Caso Natalin: avó disse que a neta havia sido ameaçada antes de morrer, mas não registrou boletim de ocorrência

delegadas da DEAM
Reprodução

Durante coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (9) na sede da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a delegada Ana Paula deu informações sobre o caso do feminicídio de Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, de 22 anos. Para a polícia a avó da vítima afirmou que a neta já havia sido ameaçada pelo marido tempo antes de morrer, mas não registrou ocorrência.

Segundo a delegada da Deam, nenhuma vítima tinha solicitado medida protetiva do Estado.

Natalin foi a 7ª vítima de feminicídio desde o início deste ano. O corpo da jovem foi encontrado no último domingo (6) enrolado em um lençol como pescoço quebrado às margens da BR-060 entre Campo Grande e Sidrolândia.

O Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada) foi acionado para atender o caso às 15h de domingo encontrando a vítima após o funcionário de uma fazenda chamar a polícia e informar sobre o corpo. Às 22h do mesmo dia a vítima foi identificada e a polícia foi até sua residência.

No local estava o marido da vítima, segundo sargento da Base Aérea e a filha de quatro anos. Questionado onde estava Natalin o homem informou que a mesma havia ido embora e negou saber o paradeiro, separada do mesmo cômodo que o suspeito, a criança falou que o pai tilha dito que a mãe adoeceu e morreu no hospital.

O marido ainda continuou negando saber informações da esposa e foi encaminhado para a Deam que colheu depoimento onde ele confessou o crime, mas foi liberado. “Ele agiu sempre frio, e mudou de versão e resolveu confessar. Ele foi liberado na mesma noite, mas por entender que ele foi pego em flagrante por ocultação de cadáver, equipes da Deam foram na tarde da segunda-feira na Base Aérea fazer a prisão”, detalhou a delegada.

Crime

Mulher morta na MS- 060

Divulgação

Ainda segundo a delegada, o homem informou que na madrugada do crime sexta-feira (4) Natalin tinha saído com as amigas e voltou alcoolizada e possivelmente drogada. Os dois começaram a discutir onde começaram as agressões por parte da vítima que levou um mata leão. Após o crime, o suspeito deixou o corpo no porta-malas enquanto levou a filha para escola.
Percebendo o sumiço da amiga, uma testemunha entrou em contato com Natalin que ainda permanecia on-line mas não respondia. Estranhando, a jovem entrou em contato com o marido da vítima e foi informada que Natalin tinha ido embora. Desconfiada ela chamou o suspeito para realizar um boletim de ocorrência.
“Ele ficou nervoso porque a amiga queria fazer o boletim então se passou por Natalin na rede social mandando mensagem se despedindo. A amiga sabia que ela não iria embora, mas não registrou o boletim de ocorrência antes do corpo ser encontrado”, explicou a delegada.

O caso segue em investigação e a Deam busca localizar a garota de programa que esteve com o suspeito depois de cometer o crime, para saber se ela sabe de mais detalhes sobre o crime.

 

(com Itamar Buzzatta)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *