SES (Secretaria Estadual de Saúde) descartou nesta sexta-feira (12), o primeiro caso suspeito de morte decorrente da varíola dos macacos (monkeypox) em Mato Grosso do Sul. A vítima de 31 anos, veio a óbito no sábado (6), e estava internada no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande.
O paciente era residente de Camapuã e foi transferido para o HRMS após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Já em Campo Grande ele apresentou sintomas típicos de monkeypox como erupções na pele, o que levantou a suspeita da doença.
Secretário estadual de saúde, Flávio Britto explica que após análises laboratórias feitas no Rio de Janeiro, foi confirmado que o resultado do paciente era “não detectável” para a monkeypox.
“Recebemos o diagnóstico de exame e descartamos a morte do paciente que estava internado em Campo Grande após sofrer AVC. Ele tinha realmente feridas na pele, o que é um sintoma da varíola. Ontem mesmo reenviamos novos exames ao Rio de Janeiro para termos certeza que as feridas que estavam pelo corpo realmente vem de seu trabalho oriundo nas lavouras. Mas a certeza que temos hoje é que a monkeypox está descartada”, disse o secretário.
O primeiro e único óbito por varíola dos macacos no Brasil foi confirmado em julho deste ano, em um paciente de Uberlândia, Minas Gerais. Desde o surgimento da doença cerca de 2 mil casos foram notificados no país.
Mato Grosso do Sul confirmou até o momento dez casos de varíola dos macacos. Dados do boletim epidemiológico da SES apontam que as confirmações foram registradas em Campo Grande (8), Dourados (1) e Itaquiraí (1). Todos os pacientes positivo são homens e possuem entre 20 a 49 anos.
“Na última semana, foram confirmados dois novos casos, dois homens, um em Itaquiraí e outro em Campo Grande, mas a SES por meio do setor de vigilância e as vigilâncias dos municípios estão acompanhando os casos diariamente”, destacou Flávio Britto.
Transmissão
A varíola dos macacos é transmitida pelo contato com a pessoa infectada, o vírus pode entrar no corpo pelo sistema respiratório, olhos, nariz, boca ou por lesões na pele. Apesar disso, a doença não se espalha facilmente.
Flávio Britto destaca que não há motivo para alarde já que a doença possui baixa transmissão. “A doença se trata de uma erupção da pele que passa por contato de uma pessoa para outra. Também passa por sexo, pela roupa de cama, camisa, toalha, porem é uma doença de baixa transmissão. Não é necessário nenhum alarde quanto a isso, as autoridades sanitárias do país estão de olho”, disse.
Sintomas
Os sintomas se manifestam entre 5 e 21 dias e incluem febre alta e de início súbito, dor de cabeça e garganta, erupções cutâneas que começam no rosto e se espalham pelo corpo podendo deixar cicatrizes visíveis na pele dos pacientes e inchaço dos gânglios nas regiões cervical, axilar e pélvica.
A coceira persistente e dolorida é outro sintoma e passa por diferentes estágios, podendo parecer catapora ou sífilis, até formar uma crosta.
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) esclarece que assim que os sintomas são identificados, o paciente suspeito entra em isolamento total, podendo ser domiciliar, e só recebe alta após a cicatrização total de todas as feridas. O procedimento foi aplicado em todos os casos confirmados em Campo Grande.
Prevenção
Para prevenir o contágio, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomenda o uso de máscaras, distanciamento social, higienização das mãos, e evitar o compartilhamento de itens pessoais, como lençóis, talheres, toalhas e roupas, medidas que também auxiliam na proteção contra a Covid-19.
Apesar de não ser considerada uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível), a OMS (Organização Mundial da Saúde) fez um alerta para que homens que se relacionam sexualmente com outros homens reduzam o número de parceiros. A medida foi aconselhada após ser identificado que grande parte dos casos notificados de varíola dos macacos são de homens gays ou bissexuais.
Mudança de nome
Em parceria com especialistas, a OMS (Organização Mundial da Saúde) avalia mudar o nome da varíola dos macacos. A medida é analisada após mais de 30 cientistas se manifestarem sobre a necessidade urgente de adotar um nome que não seja discriminatório ou estigmatizante. Além disso, a associação da doença aos macacos colocam em risco a vida desses animais, que apesar do nome não são transmissores da varíola.
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