Família denuncia caso de agressão verbal em Centro de Saúde da Capital

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Com pneumonia, bebê aguarda há mais de 24 horas por vaga em hospital

Em denúncia encaminhada ao O Estado Online a avó de um bebê de 10 meses relatou momentos angustiantes vividos no CRS (Centro Regional De Saúde) do Coophavila II. Com pneumonia e suspeita de infecção urinaria, Lorenzo está internado no CRS e aguarda uma vaga para ser transferido para o Hospital Regional de Campo Grande.

No relato, Lucenir, avó materna, explica que por volta das 15h de terça-feira, a mãe da criança foi ao centro de saúde procurar antedimento médico, no caminho o bebê teve uma convulsão, deu entrada no setor de emergência, foi medicado e transferido para o setor de repouso.

Horas depois, na madrugada de terça para quarta-feira, a criança apresentou piora.

“Meu neto estava com febre de 39º graus e ficamos com medo de uma nova convulsão, uma enfermeira até chegou a passar por eles, mas não deu atenção”, conta a avó.

A mãe da criança então ligou para a avó relatando o ocorrido e a mesma decidiu ir até o local.

“Minha filha me ligou 4h30 da madrugada aí eu disse que assim que amanhecesse o dia iria lá no posto ver o que estava acontecendo. Fui acompanhada da minha vizinha Bianca e foi onde tudo aconteceu”.

Ela explica que ao chegar ao local, Bianca perguntou se a criança estava tomando antibiótico e se estavam administrando um antitérmico de 6 em 6 horas, pois a febre poderia agravar o quadro do bebê levando inclusive a nova convulsão, uma vez que a infeção não estava controlada ainda.

“Quando chegamos no CRS conversamos e perguntamos como estava sendo administrada as medicações. Todo o mau entendido e confusão começou no repouso feminino e partiu da recepcionista do local”, disse a avó.

De acordo com Lucenir, a agressão verbal partiu da avó paterna da criança que trabalha como recepcionista no CRS. Por volta das 6h da manhã a mulher teria ido até o repouso feminino onde elas estavam e começado a agredi-las verbalmente.

“A outra avó (paterna) do Lorenzo estava em horário de trabalho e foi direto no quarto em que minha filha Emily estava, não era o setor dela porque ela é da recepção, mas ela começou falar que o médico havia prescrito remédio de hora em hora e que não faria nada pra agradar a nossa vontade e começou nos agredir verbalmente. Tudo isso por conta de uma simples pergunta”.

Segundo ela, a recepcionista disse diversas ofensas e chegou a ameaça-las. “Eu disse que ela não era uma avó presente na vida da criança e que agora queria dar lição de moral e ela me fez várias ameaças físicas”, conta.

Lucenir ressalta que após o ocorrido sua filha solicitou ajuda da assistente social que atua no CRS e pediu o protocolo de atendimento mas a mesma se negou a passar.

“A assistente social não quis passar nada do relato que foi dito só pegou meu nome e da vizinha, e quando questionamos sobre ela não escrever nada do que foi relatado ela falou que ficaria no sistema”.

Agora, Lucenir e Emily, avó e mãe respectivamente aguardam as informações para registrar o boletim de ocorrência e em meio a tudo isso, Lorenzo segue à espera de uma vaga para ser transferido ao hospital.

O que diz a Secretaria de Saúde?

Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) afirmou estar ciente sobre o caso e destacou que a criança apresenta melhora, contudo, ainda não há previsão de transferência.

“A criança permanece em processo de regulação e, por enquanto, sem previsão de transferência. Ela está com quadro de saúde estável, apresentando melhora. Os médicos aguardam o resultado dos exames para uma nova reavaliação. Mas assim que houver disponibilidade de leitos ela será transferida.”

Em relação ao caso de agressão verbal, a Sesau afirmou que trata-se de uma questão de cunho pessoal.

“Ocorre que a avó paterna é servidora da unidade e teria discutido com a avó materna. É uma questão pessoal e não está relacionada ao atendimento. A criança foi atendida, medicada e está sendo assistida pela equipe da unidade”, finaliza a nota.

Para a avó materna o caso não se trata de uma agressão de cunho pessoal e sim, de má conduta da funcionária.

“A pessoa envolvida também é avó da criança e deveria ser profissional no momento e não levar pro lado pessoal e de ciúmes, quero enfatizar que da minha parte não foi pessoal, foi falta de paciência calma tolerância e falta de ética profissional dela. Nos agrediu sem motivo nenhum e em momento algum queríamos intrometer na prescrição médica só fizemos uma pergunta. Quero deixar claro que não houve negligência médica e sim intolerância e falta de respeito da funcionária pública”.

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* Matéria alterada as 11h30 de 11 de junho para acréscimo de informações.

* A criança recebeu alta ás 19h30 do mesmo dia, sem necessidade de ser transferido ao hospital, e segue em tratamento domiciliar.

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