Custando R$ 10, a carne de frango tem se tornado protagonista no prato do campo-grandense

Exportações brasileiras de carne de frango totalizaram 418,1 mil toneladas em março - Foto: Nlson Figueiredo
Exportações brasileiras de carne de frango totalizaram 418,1 mil toneladas em março - Foto: Nlson Figueiredo

O preço médio do produto continua instável na comparação com abril de 2023

Em Campo Grande, o consumidor paga em média R$ 10 no quilo do frango. Valor que tem agradado o bolso do cliente, e garantindo cada vez mais a presença da proteína no prato do brasileiro. Uma pesquisa de preço feita pela reportagem, em cinco estabelecimentos, encontrou o produto sendo vendido por R$ 9,59, R$ 9,99, em dois locais o item custava R$ 8,99, o valor mais caro encontrado foi R$ 12,49.

Na pesquisa de preço da cesta básica realizada em abril do ano passado, pelo jornal O Estado, o quilo do frango congelado custa R$ 8,69 (Fort Atacadista) e R$ 14,49 (Pires). O valor médio do alimento na época era de R$ 11.

Para o consumidor Antônio dos Santos, os preços do corte da carne de frango são mais atraentes em relação à carne bovina. O trabalhador reclama ainda sobre os valores da carne comercializada em MS, levando em conta que o estado é uma referência na produção e criação de gado.

“Costumo comprar mais frango de fato, asinha de frango, coxinha são meus preferidos e fora que o valor nem se compra com os preços da carne de boi. O que é outro absurdo já que estamos em um estado que é considerado a terra da carne, por esse motivo o produto poderia ser mais em conta para nós”, compara o consumidor.

Proprietário do restaurante La Casona, localizado no bairro Joquei Club, Tharik Fernandes compartilhou que a proteína de frango está presente no cardápio das refeições oferecidas no local, duas vezes na semana. O empresário destaca que a carne de frango é a opção mais em conta, quando ele realiza as compras para o restaurante.

“A opção mais barata nos supermercados é a coxa e sobrecoxa, pago em torno de R$ 7 no quilo, já no filé de peito de frango pago entre R$ 16 à R$ 17. E costumo fazer bastante pesquisa de preço”, explica o proprietário do estabelecimento.

A chefe de cozinha do restaurante, Ramona Rodrigues, relata ainda que o alimento é um dos favoritos da clientela. “Até hoje nunca tivemos reclamações, e também a forma como preparo o frango agrada os clientes. Costumo fazer sempre assado ou empanado”, detalha a chef.

Benefícios na alimentação
Outras características que destacam o protagonismo da carne de frango, é em relação aos benefícios na alimentação, além de ser bastante recomendado por especialistas da saúde. O jornal consultou a nutricionista, Priscilla Zimerman, que ressaltou que a proteína do frango oferece vários benefícios para a saúde, incluindo: fonte de proteína magra.

O frango é uma excelente fonte de proteína magra, o que é essencial para o crescimento e reparo muscular. Em comparação com outras fontes de proteína animal, como a carne vermelha, o frango tende a ter menos gordura saturada, o que pode ajudar a manter níveis saudáveis de colesterol. Além da proteína, o frango também contém uma variedade de vitaminas e minerais essenciais, como vitaminas do complexo B, zinco e ferro”, exemplifica a especialista.

A profissional frisa ainda que o frango pode ser preparado de várias maneiras, o que o torna uma opção versátil e conveniente para incluir em uma variedade de pratos saudáveis.

“O consumo diário médio indicado de proteína é de 48 gramas a 1,2 gramas por quilograma por peso corporal de cada indivíduo. Levando em consideração 0,8 gramas por quilogramas corporal do paciente. Por exemplo, se uma pessoa pesa 60 kg ela deve comer 60 gramas de proteína por dia”, calcula.

Exportação
Levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que as exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 418,1 mil toneladas em março. O volume é o maior registrado no ano de 2024, embora seja 18,8% menor que o total embarcado no mesmo período de 2023, com 514,6 mil toneladas (maior volume mensal já embarcado na história do setor).

A receita total obtida com as exportações de março chegaram a US$ 751,3 milhões, desempenho 23,4% menor que o saldo comparativo do mesmo período do ano passado, com US$ 980,5 milhões. No comparativo trimestral, as exportações realizadas entre janeiro e março deste ano alcançaram 1,220 milhão de toneladas, volume 7,2% inferior ao saldo acumulado nos três primeiros meses de 2023, com 1,314 milhão de toneladas. No mesmo período, a receita acumulada alcançou U$ 2,141 bilhões, número 16,77% menor que o total registrado no primeiro trimestre de 2023, com US$ 2,573 bilhões.

“Houve um comportamento atípico no mês de março do ano passado, único momento em que a barreira de 500 mil toneladas foi rompida no histórico das exportações de carne de frango. Isto cria uma ideia equivocada em relação ao mês de março deste ano que, na verdade, seguiu dentro do fluxo esperado pelo setor, mantendo-se na média acima de 400 mil toneladas mensais”, destaca o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

No ranking dos principais destinos do mês de março, os Emirados Árabes Unidos lideram com 40,7 mil toneladas, volume 16,2% superior ao registrado no mesmo período de 2023. Em seguida estão China, com 38,9 mil toneladas (-48,9%) e Arábia Saudita, com 35 mil toneladas (+3,9%).

Entre os principais estados exportadores, o Paraná segue na liderança com 172,3 mil toneladas embarcadas no mês de março, volume 19,6% menor que o total registrado no terceiro mês de 2023. Em seguida estão Santa Catarina, com 94,5 mil toneladas (-9,6%) e Rio Grande do Sul, com 56,8 mil toneladas (-23,4%).

“Temos acompanhado os países do Oriente Médio ganharem ainda mais destaque nos últimos meses, com compras substanciais de carne de frango, em um contexto de incertezas na região. De maneira geral, o mercado mundial apresenta neste momento equilíbrio entre oferta e demanda, o que deverá favorecer os exportadores brasileiros nos próximos meses, especialmente em um contexto de recrudescimento da influenza aviária em alguns países concorrentes” destacou o diretor de mercados da ABPA, Luis Rua.

 

Por Suzi Jarde

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