A greve dos profissionais da área da saúde da Santa Casa de Campo Grande segue pelo 2º dia consecutivo nesta quinta-feira (29). A categoria reivindica o reajuste salarial de 10,16% retroativo a maio, mês da data-base. A paralisação contraria a decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) que determinou o fim da greve e estipulou multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
Conforme o Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), a paralisação segue até que haja uma resolução entre a categoria e o hospital. Na tarde ontem (28), a categoria promoveu uma assembleia e decidiu pela manutenção da greve.
O setor de enfermagem da Santa Casa conta atualmente com 1.400 profissionais, que cobram o reajuste de 10,16% retroativo a maio, mês da data-base. A remuneração atual da categoria é de R$ 1.750 para técnico de enfermagem e R$ 4.100 para enfermeiro padrão.
Presidente do Siems, Lázaro Santana explica que além do reajuste, os profissionais reivindicam mais de 40 clausuras como abono assiduidade e auxílio creche para mães que trabalham no período noturno.
“A greve foi motivada pelo nosso acordo coletivo de trabalho, nós temos um acordo com a instituição com validade de 12 meses e venceu em abril e deveria ter sido renovado. Em março encaminhamos uma pauta solicitando não só o reajuste salarial mas também a manutenção de mais 40 clausuras”, destaca.
Segundo o presidente da Santa Casa, Heitor Rodrigues Freire a instituição não é contraria as reivindicações dos funcionários e espera que a situação se resolva ainda nesta semana.
“A situação do contrato com a prefeitura está caminhando para uma solução favorável, dependemos de umas tratativas finais, mas estamos esperançosos que as coisas se resolva. A enfermagem está exercendo seu direito, não somos contrários e sim a favor do piso salarial e buscamos recursos para cumpri-lo”, disse.
Heitor Rodrigues ressalta que na tarde de ontem (28), a Santa Casa se reuniu com a secretária finança Márcia Hokama, o procurador geral do município Marcelino Pereira e a chefe de gabinete da prefeita Adriane Lopes (Patriota) onde foi estabelecido a continuidade das nossas tratativas.
Vale ressaltar que mesmo com a greve o presidente do Siems assegura que os atendimentos médicos serão mantidos na Santa Casa, com 50% do quadro de profissionais.
Confira a entrevista:
Determinação judicial
A Justiça do Trabalho de Mato Grosso do Sul, por meio do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 24ª Região, publicou na terça-feira (27), uma liminar favorável ao pedido de tutela de urgência antecipada ajuizado pela Procuradoria-Geral do Município.
Na decisão, o Desembargador Federal do Trabalho André Luis Moraes de Oliveira considerou a ilegalidade da greve e estipulou multa diária
“Defiro o pedido de tutela de urgência para determinar que o Sindicato dos Trabalhadores na Área da Enfermagem do Estado De Mato Grosso Do Sul se abstenha de realizar greve/paralisação, sob pena de multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento da liminar ora deferida, a ser paga pela entidade sindical que descumprir a presente determinação.”
Para resolver o impasse o TRT marcou uma audiência de conciliação para hoje (29), às 16 horas, com a presença do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul), a Sociedade Beneficente Santa Casa e o Município de Campo Grande, com a participação do Ministério Público do Trabalho.
Com informações do repórter João Gabriel Vilalba.
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