Polo para atendimento de casos suspeitos gera medo nos vizinhos

Dados divulgados pela Prefeitura de Campo Grande mostram que cada vez mais vem aumentando a procura por ajuda de pessoas com os sintomas do coronavírus no Polo de Triagem montado dentro do Parque Ayrton Senna, no bairro Aero Rancho. Na segunda-feira (15), por exemplo, mais uma vez o recorde de atendimentos em um único dia foi superado, com 159 pacientes passando pelo local. Em meio a tudo isso, o contraste, com comércio aberto normalmente por conta da flexibilização e uma rotina tentando ser restabelecida, o medo de quem mora nos arredores do maior parque do Estado e precisa dividir espaço com os casos suspeitos que buscam ajuda no Polo.

A 13 passos do portão de entrada principal do pavilhão dos testes, um pequeno portão protegia seis crianças de 5 a 14 anos que brincavam. São todas familiares da dona de casa Francielle Aparecida dos Santos, 24. Moradora desde que nasceu da Rua Valdir Lago, o receio de que o vírus possa atravessar a rua permeia o imaginário dos outros três adultos que moram na residência e passam o dia fora trabalhando. “Quando o parque foi aberto, foi um paraíso. As crianças vão todos os dias brincar lá. Está difícil segurar elas aqui dentro. Mas o medo é muito grande para deixar elas livres”, disse.

Assim como ela, seu vizinho, o motoentregador Luís Neves, 50, também se diz com medo de ter um centro de tratamento do COVID-19 a poucos passos do portão de casa. Dizendo-se “viciado em álcool gel”, ele diz cumprir todos os protocolos de higiene, até pelo seu trabalho, mas ressalta que não vê o mesmo dos pacientes que deixam o Polo. “O pessoal mal sai e já joga a máscara no chão mesmo, nem no lixo. Não sei se o exame deles deu positivo ou negativo, mas em uma hora dessas não dá para confiar. O que custa ser mais higiênico”, apontou ele, que mudou para o imóvel exato um mês antes do início da pandemia. “Planejei frequentar o parque, me dei mal”, brincou.

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(Texto: Dayane Medina/Publicado por João Fernandes) 

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