Município “maquia” obra paralisada com pintura da via

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

A implementação do corredor de ônibus e da ciclovia na Avenida Calógeras está parada desde 2022

 

Orçada em mais de R$ 15 milhões a revitalização da Avenida Calógeras é mais uma obra que está paralisada na Capital. O contrato com a empresa responsável GTA Projetos e Construções LTDA. foi rescindido praticamente um ano após o início da revitalização da via.

Sandro OVal: “Passou essa semana tinta nas faixas para cumprir a promessa de revitalização”. – Fotos: Marcos Maluf

Entretanto na última semana, como uma forma de “maquiar” que a obra não foi finalizada, o município pintou as faixas de rolamento da via. Comerciante há mais de 20 anos e oito só na Avenida Calógeras, Sandro OVal comenta sobre o esquecimento de umas das vias que mais tem comércios na Capital. “Aqui tem buraco com mais de cinco anos que a prefeitura nunca faz nada, passou essa semana uma tinta nas faixas para cumprir a promessa de revitalização. Estamos esquecidos pela prefeitura. Além disso, não tem policiamento, os usuários tomaram conta da região. Está cada dia mais difícil trabalhar”, disse.

Gislaine do Nascimento tem um comércio de salgados na Avenida, ela ressalta que já teve os pneus do carro danificados por conta dos buracos”. Um lugar esquecido pela prefeitura, pagamos imposto igual aos comerciantes da 14 de julho, mas não temos os mesmos privilégios de ter uma rua segura e boa para trafegar”, reitera.

De novembro de 2021, quando começou a revitalização, até novembro de 2022, quando foi paralisada, foram gastos R$3.153.947,33. Conforme o projeto inicial estava prevista a execução de 3,5 km de recapeamento em toda a extensão da Calógeras, implantação de 1.540 metros de ciclovia, corredor do transporte coletivo e cinco estações de embarque e desembarque. No entanto, as obras quando foram paralisadas tinham apenas 20% de conclusão.

Segundo a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviço Público), uma nova licitação será aberta para conclusão da obra. Em entrevista ao jornal O Estado no fim do ano passado, o titular da pasta, Marcelo Miglioli, garantiu que a prioridade é organizar e retomar o projeto dos corredores de ônibus até fevereiro.

“Temos aí obras emblemáticas e importantes, como os corredores de ônibus, obras que realmente precisam dar uma resposta para a sociedade. Vamos colocar em licitação agora no início do ano, entre janeiro e fevereiro”, disse Miglioli.

Corredor de ônibus Quando o assunto é corredores de ônibus, há dez anos os usuários do transporte coletivo escutam sobre e, entre os projetos, o que está mais atrasado é o que liga o Centro, pela Calógeras, até a região Sul, passando pela Costa e Silva e Gury Marques. Este é o quarto corredor de ônibus que tem a obra paralisada na Capital e do total apenas dois em funcionamento: da Rui Barbosa e da Brilhante.

Cabe ressaltar que as conexões sudeste, sul e norte foram projetadas em 2012, com o primeiro empréstimo junto a Caixa Econômica Federal estimado em R$ 120 milhões. Os corredores das Ruas Bahia e Bandeirantes já estão com as obras de infraestrutura e semaforização prontas e o que falta para entrar em operação é a implementação das estações de embarque, das ilhas de concreto e as estações físicas. Já na Avenida Gunter Hans há vários pontos inacabados, que seriam os terminais de pré-embarque. O projeto foi iniciado em março de 2021 e paralisado antes de completar um ano.

 

Por Rafaela Alves e Thays Schneider

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