O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ampliar o pedido de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atualmente presa na Itália, incluindo no processo o episódio em que ela perseguiu um homem com uma arma em via pública, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.
A decisão foi proferida pelo ministro Gilmar Mendes, relator da ação, e autoriza que o caso da perseguição armada seja formalmente incorporado ao processo de extradição enviado às autoridades italianas.
“Mesmo que houvesse autorização para porte de arma, isso não justifica a perseguição de pessoas em via pública”, destacou o ministro.
Relembre o caso
O episódio ocorreu em outubro de 2022, em São Paulo, quando Zambelli foi filmada correndo atrás de um homem com uma pistola em punho, em plena luz do dia. A ação gerou forte repercussão e resultou em um processo por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal.
O caso estava parado desde março após pedido de vista do ministro Nunes Marques, mas foi liberado para julgamento na última sexta-feira (1º). Até o momento, a maioria dos ministros já votou pela condenação da parlamentar. Além de Gilmar Mendes, votaram nesse sentido os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli.
Prisão e extradição
Carla Zambelli foi presa em julho na Itália, onde se encontra detida no Complexo Penitenciário de Rebibbia, nos arredores de Roma. Ela já era alvo de um pedido de extradição anterior, relacionado à sua condenação a 10 anos de prisão por falsidade ideológica e invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), crimes que motivaram sua prisão por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
Durante a audiência de custódia, a deputada se declarou inocente, alegou perseguição política e afirmou que não pretende retornar ao Brasil voluntariamente. Sua defesa tenta reverter a extradição por meio de um novo julgamento na Justiça italiana.
O processo será analisado pela Corte de Apelação de Roma, mas a decisão final sobre a extradição caberá ao Ministério da Justiça da Itália, que pode rejeitar o pedido brasileiro com base em motivações políticas.
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