Renovação de parceria pode garantir revitalização do Monumento Pantanal Sul

Aeroporto Monumento Pantanal Sul
Imagem: Reprodução/Valentin Manieri
Contrato com a Infraero encerra em novembro e tratativas com a nova empresa começarão em 2023.

Cinco anos após a última revitalização realizada pelo banco Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo), o Monumento Pantanal Sul, localizado na frente do Aeroporto Internacional de Campo Grande, que é formado por três tuiuiús e considerado um dos cartões-postais de Campo Grande, encontra-se em situação de abandono. O contrato entre o Sistema de Crédito Cooperativo com a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), que administra o aeroporto atualmente, termina em novembro deste ano e a expectativa é de que seja renovado com a Aena, vencedora do leilão em 2023.

Com a privatização, a empresa Aena Brasil assumirá no próximo ano todas as responsabilidades ligadas ao aeroporto e, a partir disso, o Sicredi informou ao jornal O Estado que pretende dar continuidade à parceria. Em nota, o banco informou que estão em fase de entendimentos com novos gestores pra estabelecer uma nova parceria, pois pretendem continuar com o trabalho, e que até o início do ano o assunto será tratado de fato. “É a nossa vontade. No início do ano será tratado o assunto”, pontuou a assessoria de imprensa.

Questionada pela reportagem, a empresa Aena explicou que, no último dia 19, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) homologou o resultado do leilão da sétima rodada de concessões de aeroportos, quando a Aena saiu vencedora do maior lote da disputa, conquistando os 11 aeroportos do bloco SP-MS-PA-MG. Mas o processo de concessão só se completará em meados de 2023.

O artista plástico Cleir Ávila, que foi o responsável pela construção do monumento em 2000, disse ao jornal O Estado que o abandono do monumento e a não preocupação com este seria de parte da Infraero. “O Sicredi, que patrocinou toda a revitalização em 2017, fez um contrato com a Infraero, e a partir disso era ele quem tomava conta do monumento. Em junho, me chamaram para fazer um orçamento de revitalização e um orçamento para arrumar o espelho d’água que estava com problema, mas a Infraero se recusou a renovar esse contrato que vencerá em novembro, e após a privatização do aeroporto, eles dizem não ter mais responsabilidade nisso”, disse.

Em contrapartida, a Infraero confirmou a O Estado que a conservação e manutenção do Monumento Pantanal Sul realmente eram feitas por meio de uma parceria firmada entre a Infraero e o banco Sicredi, com a participação do artista plástico criador da escultura, Cleir Ávila. A partir do fim do contrato, a responsabilidade pelo cuidado da obra e do espaço onde está instalada será integralmente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária.

“Este contrato se encerra no próximo dia 30 de novembro e, a partir desse dia, as ações de conservação e manutenção que se façam necessárias ficarão apenas a cargo da Infraero, até que a concessionária Aena assuma a gestão do Aeroporto Internacional de Campo Grande”, explicou a Infraero.

Falta de manutenção

Conforme adiantado na edição dessa quinta-feira (27), por O Estado, as obras do Aeroporto Internacional de Campo Grande não foram finalizadas, principalmente quando se trata da parte externa, incluindo o estacionamento. Outro ponto que chama a atenção de quem passa pelo local é o descuido com o Monumento Pantanal Sul, que conforme registrado pela equipe estava servindo de depósito de lixo e de água parada que propicia a proliferação dos mosquitos da dengue.

Sobre a falta de manutenção e de limpeza noticiada pela reportagem, a Infraero explicou que uma equipe já foi designada e que esteve no local, para realizar uma vistoria.

“Cabe destacar que a equipe de manutenção da Infraero realizou, ontem (27), uma inspeção na área do monumento e fez a limpeza do local. É importante esclarecer que o sistema de fontes de água foi desativado por uma recomendação das autoridades de saúde como medida para evitar a proliferação de mosquitos nesta época do ano”, finalizou.

Homologação

Vale lembrar que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) homologou, no dia 20 de outubro, o resultado do leilão da sétima rodada de concessões de aeroportos que inclui os três terminais localizados em Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã. Vale destacar que a empresa espanhola Aena Desarrollo foi a única proponente do bloco que continha o Aeroporto de Congonhas e apresentou um ágio da proposta inicial de 321% por um montante de R$ 2,45 bilhões.

A empresa entregou em agosto a documentação exigida pela Anac, que possibilitou a tomada da decisão durante a 26ª Reunião Deliberativa Eletrônica da Diretoria Colegiada da agência, e a expectativa é de que a assinatura do termo de contrato, quando se iniciará o processo de transição, esteja cada vez mais próxima.

A expectativa é de que sejam investidos cerca de R$ 5,8 bilhões destinados a melhorias de todos os aeroportos do bloco. Sendo R$ 377,6 milhões somente para melhorias no aeroporto de Campo Grande (MS), outros R$ 192,6 milhões para o aeroporto de Corumbá (MS) e mais R$ 234,2 milhões para o aeroporto de Ponta Porã (MS). Tais recursos prometem ampliar o número de voos com outras cidades brasileiras, gerando novas perspectivas de rotas.

Por Camila Farias – Jornal O Estado de MS.

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