Vendas no comércio varejista do Estado despencam 12,2%

Os reflexos provocados pela pandemia do novo coronavírus contribuíram para que o volume de vendas do comércio varejista de Mato Grosso do Sul registrasse uma queda de 12,2% em abril, na comparação com os resultados obtidos em março, de acordo com pesquisa mensal realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O tombo é o maior em 20 anos, desde o início da série histórica. Na comparação com abril de 2019, a diferença é de -12,4%, e no acumulado do ano, a retração foi de -2,2%. Já para o varejo ampliado, o levantamento aponta para redução de -5,5% ante março e de -15,8% na comparação com abril do ano passado.

Segundo o IBGE, Mato Grosso do Sul obteve a sétima menor queda no número de vendas do varejo no país. No varejo ampliado, o estudo aponta que a redução se consolidou como a quarta menor variação no Brasil. Tais resultados, intensificam o cenário de queda generalizada nos indicadores por conta de reflexos da pandemia, fechamento de lojas físicas e diminuição da circulação de pessoas. Quando se observam os resultados apresentados pelo comércio varejista nacional, com recuo de 16,8% na comecrial para escritório, informática e comunicação (-45,4%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-65,6%).

Em contrapartida, a atividade essencial de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,7%) foi o único setor que mostrou aumento, porém em menor intensidade que em março (11,0%). Já o volume de vendas do comércio varejista ampliado, que integra também as atividades de veículos, motos, partes e peças (-36,2%) e material de construção (-1,9%), caiu 17,5% em abril na comparação com março, a maior queda da série histórica, que começou em fevereiro de 2003. Resultado no comércio complementa recuos de indústria e empregos Esse é o terceiro indicador dos efeitos do distanciamento social sobre a economia brasileira.

O IBGE já havia divulgado que a indústria teve queda de 18,8% na comparação com março, a pior da série histórica. E o mercado de trabalho sofreu um recorde de 4,9 milhões de postos de trabalho perdidos no trimestre encerrado em abril. Desse total, o comércio foi o setor que mais sentiu a queda na população ocupada, com 1,2 milhão de empregos a menos.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou pandemia no dia 11 de março. Nas semanas seguintes, estados e municípios começaram a decretar restrições à circulação de pessoas, o que afetou a economia brasileira. A primeira morte conhecida de COVID-19 no país ocorreu no dia 17 de março. A partir daí, com o avanço da doença, o país promoveu o fechamento de bares, restaurantes e comércio como forma de conter o avanço da doença. Em abril, os efeitos econômicos passaram a ser sentidos com mais intensidade, já que as medidas restritivas duraram do começo ao fim do mês.

Na semana passada, o Banco Mundial projetou que a economia brasileira deve encolher 8% em 2020, um dos piores resultados globais. Segundo a instituição, a contração está ligada às medidas de contenção da propagação do vírus, investimentos em queda e redução nos preços de commodities. Em janeiro, a projeção era de crescimento de 2% para o Brasil.

Veja essa e outras notícias em nossa versão digital

(Folhapress/publicado no site por Karine Alencar)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *