Lidio diz que não há dúvidas de que a esposa Adriane será grata surpresa como prefeita

Lidio
Texto: Nilson Figueiredo

Texto: Rafaela Alves, Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

Deputado estadual de terceiro mandato, Lidio Lopes (Patriota) é o principal conselheiro da prefeita Adriane Lopes. A esposa assumiu o comando da Prefeitura de Campo Grande há pouco mais de dois meses, após a renúncia de Marquinhos Trad, para lançar pré-candidatura ao governo de Mato Grosso do Sul. O perfil de gestora de estar menos no gabinete e mais nas ruas em contato com a população fará ela ser uma surpresa na política.

“Adriane é uma mulher que está preparada. Ela se preparou pra isso, para estar do lado do Marquinhos como vice-prefeita, além das formações que ela tem, ela acompanhou passo a passo a gestão de cinco anos e meio de Marquinhos, então ela tem muita prática e eu não tinha dúvida de que ela será uma grata surpresa para Campo Grande”, disse em visita ao jornal O Estado.

Por ser tratar de um casal de políticos, Lidio diz que é lógico que os dois trocaram “figurinhas”. “A gente conversa muito daquilo que a gente pode, porque eu também recebo as demandas como parlamentar. Antes de a Adriane ser prefeita meu gabinete sempre foi um dos mais acionados na Assembleia e assim eu tenho uma demanda muito grande”, disse.

Sobre a aliança com o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), Lidio defendeu que a parceria vem desde quando os dois eram parlamentares e que sempre acreditou na palavra do ex-prefeito em deixar a prefeitura para disputar o governo.

“Lá, em 2016, a gente já alinhou justamente isso, que concorreria àquela eleição, viria à reeleição em 2020 e 2022, ele então se afastaria, faria a transição para Adriane, para dar sequência no plano de governo e Marquinhos candidato a governador. Então, nunca duvidei disso, porque tudo aquilo que pactuamos ele cumpriu comigo, sempre manteve a palavra dele e eu não tinha dúvida de que ele renunciaria”, afirmou.

Caso Marquinhos Trad seja eleito governador de Mato Grosso do Sul, Lidio poderia aceitar um convite para assumir uma secretaria, mas o objetivo será buscar a reeleição como deputado estadual. O Patriota deverá apoiar a candidatura do ex-prefeito em Mato Grosso do Sul e será mais um partido a oferecer apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

Lidio se declara bolsonarista. “O Patriota, em nível nacional, ele não federalizou e liberou em todos os estados para que a gente possa construir o melhor cenário. Eu, obviamente, dentro da minha linha, sou bolsonarista, defendo a candidatura do Bolsonaro, então em Mato Grosso do Sul o Patriota vai andar com o Bolsonaro”, ressaltou.

O Estado: O senhor apostava que o ex-prefeito Marquinhos Trad deixaria a gestão?

Lidio Lopes: Eu sempre acreditei nisso. Em 2016, quando o Marquinhos nos convidou para o projeto de disputar as eleições em Campo Grande, a eleição majoritária, eu era deputado junto com ele, atuávamos juntos na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa e em algumas atuações como parlamentares; a gente tinha um alinhamento muito próximo. Então, ele nos convidou pra esse desafio, de estarmos juntos em uma eleição majoritária em Campo Grande.

A questão partidária, a gente caminhou e firmou compromisso de estar com ele e depois surgiu o cenário da Adriane (Lopes) ser a vice. E lá, em 2016, a gente já alinhou justamente isso, que concorreria àquela eleição, viria à reeleição em 2020 e 2022, ele então se afastaria, faria a transição para Adriane, para dar sequência no plano de governo e Marquinhos candidato a governador.

Então, nunca duvidei disso, porque tudo aquilo que pactuamos ele cumpriu comigo, sempre manteve a palavra dele e eu não tinha dúvida de que ele renunciaria.

O Estado: Qual o primeiro conselho que deu à esposa, a prefeita Adriane Lopes, ao assumir a Prefeitura de Campo Grande?

Lidio Lopes: Que ela faça gestão, que vá mais aos bairros, mais às secretarias e fique menos no gabinete. Por que assim ela terá um contato maior com a população e vai conseguir detectar os problemas reais, buscando trazer as soluções de que o município precisa. Adriane sempre me acompanhou desde o mandato de vereador ao de deputado estadual, e sabe quais são as demandas e o que realmente a população necessita.

O Estado: Tem participado dando palpite ou conselhos na gestão da prefeita Adriane Lopes?

Lidio Lopes: Acho que palpite, não, a gente é um casal, casal de políticos, então a gente troca figurinha, não tem como. A gente conversa muito daquilo que a gente pode, porque eu também recebo as demandas como parlamentar. Antes de a Adriane ser prefeita meu gabinete sempre foi um dos mais acionados na Assembleia e assim eu tenho uma demanda muito grande de gabinete, e obviamente que você recebe a solicitação da população e vê as necessidades, e nisso eu vou conversando com ela neste sentido de ajudá-la naquilo que pode atender e dar um resultado para as pessoas.

O Estado: Como avalia os dois primeiros meses de administração?

Lidio Lopes: Está caminhando bem. Eu não tenho dúvida de que a Adriane será uma grata surpresa para a população de Campo Grande, mesmo porque existia uma dificuldade muito grande de as pessoas perguntarem para quem o Marquinhos vai entregar a Prefeitura de Campo Grande? Para uma mulher? Como é que ela está? Está preparada ou não? É o deputado Lidio que vai mandar na prefeitura?

