A passos lentos, caminhoneiros conseguem aliviar gastos na estrada

caminhão caminhoneiro
Imagem: Reprodução/ Valentin Manieri
Nova redução do óleo diesel deve baratear R$ 0,27 nas bombas dos postos de combustíveis

Por Evelyn Thamaris e Marina Romualdo – Jornal O Estado do MS

Os caminhoneiros de Mato Grosso do Sul têm conseguido, a passos lentos, ter acesso a alguns benefícios para aliviar os gastos na estrada. Além do auxílio caminhoneiro – que tem pagamento até dezembro –, começou a valer nesta terça-feira (20) a terceira queda do óleo diesel nas distribuidoras, de R$ 0,30, tendo impacto de R$ 0,27 a menos nas bombas.

A primeira queda do ano foi anunciada no dia 5 de agosto, tendo redução de R$ 0,20 nas refinarias; depois, dia 12 de agosto, R$ 0,22. Apesar das alterações, o combustível ainda segue em tendência de alta, com acumulado de 46% em 2022.

Para o presidente do Sindicam-MS (Sindicato dos Caminhoneiros em Mato Grosso do Sul), Osni Carlos Bellinati, a nova queda foi uma surpresa. “Tudo que vem para diminuir, apaziguar as dificuldades é positivo e estamos na expectativa de que esse desconto chegue para os trabalhadores da estrada”, disse o representante do sindicato.

Em relação ao auxílio caminhoneiro, ainda segundo Bellinati, apesar da intenção de ajudar o setor com o benefício pago pelo governo federal, grande parte dos motoristas ficou de fora do recebimento. “Muita burocracia! Parece que tudo foi feito para que não tivéssemos acesso”, destaca.

Para o caminhoneiro Antônio Tibúrcio Filho, de 74 anos, a redução do diesel vai proporcionar diferença na hora de abastecer. Ele trabalha há 42 anos na área. “A redução do diesel fará uma grande diferença na hora de abastecer. Nesses últimos dois anos, foi a primeira vez que eu vi o diesel mais caro que a gasolina. Sendo assim, irá melhorar para podermos economizar na hora de abastecer e, espero que continue assim.”

Reajuste

A alteração de preço será, em média, de 5,78%, saindo de R$ 5,19 para R$ 4,89. Nas bombas, a Petrobras reitera que deve ser considerada a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos. Com isso, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 4,67, em média, para R$ 4,40 a cada litro vendido na bomba.

“Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”, diz parte da nota.

Conforme o presidente do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul), Edson Lazaroto, a redução se deve a questões de mercado. “Essa redução foi referente à queda do preço do barril de petróleo em nível internacional e também à acumulação do dólar.”

Pesquisa

Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a média do diesel vendido em Mato Grosso do Sul é de R$ 6,78. Em Campo Grande, a média é de R$ 6,68, sendo vendido entre R$ 6,46 e R$ 6,89.

Nova queda deixou travessia pela BR-163 somente R$ 136 mais barata

Atravessar Mato Grosso do Sul pela BR-163 ficou R$ 136 mais barato, em setembro. De dezembro de 2021 a junho deste ano, o gasto médio com diesel saiu de R$ 4.531 para R$ 5.867, respectivamente. Agora, custa R$ 5.731. O montante se refere a uma viagem, percorrendo os 845,4 quilômetros de rodovia, comparando ao custo médio do combustível usado nos caminhões.

Segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), no ano passado, o óleo diesel estava R$ 5,36; em junho R$ 6,94, e em setembro R$ 6,78.

 

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