Desde janeiro, 72 casos de assassinatos foram registrados em Campo Grande
O número de homicídios doloso – quando há intensão de matar – mais que dobro na Capital neste mês de julho se comprado com o mesmo mês do ano passado. Segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), até a última sexta-feira (29), 11 casos de assassinatos foram registrados em Campo Grande, enquanto que em julho de 2021 foram cinco homicídios.
De acordo com o delegado títular da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), Carlos Delano, são diversos fatores que influenciaram para esse aumento na Capital.
“Não posso ser leviano é apontar foi isso ou aquilo. Muitas coisas interferem no aumento dos casos de homicídios. É preciso fazer um recorte temporal e estudar múltiplos fatores diferenciadores desse recorte que você está comparando. No trabalho da polícia, a nossa compreensão se baseia em levar as pessoas a julgamento e não compreender o fenômeno antecedente do crime. Lógico que isso nos interessa na medida em que nos auxilia a pensar políticas públicas. Contudo aqui pra nós que estamos como se diz na infantaria, da guerra. Eu não sou general, eu sou soldado, estou de baioneta na mão. Tem um homicídio, então tenho tem que levar o cara para o tribunal”, ponderou.
O caso mais recente registrado em Campo Grande, ocorreu na noite da última quinta-feira (28), um homem, identificado como João Lennon, foi executado a tiros na Rua dos Topógrafos, no Jardim Canguru. Segundo informações, a vítima foi alvo de aproximadamente 20 disparos.
Mas nesta semana, houve ainda outras duas execuções na Capital. No dia 25 um jovem identificado como Rogério, de 19 anos, foi morto a tiros próximo ao presídio, no bairro Jardim Noroeste. O rapaz almoçava com a mãe no momento em que foi alvejado por aproximadamente 10 tiros.
O outro caso, ocorreu no outro dia, 26 de julho. Adriano Ferreira Ocampos, de 34 anos, foi executado a tiros em frente de casa, no Jardim Los Angeles.
Ao todo, de 1º de janeiro a 29 de julho, Campo Grande registrou 72 assassinatos. Um aumento de 26% de comparado com o mesmo período do ano passado quando houve o registro de 57 homicídios. Já em todo o ano de 2021 foram 108 mortes.
Estado
Mato Grosso do Sul também registrou um crescimento no crime de homicídio doloso. O Estado acumula 255 assassinatos de janeiro a 29 de julho, 9% a mais que o registrado durante o mesmo período do ano passado, quando foram 233 ocorrências.
Ainda de acordo com a Sejusp somente os meses de junho e julho totalizaram 69 mortes no Estado. Comparado ao ano anterior, foram 60 homicídios.
Polícia faz diligências para prender homem que participou da morte de pecuarista
A DERF (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) segue em diligências para prender a um homem, de 23 anos, que participou da morte da pecuarista e estaria em posse dos objetos subtraídos. As duas funcionárias de Andreia Aquino Flores, de 38 anos, já estão presas. Elas confessaram o crime e foram presas em flagrante por latrocínio [roubo seguido de morte].
Segundo informações policiais, depois de que a equipe da DERF, com apoio do GOI (Grupo de Operações e Investigações), fizeram diligências, constataram que versão apresentada pela mãe e filha “era fantasiosa e que estavam envolvidas”.
Os policiais evidenciaram ainda que, no estacionamento do supermercado, o veículo da pecuarista foi aberto por controle remoto pelas autoras no momento em que finalizavam as compras, justamente para a entrada do homem, que está sendo procurado, no banco traseiro do automóvel.
Ele seria cunhado de uma delas e foi convidado para simular o sequestro no supermercado. Entretanto Andreia tentou reagir e acabou morta por ele, mediante asfixia mecânica. Já para simulação, os autores adquiriram um simulacro de arma de fogo, encontrado na bolsa da filha.
Ainda conforme a polícia, ficou esclarecido que os autores pretendiam roubar aproximadamente R$ 20 mil, que deveria ser exigido da vítima mediante PIX.
A pecuarista Andreia Aquino Flores, de 38 anos, foi morta durante o suposto assalto durante na manhã da última quinta-feira (28), no Condomínio Parque Cachoeira, na Vila Manoel da Costa Lima, área nobre de Campo Grande.
[Texto: Brenda Leitte com Rafaela Alves, Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul]
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