Suspeito de matar Francielle admitiu tortura e disse que vítima tentou se matar, negando feminicídio

Divulgação/Itamar Buzzatta
Divulgação/Itamar Buzzatta

O caso de feminicídio de Francielle Guimarães Alcântara, torturada antes de ser morta, foi detalhado pela delegada Maíra Machado, em uma coletiva de imprensa, nesta manhã de quarta-feira (9), na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), em Campo Grande. O caso aconteceu no dia 26 de janeiro. 

De acordo com a delegada Maíra Pacheco, o suspeito justificou o crime dizendo que tinha sido traído pela vítima. Eles chegaram a se separar e ela teve outro relacionamento. Nisso, o suspeito ficou sabendo e começou a ameaçar Francielle para que ela voltasse com ele. Após reatar, começaram as torturas. 

“Ela tinha o cabelo comprido, ele cortou pela metade. Após um ataque de ciúmes, cortou mais um pouco e ameaçou cortar o órgão genital caso ela se separasse dele ou tivesse outro relacionamento”, explicou a delegada.

Na confissão para a delegada, o suspeito contou que o casal passou as festas no final de ano “de forma harmoniosa”, no entanto, quando o suspeito pensava que a vítima estaria o traindo ou que Francielle iria terminar a relação, o autor iniciava uma discussão e começava a praticar a tortura.

“Já em janeiro, ele teria agredido a vítima com socos e pontapé nos abdomens. O corpo da vítima foi encontrado sem pele nas nádegas e o autor disse que as lesões foram causadas por duas quedas, que teria ocasionado em um hematoma e um inchaço. E, para tirar a secreção do inchaço, ele usou uma gilete que teria cortado para a secreção sair. A pele foi necrosando e nesse período eles tiveram outra briga, que deu várias pauladas no local que estava machucado, o que fez com que a lesão piorasse e a vítima perdesse a pele das nádegas”, contou a delegada.

Após esse fato, próximo ao dia 26 de janeiro, a vítima tentou suicídio. Conforme o depoimento do suspeito, Francielle estava em cima de um banco com uma corda no pescoço. O autor empurrou o banco, apertou a corda e disse a ela que se quisesse morrer, ele a ajudava.

De acordo com a Deam, o autor relatou os fatos, mas negou a morte no dia 26 de janeiro. O corpo foi encontrado com a marca da corda, as lesões nas nádegas, no abdome, e com um comprimido na boca. “A vítima era diabética e ele informou que ela tomava essa medicação”, disse a delegada. 

O laudo médico, por ser complexo, não está com a delegada Maíra Machado, entretanto, em razão da prisão do suspeito, o inquérito precisa ser enviado nesta quarta-feira (9) ao judiciário. Mas as investigações não foram encerradas, pois os laudos periciais precisam ser entregues para a Deam. O autor está preso à disposição da Justiça.

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(Com Itamar Buzzatta)

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