“Preço da carne está mais acessível” avalia consumidores

Estimativa é que
o Brasil alcance a
produção de 30,88
milhões de toneladas (Foto: Marcos Maluf )
Estimativa é que o Brasil alcance a produção de 30,88 milhões de toneladas (Foto: Marcos Maluf )

Aumento de 3,9% na produção é a justificativa para a redução dos valores.

Se por um lado os alimentos básicos como o arroz e feijão, tem pesado na lista de compras do campo-grandense. Na outra ponta, os preços das carnes bovina e de aves têm gerado um certo alívio na hora de fechar a conta. O motivo da queda de preço nos açougues, de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) é o aumento na produção.

Na casa do trabalhador Enio Gomes, a ida na seção do açougue ocorre duas vezes na semana. Ele compartilhou com o jornal que é daqueles que não abre mão da carne no prato todos os dias. Conforme comparou, os preços repassados para o consumidor atualmente tem encaixado no orçamento dele e de sua esposa.

“Os preços já foram mais caros, hoje até que está mais acessível, por exemplo um corte de coxão mole ou coxão duro que há tempos eu pagava R$ 35 e pouco no quilo, hoje em dia de oferta consigo comprar por R$ 24,90 no máximo R$ 28,90. Já a minha esposa gosta mais de um ‘franguinho’, e esse os preços são ainda mais em conta”, afirma o consumidor.

A queda nos preços que tem agradado o bolso do consumidor, é justificada pela Conab, devido a um aumento de 3,9% nas atividades de produção das carnes. O aposentado, José Brandão, de 79 anos, observou que os valores das carnes bovina, suína e de aves deu uma estabilizada nos últimos meses. “Deu uma paralisada no preço da carne, teve uma época que ocorreu uma baixa que até alegrou os consumidores, mas depois permaneceu. Não baixou mais os preços, mas também não aumentou”, comemorou.

Preços mais baixos para o cliente

Como consequência deste aumento na produção, o abastecimento do mercado brasileiro em 2024 deve manter os preços em patamares mais baixos, aponta a companhia.

A estimativa é que o Brasil alcance a produção de 30,88 milhões de toneladas neste ano, com disponibilidade de 21,12 milhões de toneladas destinadas a abastecer o mercado interno. “Além desse aumento na produção, os preços dos insumos para alimentação animal estão menores para o criador. Essa combinação de fatores tende a sustentar os preços das carnes em patamares mais baixos para os brasileiros e as brasileiras”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto.

Da estimativa total de produção, cerca de 10 milhões de toneladas deverão ser de carne bovina, com 6,6 milhões de toneladas disponibilizadas para o Brasil. No caso da carne suína, devem ser produzidos este ano 5,55 milhões de toneladas, das quais 4,22 milhões de toneladas serão para consumo dos brasileiros.

Já a avicultura de corte tem estimativa de produção de 15,4 milhões de toneladas e poderá disponibilizar para o mercado interno 10,3 milhões de toneladas. O maior volume possibilita uma elevação na oferta do produto dentro do país em 4,3%, podendo chegar a 10,3 milhões de toneladas, a terceira maior da série histórica. Mesmo assim, as exportações também devem ter uma ligeira alta de 0,9%, se mantendo um pouco acima de 5 milhões de toneladas.

A exportação desses produtos também tem projeção de crescimento, de 6,6% para a carne suína, de 0,9% para a carne de frango e 15,7% para a carne bovina.
Para a produção de ovos, também informada pelo quadro de suprimentos da Conab, a expectativa é que este ano haja um recorde com a produção de 41,1 bilhões de unidades para consumo, que deve atender à expectativa de disponibilidade interna de 200,2 unidades por habitante do país.

Ponto de vista econômico

De acordo com o especialista do agronegócio, Stanley Barbosa, este é um ano de oferta elevada e preços baixos no mercado pecuário, não apenas porque os custos dos grãos estão menores, mas também por conta do momento atual do ciclo pecuário, que se traduz em intensa oferta de fêmeas de descarte, provenientes do momento econômico do pós-pandemia, onde os preços estavam muito atrativos e havia grande estímulo para os criadores intensificarem seus rebanhos.

“No atual momento, diferentemente do que vimos nos anos de 2019 a 2022, vemos agora os frigoríficos com programações de escalas muito confortáveis, devido ao aumento da oferta de animais. Esse fenômeno é percebido em todo o Brasil, e aqui no Mato Grosso do Sul não é diferente. Segundo o último relatório da Famasul, os abates de machos no mês de fevereiro deste ano apresentaram um aumento de 60,05% na comparação com fevereiro de 2023, de 124 mil cabeças para 198 mil cabeças”, detalha.

O economista ainda explica que, no caso das fêmeas, houve um aumento de 11,53% em igual período, passando de 146 mil cabeças para 163 mil cabeças. Estes dados mostram uma movimentação de animais bem acentuada aqui no estado, onde os abates de fêmeas seguem representando 55% do total de abates nos frigoríficos do estado. Tudo indica que esta nova conjuntura seguirá pressionando os preços pagos aos pecuaristas de Mato Grosso do Sul ao longo deste ano, conforme avalia o especialista.

Por Suzi Jarde

 

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