Pressionada pela gasolina inflação recua 0,95% na Capital

bomba gasolina
Imagem: Reprodução/Valentin Manieri
Queda nos preços dos combustíveis, provocada pelo ICMS, foi o principal responsável pelo resultado

Por Taynara Menezes – Jornal O Estado MS

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, registrou queda de 0,95% em julho, sendo 1,59 ponto percentual abaixo ao 0,64% do mês anterior. Os dados foram divulgados, ontem (9), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O principal fator responsável pela deflação foi a queda nos preços da gasolina e do etanol.

Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 10,13%, e é considerado estável em relação ao valor de 12,06% observado no mesmo período do ano passado. Dos nove grupos de produtos e serviços analisados na Capital, sete tiveram alta de preços em julho.

O setor de transportes foi o que mais impactou nos índices do IPCA de Campo Grande, registrando queda de 5,84%, puxando o índice para 1,38 p.p. A gasolina teve a maior influência (-15,08%), e sozinha trouxe o índice para baixo em 1,40 p.p., aliada com o etanol, que teve queda de 10,28%.

Em contrapartida, o diesel teve aumento de 5,1%. O economista Eugênio Pavão avalia a redução como fruto monetário. Segundo ele, a forte participação dos principais setores envolvidos cooperou para o resultado alcançado.

“A queda da inflação de julho é fruto da política monetária e fiscal do governo federal, que desonerou os preços de combustível e energia por meio da redução do ICMS e como esses setores têm forte participação na economia, essa queda representa uma melhora nos índices de inflação, entretanto, tira recursos dos estados”, pontua.

Entretanto, o especialista acredita que essa deflação possa ter um tempo determinado. “Essa queda da inflação fará efeito por curto prazo, pois alguns itens como alimentação continuam altos e dependendo das sazonalidades e intempéries”, conclui.

Aumento

Em relação às altas, o setor de Vestuário foi destaque com variação de 1,82%, gerando impacto de 0,08 p.p. no índice. Os itens bolsa (3,82%), conjunto infantil (3,79%), tênis (3,73%) foram os que tiveram as maiores altas no grupo. No lado das quedas, ganham destaque os subitens camiseta masculina (-0,27%) e joias (-0,20%).

Na sequência está o grupo alimentação e bebidas com índice de 0,63% e impacto de 0,14 p.p. Os produtos que tiveram maiores altas de preço foram o mamão (33,3%), a melancia (30,61%) e o leite longa vida (17,12%).

Já no lado das quedas, o tomate baixou 28%, o repolho ficou 25,36% mais barato e a batata-inglesa teve 23,24% de queda.

No grupo de habitação, a queda registrada foi de 0,53% relacionada a energia elétrica residencial, que teve retração de 0,93%. No mês imediatamente anterior a taxa foi de 0,04%. Após a sanção da Lei Complementar 194/22, vários estados reduziram a alíquota de ICMS cobrada sobre os serviços de energia elétrica.

Ainda no grupo habitação, a maior alta veio do subitem tinta (2,90%) e a baixa mais significativa, do material hidráulico (-1,60%). Na educação, o índice ficou em 0,03%, e o destaque no setor foi para a queda dos subitens: livro não didático (-2,58%) e atividades físicas (-0,67%).

O grupo de artigos de residência registrou alta de 0,92% na Capital, com impacto de 0,04 p.p. Os maiores índices vieram dos subitens ar-condicionado (3,88%) e ventilador (2,86%). Nas quedas, destacam-se: conserto de bicicleta (-1,58%) e roupa de cama (-1,51%).

Nacional

No Brasil, a variação mensal do IPCA para o mês corrente foi de -0,68%, após ter registrado 0,67% em junho; essa foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980.

No ano, a inflação acumulada é de 4,77% e, nos últimos 12 meses, de 10,07%. As quedas nos preços dos combustíveis e da energia elétrica também foram os principais responsáveis pelo índice no cenário nacional.

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