, onde o dono, casado, oferecia bebidas alcoólicas e fazia perguntas de cunho íntimo. Em alguns casos, o empresário chegou a oferecer benefícios ou vantagens financeiras em troca de encontros.
A vítima também contou que o comportamento se estendia ao ambiente de trabalho. Em um grupo de mensagens com funcionárias, o proprietário costumava fazer comentários sobre a aparência das mulheres e reforçava a exigência de que usassem “calças legging justas”. Em certas ocasiões, ele ainda pediu que as empregadas acompanhassem amigos seus durante o expediente, afastando-se das funções para sentar-se com os convidados.
Os casos teriam ocorrido entre 2019 e 2020, período em que nenhuma das funcionárias permaneceu por muito tempo no estabelecimento. A ex-funcionária declarou que não chegou a registrar denúncia, por ter sido desestimulada por colegas e pessoas próximas, que afirmavam que o empresário era influente e rico na cidade. O caso foi revelado pelo site RCN 67 e deve agora ser encaminhado às autoridades competentes para apuração.
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