Abertura do novo mercado representa boa janela de oportunidades para a cadeia da suinocultura no Estado
Os produtos de origem suíno, produzidos em solo sul-mato-grossense não têm grande impacto no volume das exportações. Em 2023 a suinocultura do estado exportou somente 24,3 mil toneladas para outros países. No entanto, uma “luz no fim do túnel”, começa a ser vista, após o governo canadense autorizar que o Brasil exporte gelatina e colágeno suíno sem a necessidade de certificação sanitária.
O Brasil está vivenciando uma onda muito boa de abertura de novos mercados (outros países), negócios que devem futuramente refletir positivamente em Mato Grosso do Sul. Gerando incentivos aos produtores de suinocultura, segundo avaliou o economista do agronegócio, Staney Barbosa Melo
“Nesse sentido, a abertura deste novo mercado representa uma boa janela de oportunidades para apoiar a cadeia da suinocultura de nosso estado, pois tende a ampliar os incentivos para que possamos desenvolver ainda mais essa cadeia em MS. A suinocultura é um setor que está em expansão, e MS tem muito potencial para desenvolvê-la por aqui. Dessa forma, a abertura desses mercados tende a estimular o desenvolvimento do setor, pois dá aos produtores rurais a perspectiva de que existe demanda para a atividade”, analisou o profissional.
O especialista comenta ainda em relação à certificação sanitária não mais exigida pelo Canadá. “Isto nos mostra, por um lado, que as mercadorias originadas por aqui estão sendo cada vez mais reconhecidas. Mostra também que o mundo está retornando à normalidade, depois de um duro período de reclusão econômica, social e sanitária”, frisou o especialista, ao recordar do período de pandemia.
Para Barbosa, em Mato Grosso do Sul, a suinocultura segue se desenvolvendo, mas ainda é muito incipiente. Para se ter uma ideia, no ano anterior os 24,3 mil toneladas de carne suína exportada, representa algo em torno de 2% do total das exportações nacionais. Quando falamos em miudezas, o número é de 6 mil toneladas, cerca de 5,7% de participação nas exportações nacionais destes subprodutos.
Mapa comemora
Na última semana, o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) publicou que o governo brasileiro recebeu autorização do Canadá para exportar gelatina e colágeno de origem suína, sem a necessidade de certificação sanitária. Com este novo anúncio, o agronegócio brasileiro alcança sua 23ª abertura de mercado, em 17 países, neste ano.
De acordo com a pasta, desde o início do terceiro mandato do presidente Lula, já foram abertos 101 novos mercados. A abertura desse novo mercado é resultado de ação coordenada entre o MRE (Ministério das Relações Exteriores) e o MAPA, com a participação do setor agropecuário brasileiro.
Segundo Staney Barbosa, os agricultores no sul do país estão entre os mais beneficiados com a nova abertura de negócio. “A nível nacional, a suinocultura brasileira representa algo em torno 15% das exportações mundiais da proteína. Regionalmente, é fortemente desenvolvida na região Sul, do país, que concentra mais de 65% de toda a produção nacional. Pode-se dizer então, que a região Sul deverá se beneficiar muito com a abertura para a exportação de subprodutos de sua produção”, conclui o economista.
Em 2023, o Canadá foi o 28º maior destino das exportações do agronegócio brasileiro, alcançando valor total de US$ 1,05 bilhão. O comércio de produtos agrícolas do Brasil com o Canadá tem crescido anualmente, refletindo o nível de confiança depositado no sistema nacional de controle sanitário.
Essa abertura, de acordo com especialistas, deverá contribuir para aumentar o fluxo comercial entre os dois países, é mais uma demonstração da confiança internacional no sistema de controle sanitário do Brasil. Simultaneamente, na segunda-feira (25), o mapa publicou a Portaria n ° 665, a qual identifica como livre de febre aftosa sem vacinação os Estados do Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal.
Somente no ano passado, o Brasil exportou US$ 375 milhões em gelatinas para cerca de 70 países. Este é o terceiro mercado aberto para a exportação do produto neste ano, após o estabelecimento de parcerias comerciais com El Salvador e Estados Unidos.
El Salvador
No início deste mês, o governo de El Salvador deu aprovação sanitária autorizando o Brasil a exportar gelatina e colágeno originados de pele bovina, suína e de outros ruminantes daquele país. As exportações agrícolas para El Salvador somaram cerca de US$ 137 milhões em 2023.
Os principais itens foram cereais e produtos florestais. Somente em janeiro deste ano, as exportações para El Salvador alcançaram mais de US$ 9 milhões. Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcançou sua 18ª abertura de mercado, em 13 países, neste ano.
Por Suzi Jarde
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