Fim do toque de recolher não representa vida normal, alerta prefeito

toque de recolher
Valentin Manieri

Após 17 meses, Campo Grande encerra restrições no período noturno

Decretado pela primeira vez em 21 de março de 2020 e prorrogado diversas outras vezes, o toque de recolher teve fim na madrugada dessa segunda-feira (23) em Campo Grande. Apesar da revogação da medida, a limitação da capacidade máxima em locais e os protocolos de biossegurança como uso de máscara e distanciamento social para conter o avanço da COVID-19 permanecem obrigatórios na Capital.

De acordo com o prefeito Marquinhos Trad (PSD), o toque de recolher foi descartado em razão do avanço da vacinação contra a doença e pela ocupação de leitos hospitalares na capital estar “tranquila”.

“O objetivo de um toque de recolher é evitar ocupação em leitos de UTI e com situações de trauma, politrauma e tentativa de homicídios, ou seja, o objetivo do toque de recolher não é a doença diretamente, até porque o vírus tem de manhã de tarde e de noite. Na Santa Casa de cada dez leitos ocupados, três são de COVID e sete são de acidentes de trânsito e causas naturais como embolia, infarto, AVC, derrame ou tentativa de homicídio. O toque de recolher era para que evitasse esse aumento e sobrasse mais leitos de UTI para pacientes com o coronavírus”, justificou o prefeito.

O chefe do Executivo adiantou ainda que fiscalizações e blitze de trânsito serão reforçadas durante as madrugadas, para que outras medidas que continuam vigentes sejam respeitadas.

“Cabe intensificar a fiscalização para se fazer cumprir a lei, o fim do toque de recolher não significa o retorno à vida normal. Bares, lanchonetes e eventos poderão seguir até de madrugada, mas se a fiscalização constatar mais de 60% do ambiente lotado e as mesas não tiverem distanciamento nós vamos fechar, todos os outros decretos continuam, inclusive reforçaremos as blitze de bafômetro de noite”, destacou.

Apesar de ainda não ter casos registrados em Mato Grosso do Sul, a variante delta é uma preocupação pelo seu alto poder de transmissão. Segundo Marquinhos, caso haja um aumento exponencial de casos da doença no Estado, o fim do toque de recolher e outras medidas poderão ser revistos.

Balanço divulgado pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) aponta que, nos 17 meses em que o toque de recolher permaneceu em vigência na Capital, 80.112 pessoas foram abordadas pelas ruas da cidade “furando” restrições impostas pela medida.

Além disso, 32.745 estabelecimentos comerciais foram fiscalizados, 507 foram notificados e 171 estabelecimentos que descumpriam as normas de biossegurança foram interditados.

Foram realizadas ainda 1.157 abordagens em residências que promoviam aglomerações, onde 356 pessoas foram encaminhadas para as delegacias. Também foram encerrados 263 eventos em salões ou espaços de locações.

No período de vigência do toque de recolher, o número 153, da Guarda Municipal, recebeu 84.130 ligações. Do total, 8.989 foram para solicitar informações sobre decretos e medidas de combate à doença e 32.727 para denunciar aglomerações de pessoas e descumprimento de medidas sanitárias.

Nas fiscalizações e operações municipais foram empenhados 29.315 agentes em 12.629 veículos oficiais, entre carros e motocicletas. Além disso, 6 drones foram usados para auxiliar nas fiscalizações. (Jhefferson Gamarra)

Acesse também: Sem Toque de Recolher, governo alerta para regras de biossegurança

A partir desta segunda-feira (23), Mato Grosso do Sul não tem mais o Toque de Recolher, que limitava o trânsito de pessoas em horários específicos. Com o avanço da vacina contra a COVID-19 e a melhora no quadro da pandemia, em número de casos, internação e mortes, a gestão estadual deliberou pelo fim do sistema.

A decisão anunciada pelo presidente do Comitê Gestor do Prosseguir, secretário Eduardo Riedel (Seinfra), foi divulgada no último dia 17 e publicada em Diário Oficial do Estado no dia 20.

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