Ao custo de quase 8% do salário mínimo, ovo de Páscoa tira do bolso a graça e o doce de “coelhinho”

Foto: Vivian Bacarji/O Estado Online
Foto: Vivian Bacarji/O Estado Online

São exatos 7,8% do salário mínimo vigente para o sul-mato-grossense (R$ 1.212). Este é o preço de um ovo de Páscoa para o campo-grandense, que anda mais “salgado” do que doce. Ao custo de R$ 95 – e não o mais caro – pelo item que até poderia ser banhado a ouro comestível (mas não é), a espera do mês de abril não trouxe a tradicional graça do chocolate, mas o gosto de fel.

Basta conferir nas prateleiras de inúmeros supermercados o que o consumidor já sente no bolso. Para muitas famílias, 2022 não será de puro chocolate, mas simplesmente mais “achocolatado”. Nas gôndolas, é possível encontrar ovos que variam entre R$ 49,90 e R$ 79,90, chegando aos impensáveis R$ 95. A média mesmo, contudo, fica em torno de R$ 59,90.

Média do custo de um ovo de Páscoa na Capital é de R$ 59,90 na maioria dos supermercados. Foto: O Estado Online

Culpa disso não é do pobre “coelhinho”, e sim da inflação. Mesmo preocupante para os industriais, fábricas até aumentaram a produção dos itens pascoalinos. Acredite, ovos ainda sim estão em primeiro lugar. Afinal, é Páscoa, e quem pode faz um esforcinho de compra na data.

Contudo, os “adjacentes” – caixas de bombons, barras de chocolate e afins – prometem retirar uma fatia de 18% no segmento, conforme pesquisa da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) em conjunto do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Mesmo com a alta dos preços, ovos ainda têm freguesia; bombons e afins vêm na sequência. Foto: O Estado Online

É aí que entra o improviso do “faça você mesmo”. Com os valores nas alturas, o jeito é se virar “nos trinta” preparando o seu próprio chocolate pascoalino em casa mesmo – tem até curso para isso.

Pensando nisso, O Estado Online até separou a versão de um ovo trufado como sugestão para a ocasião. Não se pode negar que requer calma, persistência e uma pitada de técnica na elaboração. Mas vale a pena – e o bolso agradace. Quem sabe não vira até uma tradição em família? O convite também se estende aos amigos.

Provavelmente, a técnica do “faça você mesmo” vai ser sucesso na Páscoa 2022. Foto: Vivian Bacarji/O Estado Online

Improviso que até fez o negócio para Gabriel Alex Rodrigues Prates. Aos 24 anos, há pelo menos 5 ele organiza sua rotina em prol das delícias do coelhinho e assim fatura uma renda extra. Mas na sua cozinha, nada de cenoura: são ovos de colher, bentô (versão recheada com bolo), miniovos, bombons e até alfajores.

“Vou apostar em recheios mais simples, porque neste ano realmente a coisa está complicada para todo mundo”, disse o jovem empreendedor por trás do perfil @meninododocecg.

Gabriel mostra sua ilha de produção: esquema caseiro, sabor superior e personalizável. Foto: Vivian Bacarji/O Estado Online

Para ele, a alcunha negativa do gourmet deveria ser mais para o “caseirinho” do que esnobe. “Meu preço também é justo, pensando que o cliente não sofra. Como já tenho prática, consigo fazer um valor abaixo do que se vê por aí no supermercado, mas com uma qualidade superior, aquela que o cliente quer”, comenta sobre seus itens personalizados. “Garanto que fica mais gostoso”, finaliza. Melhor do que passar a Páscoa em branco.

Confira na live da repórter Vivian Bacarji, para O Estado Online:

No fim das contas, Mato Grosso do Sul vai ter Páscoa, sim, entretanto um pouco mais fraca. Por aqui, serão menos  R$ 37,2 milhões na economia se comparado ao mesmo período do ano passado (R$ 255,9 milhões). Agora, a previsão é de R$ 218,6 mi, uma diferença de 14,57%.

Haja ovo a menos.

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