Era o que as pessoas mais colocavam e eu acho que isso era um ato discriminatório muito forte, para dizer que a mulher não tem competência para ser prefeita de uma Capital do Estado, que a mulher não está preparada, ao contrário, Adriane é uma mulher que está preparada.

Ela se preparou pra isso, para estar do lado do Marquinhos com vice-prefeita, além das formações que ela tem, ela acompanhou passo a passo a gestão de cinco anos e meio de Marquinhos, então ela tem muita prática e eu não tinha dúvida de que ela será uma grata surpresa para Campo Grande, naquilo que ela imagina dar sequência no trabalho.

O Estado: Aumentou a responsabilidade de até ser mais votado para sua reeleição a deputado estadual?

Lidio Lopes: Eu acho que não. Sou uma pessoa muito tranquila com relação a isso. Eu sou um deputado bem presente nos municípios, eu fui talvez o único deputado votado nos 79 municípios, porque eu compareço muito, me faço presente, eu consolidei bem meu mandato, tenho grupos nos municípios que me ajudam muito e que a gente realmente efetivou isso ampliando nosso trabalho de maneira bem presente.

Então, eu tenho uma votação em Campo Grande, que são bases minhas. Eu venho de uma cristã, de igrejas que me ajudam muito e isso facilita; obviamente que o fato de a Adriane estar na prefeitura vai aumentar alguma coisa nesse sentimento das pessoas virem para me ajudar, mas não aumenta minha responsabilidade de ser o mais votado e eu não tenho essa vaidade, eu quero ter um mandato para trabalhar por Mato Grosso do Sul.

Eu acredito que, se as pessoas entenderem que o nosso trabalho tem sido para ajudar Mato Grosso do Sul, eu quero estar lá com um novo mandato, para poder ajudar o governo, a Adriane na prefeitura. Agora não tenho essa vaidade de ser o mais votado.

O Estado: Caso Marquinhos Trad vença as eleições, e te chame para compor o governo em alguma secretaria, você se sente apto?

Lidio Lopes: Não tenho dúvida disso, eu sou servidor de carreira do Tribunal de Contas, que é um órgão fiscalizador, mas um órgão técnico, sempre acompanhei muito de perto as gestões públicas do município, do Estado, tenho formação para isso.

Não tenho dúvidas de que eu estou pronto e preparado pra isso, mas prefiro ficar no meu mandato para deputado estadual onde a população realmente entender que eu devo voltar para o mandato e voltar para a Assembleia, eu prefiro ficar como deputado trabalhando para o meu Estado.

O Estado: Até que ponto a campanha poderá se modificar, a partir das convenções com prazo em 5 de agosto?

Lidio Lopes: Todos os parlamentares correm atrás para articulações, a gente tem aquele período em que você começa divulgar o seu nome, construir esse projeto em nível de pré-campanha. A partir do dia 5 de julho começam as convenções partidárias e vão até dia 5 de agosto, daí você vai realmente definindo as candidaturas.

Então, logo que se definam as candidaturas, entram na fase documental, de comprovar documentos, essas coisas, tudo pra efetivar o registro de candidaturas. Aí vem a campanha. E aí é uma campanha muito acelerada, 45 dias de muita correria, muita articulação. Então, esse período que antecede é mais tranquilo pra que a gente possa andar, construir essa candidatura pra efetivar lá na frente.

Depois das convenções não tem jeito, porque antes das convenções você ainda pode pensar: vou disputar? Não vou? Você começa a medir e dimensionar como é que está a sua campanha para você entrar efetivamente na campanha eleitoral. Então de uma pré-campanha para depois que entra no período que se efetivam as candidaturas têm uma mudança bem radical.

O Estado: O Patriota aqui no Estado, quais são as pretensões para deputados estaduais e federais?

Lidio Lopes: Nós conduzimos o partido, nos temos hoje prefeitos, vereadores, prefeita na Capital, o partido vem bem organizado. A gente montou uma chapa hoje para eleição de deputado estadual, na dificuldade que foi na composição das chapas, porque hoje é a primeira eleição que nós vamos ter em nível de Estado, disputando com chapa pura, então isso pulverizou candidaturas em todos os partidos e isso te limita um pouco mais.

Eu presido o Patriota, um partido considerado pequeno, em relação a estrutura, tempo de televisão, de fundo partidário e com isso você dificulta em trazer as pessoas. Mas nós construímos uma chapa para elegermos de dois a três deputados estaduais.

Nós montamos também uma chapa para concorrer a deputado federal, mas por essa dificuldade hoje, de chapa pura, uma eleição para deputado federal é muito pesada, porque você não tem coligação e reduziu-se o número de candidaturas, então você tem de ter candidatos que tenham densidade eleitoral para estar na chapa, porque é uma eleição que exige 150 mil votos e talvez eu não tenha conseguido montar essa chapa que tenha essa densidade para eleger um deputado federal. Tudo vai depender do desempenho dos candidatos.

O Estado: Quem o Patriota deve apoiar para Presidência em Mato Grosso do Sul?

Lidio Lopes: O Patriota, em nível nacional, ele não federalizou e liberou em todos os estados para que a gente possa construir o melhor cenário. Eu, obviamente, dentro da minha linha, sou bolsonarista, defendo a candidatura do Bolsonaro, então em Mato Grosso do Sul o Patriota vai andar com o Bolsonaro.

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