Desigualdades sociais por cor ou raça continuam evidentes em MS, diz IBGE

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

Estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado nesta sexta-feira (11), mostra a cor como fator relevante na diferenciação do rendimento mensal médio dos trabalhadores no país e no Mato Grosso do sul em 2021.

Os dados são do estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, que analisa as desigualdades entre brancos, pretos, pardos, amarelos e indígenas em cinco temas: trabalho, distribuição de renda, moradia, educação, violência e representação política.

Em suma, a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2019 mostra que os imóveis próprios da população preta ou parda eram em geral menores, apresentavam pior inserção na infraestrutura urbana e possuíam maior proporção de informalidade em relação à documentação que os imóveis próprios da população branca.

Desocupação e informalidade atingem mais a população preta e parda

De acordo com a atualização da pesquisa, em relação à força de trabalho, a população ocupada é aquela que trabalhou, de forma remunerada, por pelo menos 1h na semana anterior à entrevista, não importando se formal ou não. Em 2021, MS registrou 1,287 milhão de pessoas ocupadas.

Dentre estas, 543 mil eram brancas, 96 mil pretas e 611 mil pardas. Em 2020, estes números eram 1,235 milhão, 522 mil, 79 mil e 606 mil. Já em 2012, 1,18 milhão, 558mil, 87 mil e 514 mil, respetivamente.

Por outro ponto de vista, a taxa de desocupação registra a população que está em busca de trabalho, tendo efetivamente tomado alguma atitude em busca de alguma ocupação, seja ela formal ou informal. Para o ano de 2021, os dados mostram que. dentro da população branca, a taxa de desocupação ficou em 6,8%.

Já entre a população preta a taxa ficou em 13,4%, tendo sido registrado 11,2% a população parda. Em 2020, os valores eram mais próximos. 8,3% para pessoas brancas, 11,7 para pretas e 10,1 para pardas. Já em 2012, estes números eram 5,5%, 6,6% e 6,8% respectivamente.

A formalidade da ocupação é outro fator que influencia muito a vida das pessoas, dado que uma série de direitos está atrelada a tal fator. Em 2021, 65,9% das pessoas brancas ocupadas estavam formais. Já na população preta, este número era de 60,2% e entre os pardos foram registrados 57,8%.

Rendimento médio da população preta ou parda é 33,42% menor que a da branca

Em 2021, o rendimento médio da população ocupada foi de R$ 2.468,00. Entre a população branca, o valor ficou em R$ 3.044,00. Já entre pretos e pardos valor registrado foi de R$ 2.025,00, 33,42% menor.

Em 2020, os valores registrados eram: Média total – R$ 2.595,00. Brancos – R$ 3.242,00, pretos ou pardos R$ 2.073,00. Em 2012, percentualmente, a diferença era menor (28,75%), tendo sido registrados, respetivamente R$ 2.402,00, R$ 2.811,00
e R$ 2.003,00.

Se considerada a formalidade, ocupações formais, em MS, no ano de 2021, tinham rendimento médio de R$ 2.949,00, já as informais registravam R$ 1.678,00, um valor 43,1% menor. Entre os 10% com menor rendimento, pretos e pardos são maioria.

Entre os 10% com maior rendimento, brancos são maioria

Em 2021, entre os 10% da população de MS que recebiam os piores rendimentos, 62,7% eram pretos ou pardos. Já os brancos eram 35,9%. Porém, entre os 10% com os maiores rendimentos dentro do estado, pretos e pardos eram 33,7%. Brancos eram 64,7%. Em 2020, os números eram, respectivamente, 62,9%, 35,5%, 30,9% e 64,7%.

Entre as pessoas abaixo da linha da pobreza a presença de pretos e pardos é até 46,4% maior A análise das linhas de pobreza monetária, propostas pelo Banco Mundial (World Bank)1 , reforçam o quadro de maior vulnerabilidade da população preta e parda, que apresentou percentual de pobres superior ao verificado para a população de cor ou raça branca.

No estado, em 2021, considerando a linha de US$ 5,50 diários, a taxa de pobreza das pessoas brancas era de 17,7%, ao passo que entre as pessoas pretas ou pardas o percentual foi de 25,8%.

Considerando a linha de US$ 1,90 diários, a diferença também foi expressiva: enquanto 2,8% das pessoas brancas tinham rendimentos abaixo da linha, 4,1% das pessoas pretas ou pardas. A diferença entre os percentuais chega a 46,4% a mais para pretos e pardos.

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